TODO O PRAZER NOS OLHOS DE LAÍS
Por Carlos Higgie
Um barulho diferente, vindo do corredor, acordou Laís. Alguns raios de sol conseguiam filtrar-se por um canto do black-out e da cortina. Encostado nela, encolhido como uma criança perto da sua mãe, Pablo dormia.
Ela saiu da cama sem fazer barulho. Na penumbra da habitação, adivinhou a desordem que tinham feito: a cesta de frutas apenas tocada, a garrafa de champanha pela metade, a roupa de Pablo jogada, espalhada por todo o recinto: perto da porta, na poltrona, ao lado da cama.
O vestido de Laís, tão branco!, tão lindo!, estava delicadamente esticado sobre o sofá. A sua roupa interior e seus sapatos acompanhavam a desordem da roupa de Pablo.
Nua, brilhando na sua beleza, iluminando as coisas com seu brilho, ela caminhou até o banheiro. Entrou e fechou a porta, acendeu a luz. A mãe de Pablo, que tinha escolhido o hotel e a suite para a primeira noite, tinha sido muito exigente e feliz. A suite era maravilhosa, o banheiro era um sonho: espelhos enormes e luzes de diferentes intensidades e tonalidades, uma banheira enorme e toalhas macias e cheirosas. Tudo perfeito.
Olhou-se no espelho e sorriu. Estava feliz, radiante. Era como se todos os sonhos da sua vida começassem a realizar-se. Laís sorria, olhando-se no espelho e recordando os acontecimentos recentes.
No dia anterior, um dia cansativo é verdade, tinha casado com seu amado Pablo. Os preparativos, a cerimonia religiosa, a festa, tudo tinha corrido muito melhor do que ela esperava. Perfeição era a palavra.
Os dois, cansados e apaixonados, fugiram da festa lá pelas duas da manhã. Venceram o trajeto até o hotel em poucos minutos. Pablo fez questão de carregá-la do elevador até a suite, quase caindo na tentativa. Mas chegou inteiro até a porta e salvou sua honra.
Apenas entraram no recinto ele começou a beijá-la com paixão, Laís também queria, mas precisava de um tempo, queria tirar o vestido, ir ao banheiro, preparar-se um pouco e, ao mesmo tempo, não queria jogar água fria na fervura do homem.
___ Amor – falou ela, no meio de um vendaval de beijos e amassos – preciso de um minuto...
Ele parou, olhou-a curioso e perguntou:
___ Alguma dúvida?
___ Não, bobinho. Preciso ir ao banheiro. É só um instante.
Pablo ajudou-a a tirar o vestido e teve que segurar-se para não cair com ela na cama e fazer tudo o que desejava a tanto tempo.
Realmente ela não demorou muito, só o tempo para retirar o grosso da maquiagem, tomar uma ducha rápida, escovar os dentes com capricho e vestir aquela roupa interior especialmente escolhida para a ocasião. Quando voltou para o quarto descobriu que Pablo já estava deitado e tapado com o lençol. Parecia dormir. Chegou perto e ele abriu os olhos, brincalhão, sorrindo e falando: “Achou que eu ia dormir, heim?”
Ele pulou da cama e abraçou a garota. Ela quase riu quando viu que ele estava com uma cueca samba-canção. Conteve o riso e abriu os braços para receber o amado. Os corpos entraram em contato e uma combustão irreversível iniciou-se. Os beijos de Pablo era cada vez mais ardentes, mais audazes, mais instigantes. Laís tinha a clara sensação de que se abria como se fosse uma flor, abria-se inteira para o amor e o desejo do seu amado.
Ele parou quando ela já sentia suas pernas bambas e um barulho ensurdecedor na sua cabeça, um barulho como de milhões de abelhas zumbindo e batendo umas contra as outras. Ele propôs um brinde com champanha. Brindaram, mas apenas beberam das taças. Ele voltou ao ataque, quase sem emitir palavras, deixando-a num instante nua. Ela sentiu e viu o vulto que levantava a cueca de seda. Pablo tirou a cueca e o membro rijo, em pé de guerra, altivo, levantou sua cabeça de um olho só.
Laís, que durante tantas dias e noites tinha desejado esse momento, sentiu uma pontada de medo. Muitas perguntas e dúvidas morderam sua mente. Mas Pablo veio outra vez, cheio de abraços, carícias e beijos e ela deixou-se levar por aquela onda de carinho e paixão.
Ele caiu sobre ela, sem deixar o peso do seu corpo esmaga-la. A boca dele beijava sem parar a boca da amada, as mãos mexiam nos seios, na barriga, no umbigo, na cintura, nas pernas e, em louca e deliciosa carreira, atingiam o sexo virgem. Sim. Ela tinha se guardado para aquele instante, para entregar-se naquela noite, para aquele homem, o seu escolhido.
Pablo parecia experiente, beijando nos lugares certos e, num momento de loucura total, passando a língua e os lábios pelo sexo sedento da garota.
Ela era pura umidade e calor, estava no ponto máximo da sua excitação, queria ser possuída, cravada, perfurada, massacrada por aquele falo maravilhoso. Queria dar tudo para seu amado, queria entregar-se de corpo e alma.
Ele acomodou a cabeça do membro na entrada da sua pequena caverna. Gotas de suor brotaram no lábio superior da garota. Medo e desejo, vontade e dúvidas, sentimentos contraditórios e uma excitação incrível, misturavam-se no íntimo de Laís. Mas ela queria, queria muito, desejava aquele membro abrindo-a para a vida.
___ Dói... ! – gemeu ela, quando ele avançou um pouco e parou.
___ Vou fazer devagar – prometeu ele – bem devagar, minha princesa.
___ Faz, meu amor, faz que eu sou tua, sou tua – disse ela, separando um pouco mais as pernas, tentando facilitar a penetração. As mãos dela apertaram as nádegas de Pablo, como se quisessem conduzir melhor o membro, na sua caminhada rumo ao prazer.
Ele deu uma estocada curta e firme. Ela sentiu que algo se rompia, que uma porta abria-se e o falo avançava um pouco mais. Gemeu e apertou um pouco mais as nádegas do seu amado, incentivando-o a continuar. Ele continuou a penetração, aproveitando a excitação de Laís. Pouco a pouco ela foi preenchida por aquele falo poderoso.
Pablo começou a mexer-se, entrando e saindo da apertada gruta, apertando-se contra o corpo feminino, recebendo o abraço apertado, quase desesperado, da garota. Foi um instante sublime: como se os corpos já se visitassem há muito tempo, eles encontraram a sincronia, os movimentos certos e perfeitos. Laís gemia baixinho e sentia como ondas mágicas de prazer brotavam da sua intimidade e irradiavam uma eletrizante sensação por todo seu corpo.
A força do homem abria caminhos na sensibilidade de Laís. Ela era o terreno fértil para a semente que ele queria plantar. Pablo parecia enlouquecido, metendo com energia e sem parar, correndo atrás do seu prazer e, ao mesmo tempo, proporcionando prazer para sua amada.
___ Meu amor, meu amor – gemia Laís, sentindo toda a extensão do membro dentro do seu sexo, sentindo a entrada e a retirada do membro e novamente a penetração, repetindo-se, num jogo que a deixa totalmente desarmada e aberta para o prazer, mordendo-se os lábios de pura tesão, flutuando num ambiente do mais puro amor e, também, luxuria.
___ Quero... gozar! – falou Pablo, aumentando a força das estocadas e obrigando a garota a separar mais as pernas.
___ Goza meu amor, goza, goza! – incentivava ela, sem surpreender-se pela sua iniciativa, de dar-se e dar prazer.
O gozo veio forte, vibrando em todas as células de Pablo. Enquanto gozava, ele não parou de meter e tirar, provocando um atrito que levou Laís a um principio de orgasmo.
Ficaram abraçados, ele por cima, apoiando todo seu peso no corpo feminino.
Depois foram para o banheiro, tomaram uma ducha demorada enquanto a banheira ficava pronta. Num momento de ternura, Pablo passou a mão no meio das pernas dela e mostrou a mistura de esperma e sangue.
Laís não se sentia nem um pouco constrangida por aquela intimidade. Durante toda sua vida tinha se preparado para aquele instante.
Quando a banheira ficou cheia, jogaram sais, espuma e sabonete liquido dentro dela. Ligaram os jatos da hidro e entraram.
Laís, acomodou-se no meio das pernas do seu amado, encostando as costas no peito dele. Safado, Pablo pegou um seio e, com a outra mão, começou a mexer no sexo dela.
___ Arde um pouco – confessou ela.
___ Vai arder mais, meu amor – sorriu ele -, vou descontar todos os dias em que você me negou esse prazer. Vou fazer amor contigo de todas as maneiras, até você pedir para parar e, assim mesmo, vou continuar...
___ Tarado! – riu ela – Você quer acabar comigo?
___ Quero! Quero que você sinta meu cheiro e morra de tesão, quero que apenas eu chegue na porta de casa, você já vá tirando a roupa e abrindo-se para mim.
___ Louco!
Os dedos dele trabalhavam no sexo da garota. Ela já queria mais. Sentia o membro dele crescer e tocar nas suas costas. Ele já estava pronto para outra.
Ela girou e ficou de joelhos na banheira. Beijou-o na boca demoradamente.
___ Vamos para a cama? – convidou.
___ Sim, minha taradinha – brincou ele -, vamos para a cama.
Ela fez questão de ficar por cima. Sentia-se livre, podendo beijar a boca amada, beijar e morder os mamilos, passar a mão pelo peito e, principalmente, controlar a penetração e os movimentos.
Como se fosse um pino maravilhoso, ela sentou sobre o membro. Controlando o movimento de descenso, logrou uma penetração suave e profunda, sem dor. O membro ocupou o espaço dentro da sua vagina e ela sentiu uma vontade louca de cavalgar aquele bruto até ficar sem forças. Conteve-se e começou a mexer devagar, deixando o membro sair e sentando de novo sobre ele, buscando o melhor ângulo de entrada, aquele que lhe dava mais prazer. Brincando e enterrando-se até o talo, ela chegou a um orgasmo inesquecível, uma vibração extraordinária, uma explosão que mexeu com toda sua estrutura. Poderia morrer naquele instante: morreria feliz.
Ela gozou e gritou, cravando as unhas nos ombros masculinos. Depois girou para um lado. Ele veio junto, ainda cravado nela e começou uma agitada movimentação para alcançar o pico mais alto do prazer. Gozou também, murmurando palavras, frases desconexas, coisas sem sentido.
Olhando-se no espelho, naquela manhã depois do casamento, Laís recordou todos os detalhes da sua primeira vez, com seu marido. Não se arrependeu de guardar-se para ele. Agora, dali para frente, queria ser sua mulher, sua companheira, sua amante, sua puta. Daria tudo e exigiria tudo. Não negaria nada. Queria enlouquecer aquele homem e amarrá-lo para sempre.