Embaixo do céu da noite
Hipnotizando a lua
Aline à poderosa
Pantagruel Gargantua
No templo como vestal
Fazendo amor ritual
Sensualíssima e nua.
Erotismo que flutua
Feiticeira do prazer
Numa divina comédia
Mostrando todo poder
Vestida só de luar
Preparada para amar
Pra todos satisfazer.
Querendo prevalecer
No elogio da Loucura
Deitada e acariciada
Seu corpo de formosura
Por mil mãos na avidez
Todas elas duma vez
Dando prazer na fartura.
No falo que lhe perfura
Eneida maravilhosa
Às vezes dando ternura
Outras vezes perigosa
Entre dezenas de amantes
Seres Ébanos galantes
Abelhas na sua rosa.
Como fada milagrosa
Nesse altar da perdição
Saúda os miseráveis
Com fogo do seu tesão
Um pingo do seu olhar
Faz qualquer um desmaiar
Ou morrer nessa paixão.
Volúpia e devassidão
Num ritual, primitiva
Odisséia de luxuria
Mantendo a chama viva
A multidão em espasmo
Num coletivo orgasmo
Ela era deusa e cativa.
No seu furor, possessiva
Entre gritos triunfais
Pratica a metamorfose
Nos prazeres colossais
Transforma-se em magia
Quando a noite vira dia
E o silêncio traz a paz.