Fazer amor é coisa séria de mais...
Não basta um corpo e outro corpo,
misturados num desejo insosso,
desses que dão feito fome trivial,
nascida da gula descuidada,
aplacada sem zelo, sem composturas, sem respeito
atendendo exclusivamente a voracidade do apetite.
Fazer amor é percorrer as trilhas
da outra alma, uma alma tateando outra alma,
desvendando véus, descobrindo profundezas,
penetrando nos escondidos, sem pressa
com delicadeza...
porque alma tem tessitura de cristal,
deve ser tocada nas levezas,
apalpada com amaciamentos...
até que o corpo descubra cada uma das suas funções.
Quando a descoberta acontece
é que o ato de amor começa.