Aproveitando a ausência do meu amigo, Pipídio das Moças, titular da assinatura para escrevinhação nesta Usina, sabedor da sua senha, este Tim que lhes escreve ousa divulgar idéia de sua exclusiva autoria, mercê da criatividade que Deus lhe deu, a fim de examinar propostas para montagem de uma sociedade impar.
Para um desenvolvimento ambiental sustentável há que se considerar a diversificação dos produtos em chumbo, ferro e aço: coletes, mantas e coleiras.; à prova de garras, de dentes, de serras elétricas, de raios e de balas de modernos fuzis.; para árvores, búfalos, gnus, vacas, bois, garrotes, cabras, cabritos e veados, gazelas, jacarés, crocodilos, ursos pardos, brancos e pandas, baleias, elefantes, guepardos, onças pardas e pintadas, antas, como o Pipídio, e capivaras.; micos-leões dourados, lobos, raposas e lobos-guarás.
Você já imaginou um gnu devidamente protegido, sendo atacado por uma leoa, sem levar um arranhão sequer? Um jacaré, atacado por uma sucuri, sem ser estrangulado? Uma gazela não precisaria correr tanto para fugir dos seus predadores.
Em tempos chuvosos, a dificuldade seria os fios-terra.; poderiam embaraçar e enforcar os animais.
A indústria de automóvel poderia inovar também: oferecer aquelas peças, acrescidas do capacete de aço, como opcionais, protegendo a população automotiva contra balas perdidas, giletes, facas e afiadas navalhas de pivetes nas paradas obrigatórias.
Quanto a agüentarem o peso de uma chapa de ferro número 18, penso que não haveria problema, a não ser no caso de pequenos cães que fazem companhia às madames e os solteirões aposentados.
Aquela carnificina que, normalmente, vemos da televisão, nas selvas africanas e aqui, com espécies sendo ameaçadas de extinção, seria bem reduzida.
No caso de animais selvagens, as fêmeas, com aquele peso todo, até facilitariam os cruzamentos. Leões e hipopótamos teriam mais dificuldades para matarem os filhotes nascidos de outro macho.
Já que exportamos "in natura" a maior parte dos nossos produtos minerais, a idéia de produzirmos no Brasil aquelas proteções, exportando-as para o resto do mundo, poderia gerar uma grande entrada de dólares, sem maiores complicações.
Em pouco tempo, com a proliferação assegurada, os animais recém-nascidos gerariam a necessidade de mais coletes, mantas e coleiras.; à medida em que fossem crescendo, seriam recolhidos para substituição dos equipamentos, a partir de novas medidas tomadas pelos ferreiros.
Por outro lado, o número de ferreiros aumentaria assustadoramente, a ponto de serem especializados e pagos, segundo os portes e as raças dos animais. É bem provável que um complexo plano de cargos e salários e um sindicato mais poderoso que o do ABC infernariam a burocracia do Ministério do Meio-Ambiente. O volume de questões trabalhistas daria em mil e uma pendências processuais no Ministério do Trabalho.
É bem verdade que, com base nos testes feitos em homens e mulheres, o controle da natalidade dos selvagíneos poderia ser feito com vasectomia, ou costura dos úteros, conforme cada espécie pesquisada por biólogos, nutricionistas e veterinários.
Preservativos descartáveis são inviáveis para o mercado ora considerado.
A Informática, através de um bem planejado ERP, cuidaria dos registros cabíveis.; coletes, mantas e coleiras não dispensariam dispositivos eletrônicos para rastreamento.
Hienas, cobras, chacais, lagartos, coelhos, ratos e mãos-peladas seriam largados de mão, pois, seriam os substitutivos dos animais nobres que hoje fazem parte da dieta dos predadores.
Pernilongos, morcegos e pica-paus é que sofreriam mais para se reproduzirem.; se homens e mulheres não adotassem a idéia, os pernilongos e os morcegos migrariam para as cidades, e os pica-paus, com as árvores protegidas, invadiriam as madeireiras.
Sou contra o uso de artigos de couro, embora mais leves, pois isso quebraria nossa indústria de sapatos, cintos, botinhas e bolsas, feitos com o couro das nossas tilápias.
Um recurso natural alternativo seriam os cascos de cágados, desses que hoje servem como cinzeiros em clubes de pescaria.
Propostas, aos cuidados do Pipídio, para o Tim,
crente em desenvolvimento ambiental sustentado,
filho de domador de pinchers,
e servo do mercado clandestino de grous-coroados.