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CONTRA-ESPIONAGEM
Como não querer-te Se tens a exacta noçãoDo quanto me exibo Somente para teus olhos? Como não sentir-te Se estás materializado em meu peito Em meu coração... Em meu suor? Como não saber-te Se te afogas em meu amor Se te vestes da minha nudez Se te banhas em minhas chamas?...
És cônscio de minhas fantasias Parceiro de minhas aventuras Cúmplice de meus delitos Juiz de minhas peripécias Algoz de minhas torturas...
Teu meigo e inflamado olhar me despe Me arrebata... Me arrepia... Teu furtivo espiar me excita Me faz sentir mais bonita Me rouba a privacidade A castidade... A idade...
Sei da tua presença omnipresente Sinto teus aromas... Teus ruídos Ouço teus ais... Teus sussurros Pressinto teus beijos... Teus toques Tuas mãos explorando meus caminhos Tua boca me cobrindo de carinhos...
O desejo toma conta do meu corpo As ondas... Os espasmos me engasgam Me fazem soluçar... É quando descanso e percebo Que agora é minha vez de te espionar!...
Lilian Maial