POR CAUSA DE UM PÊNIS II
II
Tive medo, muito medo de que João Carlos chegasse no outro dia na escola e contasse o que houve entre a gente. Eu sabia que seria humilhado por todos os colegas e a minha permanência na escola se tornaria insustentável.
Durante a noite quase não dormi. Ora pensava nos momentos inesquecíveis que passei com ele, ora eu me sentia angustiado com o que poderia acontecer no dia seguinte. Não sei ao certo, mas devo ter adormecido muito tarde.
Ao acordar no outro dia para ir à escola, tive medo de ir. Quis arrumar uma desculpa para não ir, mas depois acabei criando coragem e me arrisquei. Não adiantava fugir do problema, cedo ou tarde eu teria que ir para a escola e o que tivesse que acontecer, aconteceria de qualquer forma.
Entrei na escola como um animal entra em território desconhecido. João Carlos já havia chegado e estava brincando com alguns colegas. Tive receio de me aproximar e fingi não tê-los visto.
Na verdade, eu queria permanecer à distância e tentar encontrar algo que pudesse me fornecer uma luz se ele havia contado ou não algo sobre mim.
Mas pouco depois vir a saber que ele não havia dito nada. Ele mesmo se aproximou discretamente e, talvez percebendo meus temores, disse-me que eu não precisava ficar com medo, pois ele não ia falar nada do que houvera entre a gente. Mas continuou em seguida:
-- Depois a gente conversa melhor.
Os dias foram passando e ele realmente não disse nada.
Trocávamos olhares na classe, mas quando eu era surpreendido olhando para ele, abaixava a cabeça me sentindo culpado.
Cerca de um mês depois, ele se aproximou e disse que era para eu esperá-lo no final da aula, porque queria falar comigo em particular. Fiquei feliz e emocionado, pois eu não aguentava mais de vontade de ficar com ele. Claro que eu não sabia o que ele queria comigo, mas só de pensar que estaríamos conversando, sem ninguém para nos bisbilhotar, já era o bastante para me deixar excitado e com o coração palpitando.
Após tocar o sinal, aguardei na classe. Ele também esperou que os colegas saíssem para então se aproximar de mim.
-- Minha mãe vai sair e eu vou te esperar na minha casa as três horas. Se você não aparecer eu amanhã eu conto para todo mundo sobre você.
Não sei porque ele me fez ameaças, pois o que mais queria era estar com ele. Não percebi de imediato quais eram as intenções dele, mas meu coração transbordou de felicidade, meus olhos brilharam e não fui capaz de segurar um largo sorriso. Senti uma incontrolável vontade de abraça-lo e beijá-lo, mas limitei a dizer:
-- Eu vou sem falta.
Voltei para casa correndo. Almocei sem vontade alguma. Eu só pensava em encontrá-lo mais tarde. Tranquei-me em meu quarto e fiquei um largo espaço de tempo a pensar nele.
Quando a hora se aproximava, tomei um banho e me perfumei de corpo inteiro. Depois fui ao seu encontro.
Ao chegar a casa de João Carlos, ele estava a minha espera.
-- Minha mãe só vai voltar a noite. Vamos poder ficar bastante tempo sozinhos – disse ele, ao entrarmos em sua casa.
Depois sentamos na sala e ele ligou a TV.
Durante algum tempo ficamos calados, meio que sem jeito. Parecia que havia receio e falta do que falarmos um com o outro. Fui eu quem interrompeu o silêncio.
-- Obrigado por não ter contada nada para ninguém sobre aquele dia.
-- Tudo bem, eu não ia falar mesmo. Mas tome mais cuidado porque o Cláudio já andou reparando que você fica me olhando o tempo todo – disse ele em seguida.
-- Tá bom.
-- Mas porque você fica olhando tanto para mim? É por causa daquele dia? -- quis ele saber.
Demorei para responder, mas acabei confessando:
-- Também, mas é porque eu gosto de você.
Então abri meu coração e disse tudo que sentia. Ele me fez muitas perguntas e inclusive quis saber quais eram meus pensamentos. Falei alguma coisa, mas ele parecia não ter se abalado. Era como se ele já soubesse de algo.
-- Eu não sinto nada por você não, mas andei batendo umas punhetas pensando na tua bunda gostosa. Por isso te chamei aqui hoje. Eu estava com vontade de comer ela de novo.
Aquela sinceridade deixou-me desapontado. Então ele queria tão somente transar comigo? E os meus sentimentos? Eu não representava mais nada para ele do que um simples objeto de prazer?
-- Você também quer, não quer? -- perguntou ele em seguida.
Não que eu não quisesse, mas não era isso que me levou à casa dele. Eu apenas queria ficar com ele, eu queria tocá-lo, abraçá-lo e beijá-lo.; eu queria sentir os seus braços, seus carinhos e suas palavras meigas. Eu pensava nele como uma mulher no seu namorado, mas ele me via tão somente como um bichinha que gostava de dar-lhe o traseiro.
Para não desapontá-lo, meneei a cabeça afirmativamente.
-- Então vamos para o meu quarto.
Fomos.
Ele trancou a porta e começou a se despir.
Eu também me despi.
Quando eu o fitei, vi o quanto estava excitado. Ele parecia sentir prazer e me mostrar o pênis ereto e teso. Era como se quisesse mostrar-me toda a sua virilidade e masculinidade. Eu também fui ficando excitado, mas meu pênis era uma coisinha minúscula e sem graça diante do pênis dele.
-- O que você quer fazer primeiro? -- perguntou-me ele. -- Quer fazer igual da outra vez?
-- Pode ser.
Então fizemos. Primeiro, eu chupei-lhe o falo. Contudo, sentia-me mais a vontade dessa vez. Por isso me dei o capricho de brincar de passar só a ponta da língua pela glande e depois ir escorregando os lábios até os testículos. Vi o quanto isso o excitava.; por isso repeti o gesto por diversas vezes. Em seguida, ele deitou sobre mim e nos beijamos longa e demoradamente. Então ele resolveu chupar meus peitinhos.
Sentir um prazer incrível quando ele passava a língua pelos mamilos. Às vezes, ele mordiscava um seio e apertava o outro com a mão. Enquanto isso, eu aproveitava para acariciar seu pênis com uma das mãos.
Instantes depois, tanto eu quanto ele não podíamos mais conter nossa excitação. Eu o desejava em mim, e creio que ele também só desejava me penetrar.
-- Deixe eu virar – falei.
-- Então vire, que eu tô louco para gozar em você.
Eu virei e ele repetiu o mesmo processo que fizera da outra vez. Afastou minhas nádegas, intumesceu meu ânus com sua saliva, introduziu o dedo para depois me penetrar.
Enquanto me segurava e socava minhas nádegas com seus quadris, ele gemia e me dizia palavras carinhosas. Ele parecia não ter medo de me machucar.; pois ao mesmo tempo, me socava com extrema violência, como se o excesso de violência o ajudasse a livrar-se mais rápido daquele desespero.
Naquele emaranhado de emoções e sentimentos, quando ele estava para atingir o climax e chegar ao orgasmo, eu balbuciei baixinho, como se o pensamento tivesse me escapado: -- Eu te amo, meu amor!
Não sei se ele chegou a ouvir, apenas não houve resposta. Sei que logo em seguida ele gemeu e grunhiu de prazer sobre mim. Seu corpo desfaleceu e eu só sentia sua respiração ofegante e o pênis dele dando pequenos solavancos.
Eu ainda não havia gozado, mas isso era apenas um detalhe. O prazer de estar sob seu corpo, de senti-lo em mim e de causar-lhe tamanho prazer compensava qualquer frustração por não ter tido meu orgasmo. Eu ainda não sabia, mas isso viria a acontecer muitas e muitas vezes nos anos seguintes.
Ficamos algum tempo imóveis. Aos poucos, a respiração dele foi voltando ao normal. O pênis dele também foi relaxando e ficando flácido. Lentamente foi escorregando de dentro de mim. Eu porém continuava excitado, mas queria simplesmente permanecer nos braços dele.
-- Estou com sede. Quer beber água? -- perguntou ele, erguendo-se.
-- Quero -- respondi.
Ele levantou, foi até a cozinha e me trouxe um copo de água bem gelada. Eu continuava deitado de bruços na cama com as pernas meio abertas.
-- Sabe o que eu acho? Você não tem nada de homem. Você é mulher. -- Entregou-me o copo de água enquanto eu erguia a cabeça para bebê-la. -- Esse pauzinho que tu tem no meio das pernas é apenas um defeito de nascimento. Você precisa conversar sobre isso com seus pais.
-- Eu sei. Mas não sei como chegar para eles e dizer que não sou homem. Às vezes, eu tenho vontade de sumir. Eu não sei o que vai ser de mim. Por que fui ter isso no meio das pernas? Por que não nasci como toda mulher? -- desabafei. A medida que falava, lágrimas escaparam de meus olhos. Estava por demais emocionada.
Ele olhou no relógio sobre o criado mudo ao lado da cama e comentou:
-- Nossa, ainda é cedo! -- Em seguida, perguntou: -- quer ir para casa?
-- Não! -- falei soluçando e com os olhos em lágrimas. -- Quero ficar mais um pouco com você.
Meu estado deve tê-lo deixado consternado. João Carlos pegou o copo em minha mão, colocou-o sobre o criado mudo, deitou ao meu lado e me tomou em seus braços. Deu-me beijinhos nas maçãs do rosto e disse:
-- Não fique assim. Pare de chorar. Eu gosto de você e a gente vai encontrar um jeito de resolver esse problema.
Dei um largo sorriso e enxuguei as lágrimas com as costas da mão.
Ficamos mais algum tempo deitados. E assim que meus soluços cessaram e eu estava mais acalmado, ele falou para ir até o banheiro e lavar o rosto para tirar aquela cara de choro.
Levantamos e ele foi comigo até o banheiro. Lavei o rosto enquanto ele mijava. Assim que ele terminou, eu sentei no vaso e fui eliminar o esperma que ele havia jorrado dentro de mim.
Voltamos para o quarto e nos vestimos e fomos beber refrigerante e assistir TV.
SE QUISER SABER COMO ESTA HISTÓRIA COMEÇOU, ENTÃO LEIA:
POR CAUSA DE UM PÊNIS I
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