Algumas religiões do passado até praticavam sexo como ritual sagrado. Todavia, as religiões sobreviventes hoje têm a relação sexual como o ato mais ligado ao pecado.
Por ser o sexo o meio pelo qual quase todos os seres perpetuam as espécies, muitos consideraram a relação sexual uma das coisas mais sagradas determinadas pelos deuses.
Todavia, talvez dado aos muitos conflitos gerados em razão das relações entre homens e mulheres, alguns ligaram o desejo sexual ao pecado e daí surgiu a crença de que a vontade que o homem sente ao encontrar uma mulher, principalmente mulher alheia, seja tentação do Diabo.
Como os moralistas e machistas hebreus herdaram de seus antepassados essas idéias, suas leis divinas cercaram o sexo de uma porção de restrições. O hebreu nem podia praticar relações sexuais nos dias de sábado, porque o sábado era um dia sagrado, e a relação sexual era considerada uma coisa suja. Até os homens escalados para guerra tinham um período de abstinência sexual, considerado purificação.
E a satanização do apetite sexual passou dos hebreus para os cristãos com tanta ênfase, que o mais influente dos apóstolos, aquele definiu a seu modo o cristianismo, escreveu que "é bom que o homem não toque mulher". E a igreja cristã romana, o ramo cristão que dominou e eliminou todos os outros, foi ainda mais longe, proibindo o casamento aos seus ministros.
Dado ser o contato sexual o principal meio de transmissão de várias doenças, a idéia de pecado se reforçou sobremodo no pensamento religioso em relação ao sexo. Isso se radicalizou tanto, ao ponto de levar a pessoa considerada a mais caridosa do mundo, a famosa Madre Tereza, a dizer sobre a AIDS: "Ela é apenas uma retribuição justa para a conduta sexual imprópria". Talvez ela não tenha pensado nos pobres hemofílicos, muitos dos quais contraíram a AIDS pela transfusão de sangue. E a pessoa que, sem nunca ter uma relação extraconjugal, contrai a AIDS de seu cônjuge que não guardou essa fidelidade?
Os religiosos, em sua maioria, têm um pensamento tão limitado, que nem levam em consideração que, se a AIDS ou qualquer outra doença fosse retribuição de um deus ao pecado ligado ao sexo, somente os adúlteros a contrairiam. Mas essa não é a única imbecilidade religiosa. Há muitas.
O ato sexual, cientificamente comprovado como uma das práticas que mais beneficiam o organismo, tornou-se, no pensamento dos que ainda acreditam estar o mundo nas mãos de seres sobrenaturais, uma peste para a humanidade.
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