"Tua mão percorre meu corpo
feito aranha, aranha sem veneno.
Enquanto você tenta me satisfazer,
me torturo com algo tão pequeno.
Passei a odiar os animais
quando você passou a ser um jumento,
mas em sofrimento me calo.
Você poderia ter ao menos
o grande dote de um cavalo.
Um homem gordo como um porco
faz da gula seu prazer total.
Finjo o prazer remexendo o corpo
e gemendo de desprazer sexual.
Por você tratar minha vagina
como se fosse uma vaca
te dou o tratamento de um boi.
Você faz da nossa cama um curral
por isso a infidelidade conjugal
é a melhor solução pra nós dois.
Casei-me por dinheiro
hoje sou uma triste esposa
em procura da felicidade.
Embora você, estúpido como uma besta,
não sabe o que deseja uma mulher
eu que cometi a maior bestialidade.
Sou frágil como uma menina,
uma pantera, uma felina,
carente de carinho.
Sou uma potranca com longa crina
e de olfato aguçado, por isso
odeio o teu cheiro de suíno.
Você desperdiça o meu esforço
em abrir para ti a porta.
Ao invés de entrar uma jibóia
fica o vazio ocupado por uma minhoca.
Se ao menos me comesse direito
teria direito a sobremesa.
Ensaio até um entusiasmo
e fantasio um orgasmo
mas não percebes o banquete
virando a mesa."