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Domingo, 15 de janeiro.
Depois do almoço.
Quando acordei, o dia estava o máximo. O sol brilhava com toda a sua intensidade. E me deu vontade ficar na cama pensando nele. Mas minha mãe disse que ia à praia e perguntou se eu queria ir. Respondi que sim.
Na praia, eu fiquei pensando nele. Como seria gostoso se ele pudesse estar ali comigo. Fiquei imaginando ele deitado ali do meu lado. Será o que ele ia dizer se me visse de biquíni azul? Eu queria ver a cara dele quando me visse com aquela tanguinha, com aquele biquíni bem curtinho? Aposto que ele ia ficar excitado no mesmo instante.
Não sei porque, mas eu também fiquei excitada na praia.
Eu comecei a pensar nele e na minha primeira vez quando fizemos amor na casa dele. Aí me veio à lembrança daquele dia no final da praia, quando fizemos amor de pé. E também lembrei da última vez em que fizemos amor naquela praia deserta.
Aquelas imagens vieram à minha cabeça. Eu fechei os olhos e fiquei imaginando os lábios dele nos meus seios, aquele pau duro dentro de mim para lá e pra cá. Foi só eu começar a pensar nisso que senti uma coisa no meu corpo, meus seios ficaram duros, e senti vontade de pôr o dedo na minha xana e ficar acariciando ela.
Não sei se era porque estávamos há uma semana sem transar. Só sei que senti que estava ficando molhada. Tanto que fiquei com receio de que minha mãe percebesse. Aí falei para ela que ia ficar um pouco dentro d’água.
Fui bem para o fundo e continuei a pensar nele. Imaginei ele ali comigo. Aposto como que ele ia ficar me agarrando. A praia estava lotada, mas tenho certeza que ele ia encontrar um jeitinho de ficar abraçado comigo e fazendo alguma coisa que não presta.
Ah, meu diário! Talvez isso tenha sido só imaginação da minha cabeça! Talvez tenha sido porque eu não agüento mais de vontade de fazer amor com ele. Mas teve um momento que imaginei ele me abraçando debaixo d’água, abaixando a sunga, a minha tanguinha e enfiando o pau dele no meio das minhas pernas!
Sei que não deveria pensar nessas coisas. Na verdade, isso não é coisa que uma menina da minha idade pensa. Mas o que posso fazer? Eu nunca fui assim. Mas agora, depois que ele me fez mulher, às vezes, eu penso a ajo como uma mulher adulta.
Às vezes, eu penso que estou me comportando como uma safada, como uma vadia, com uma mulher à-toa. Mas o que vou fazer? Se é isso que tenho vontade de fazer. Se ele gosta de mim assim desse jeito?
Que se dane, se isso é errado! Ninguém sabe de nada mesmo! Enquanto eu tiver vontade e ele deixar vou fazer de tudo que me der na telha. Eu só quero viver e curtir essa paixão, esse momento da minha vida. Eu não sou boba! Eu sei que a vida não dura para sempre. Se eu não aproveitar enquanto tenho oportunidades, posso me arrepender depois. Além do mais a vida é minha e posso fazer dele o que bem entender. Ninguém, mas ninguém mesmo tem o direito de me dizer o que é certo é errado. Até Porque tenho certeza que muita gente tem vontade ou faz o mesmo que eu, mas não tem coragem.
Eu estava tão distraída que nem vi minha mãe me chamar. De repente ela deu um grito e eu levei um baita dum susto. Aí eu fui saindo e ela perguntou se eu não estava ouvindo ela me chamar. Respondi que não.
Ela estava me chamando para a gente vir embora.
Quando a gente estava no ponto, esperando o ônibus, falei para minha mãe que ia telefonar para a Marcela. Aí corri no orelhão do outro lado da rua e liguei para ele. Combinamos de nos encontrar as quatro e meia no nosso anexo secreto.
Noite.
Ah, meu diário! Que dia! Desde domingo passado que eu não tinha um dia assim. Vou te contar tudo que aconteceu.
Chegamos quase juntos ao Anexo Secreto. Ficamos um pouco por lá conversando e namorando. Mais uma vez ele tocou no assunto da gravidez.
Disse que estava tudo bem comigo. Falei para ele que não estava grávida, porque senão tinha notado alguma coisa de diferente comigo. No fim ele também acabou concordando que provavelmente eu não tinha ficado grávida. Mas falou que tínhamos que tomar mais cuidado dali para frente. Concordei com ele.
A gente não tava muito a fim de ficar ali porque tinha muita gente. Então resolvemos caminhar um pouco, como se fossemos turistas.
Caminhamos por algum tempo. Depois cansamos e sentamos num dos bancos de madeira que tem por ali. No começo, ficamos um ao lado do outro, mas não era suficiente. Acho que tanto ele quanto eu queríamos ficar mais juntos um do outro. De forma que ele virou e ficou sentado com as pernas abertas, deixando uma de cada lado do banco. Aí eu sentei de costas para ele com as pernas espichadas sobre o banco e fiquei encostada nele.
Ele me abraçou, eu fiquei com o rosto colado no dele e então ficamos namorando por algum tempo. Na verdade, a gente ficou mais se beijando do que conversando. Mas conversamos também sobre o nosso futuro.
Contei da praia para ele. Disse que fiquei o tempo todo na praia pensando nele. Disse que adoraria um dia irmos juntos à praia. Ele falou que quando eu quiser a gente dá um jeito de ir. Mas que não precisamos ter pressa, porque teremos muito tempo para isso. Mesmo assim falei que qualquer dia desses vamos combinar para ir à praia. Ele falou que vai adorar me ver só de biquíni.
Hoje ele me contou com detalhes sobre a primeira vez em que me viu. Eu já sabia que tínhamos nos conhecido no ônibus, mas nunca tinha conversado com ele sobre os detalhes daquele primeiro encontro. Eu achava que tinha sido na hora em que descemos do ônibus. Só agora ele me contou a verdade.
Ele contou que quando me viu com um shortinho curto, conversando com uma amiga, ficou doido. Falei para ele que aquela amiga era a Marcela. Ele disse que o que chamou sua atenção foi a minha voz. Mas depois que olhou para mim, o que deixou ele mais doido foram a cor da minha pele e o formato do meu corpo. Ele contou que, quando me viu meio de lado, com aquele shotinho vermelho e o biquíni azul, perdeu toda a razão, ficou como que enlouquecido.
Achei aquela confissão muito séria. Tanto que perguntei: “Então você só estava a fim de transar comigo?” Aí ele respondeu: “É verdade! No começo foi isso mesmo. Mas depois quando fui te conhecendo, um sentimento foi brotando de dentro de mim. Quando me dei conta, já estava apaixonado por você.”. Fiquei feliz por ouvir dele que estava apaixonado por mim. Então eu disse: “Eu também sou apaixonada, sou louca por você, meu amor!”
Conversamos um tempão sobre esse assunto. Depois ele ficou cansado de me apoiar e pediu para eu mudar de posição. Então eu virei de frente para ele e fiquei como ele estava. Mas como nessa posição eu ficava afastada dele, então passei as pernas por cima das dele e ele me puxou para frente.
Ainda bem que eu estava de shorts. Porque se estivesse de saia ia ficar aparecendo a minha calcinha. O que me deixou a gente excitado foi a gente está sentado de frente um para o outro muito próximos e com minhas pernas em cima das dele. Se eu me movesse mais um pouquinho para frente, ia acabar sentada no colo dele.
Além disso, ele ficava quase o tempo todo com as pontas dos dedos alisando as minhas coxas. E quando ele fazia isso, eu ficava toda arrepiada. Acho que foi isso que me excitou mais ainda. Ele também estava muito excitado. Dava para ver.
Quando saímos dali, eu senti a calcinha úmida. Eu estava com muita, muita vontade de dar para ele.
Ele disse que estava ficando com fome e perguntou se eu queria comer alguma coisa. Disse que também estava ficando com fome. Paramos numa lanchonete ali pertinho mesmo.
Na hora eu não tinha certeza se ele estava com tanta vontade quanto eu de encontrar um local escondido para a gente ficar, mas pelo que aconteceu depois ele só podia estar.
Eu me lembro que não ficamos muito tempo na lanchonete. O sol já começava a desaparecer. Lembro que ele comentou sobre isso quando estávamos saindo. Só sei que ele disse que a gente poderia pegar um ônibus e ir até a praia do Guaiúba. E que lá era um local mais deserto e poderíamos ficar mais à vontade. Aceitei na hora.
Ainda havia algumas pessoas por lá. Alguns casais passeando pelo calçadão e outras jogando futebol na areia. Nós também ficamos passeando até que encontramos um banco desocupado bem no finalzinho. Aí sentamos um de frente para o outro, com tínhamos feito anteriormente, e ficamos falando de sexo.
Eu não sei se todos os homens são assim, ou se é só ele. Mas como ele é depravado. Me falou cada coisa que me deixava até com vergonha. Pelo menos de uma coisa eu tive certeza: ele é um homem experiente e já saiu com várias mulheres.
Ele disse que nunca tinha saído com uma mulher tão jovem assim como eu. Mas que já tinha saído com garotas de 17 e 18 anos quando era mais novo. Ele me contou cada coisa que fazia com as garotas que saia. Eu não sei se teria coragem de fazer certas coisas.
Sabe o que ele disse, meu diário? Que adorava quando elas chupavam o pau dele. Ele disse que ficava louco de tesão quando sentia os lábios delas no pau dele. Ele disse que quase gozava quando a ponta da língua alisava a cabeça do pau dele. Eu disse pra ele que achava aquilo nojento. Mas ele disse que não tinha nada de nojento, que muitos casais fazem isso para aumentar o desejo sexual.
Naquela hora eu disse para ele que achava que não tinha coragem de fazer isso. Mas agora, sozinha na minha cama, escrevendo esse diário, eu acho que se pintar um clima talvez eu acabo fazendo. Não tenho certeza. Mas qualquer dia, vou tentar. Ainda mais que ele disse que adora.
Ele disse que também já fez sexo anal. Perguntei o que era isso. Então ele me explicou. Perguntei a ele qual era a graça de se fazer isso. Ai ele falou que algumas pessoas sentem mais prazer em fazer sexo anal do que do outro jeito. Foi essas as palavras que ele usou.
Perguntei a ele se não machucava. Ele disse que não. Ele explicou que às vezes doe um pouco, quando o pau entra, mas depois dá muito prazer.
Sabe o que o descarado disse? Disse que qualquer dia vai fazer comigo. Aí eu falei que não vou deixar de jeito nenhum. Que no meu rabinho ele não vai por aquele pau dele nunca. Mas ele disse que vai saber me convencer. Que no momento certo eu não vou conseguir dizer não e que vou dar com o maior prazer. Eu quase dei um soco nele. Falei mesmo! Que não adianta ele insistir porque não vou dar minha bundinha para ele. Aí ele preferiu mudar de assunto. Me abraçou e me puxou para o colo dele e começou a me beijar e a passar a mão nas minhas pernas e na minha xana por cima do shorts.
Ah, meu diário! Se eu estivesse de saia, teria dado um jeito de tirar o pau dele para fora e sentado nele. Mas com aquele shorts não dava. Era muito apertado. Não tinha jeito mesmo.
Ainda bem que já tinha escurecido e onde estávamos não havia luz. Porque quando ele me sentou no colo e ficou no meio das minhas pernas, eu senti o pau dele muito duro. Aí eu comecei a me mexer só para provocar ainda mais ele. Então ele começou a me alisar os peitos e enfiou a mão por baixo da blusinha.
Nossa! Como fiquei excitada! Acho que se ele ficasse fazendo aquilo por muito tempo eu ia acabar gozando. Mas aí apareceu um casal e tivemos que nos comportar.
A gente torcia para eles irem embora logo. Mas eles continuavam de pé ali pertinho da gente. Ele até ficou falando algumas besteiras bem alto para ver se isso fazia com que eles se mancassem e dessem o fora. Mas não teve jeito. Eles ficaram por ali.
Foi então que ele disse: “Vamos levantar e sair daqui”. Aí eu perguntei: “Para onde vamos?”. Então ele respondeu: “Ta vendo aquelas pedras ali adiante. Vamos até lá. Se não tiver ninguém, a gente fica um pouco lá.”
Aí nós fomos.
Quando chegamos, tinha um casal se esfregando lá. Mas acho que a nossa presença assustou eles porque saíram logo depois.
Ele encostou numa pedra e me abraçou. Estava bastante escuro ali. Aí a gente começou a se beijar e ele já foi logo agarrando meus peitos por baixo da blusinha. Depois levantou ela e começou a chupar eles. Aquilo me deu uma vontade tão grande de dar para ele. Que merda! Porque foi me encontrar com ele usando aquele shorts apertado. Até pensei em desabotoar ele, abrir o zíper e abaixar ele um pouco para ele por o pau dele, mas era muito arriscado. Ele até disse para a gente não fazer nada porque isso não ia dar certo. Se aparecesse alguém não ia dar tempo de me vestir.
Ai eu pensei: “Ontem ele me fez gozar e ficou na vontade. Hoje vai ser a vez dele. Se não der para eu gozar não tem problema. Mas eu não vou deixar ele solto com todo esse tesão. Senão é bem capaz de me deixar em casa e ir atrás de alguma garota de programa.”. Então eu abri o zíper da calça dele e tirei o pau para fora.
Nossa! Como ele estava quente e duro! Parecia que ia pegar fogo. Ah, que vontade de tirar aquele shorts e enfiar ele todinho em mim. Te juro, meu diário! Não sei se era porque não dava, mas nunca senti tanta vontade de dar para ele. Teve um momento que quase abri o shorts e a calcinha e enfiei ele em mim. Só não fiz porque minha mão estava ocupada e ele não demorou nada para gozar.
Eu não sabia fazer aquilo direito. Mas ele me ensinou. No começo ele segurou na minha mão e me mostrou como fazia. Disse para ir devagar e com delicadeza, que se eu apertasse muito ou fizesse com muita força ia machucar o pau dele.
Eu só sei que pouco depois ele disse para eu ir mais rápido. Aí eu senti o pau dele tremer e esguichar aquele negócio melequento. Aquilo deixou minha mão toda melada. Eu só me lembro que ele disse: “Ah, meu amor! Você fez direitinho. Você foi simplesmente demais.”. Aí eu perguntei: “E o que a gente faz agora?”. Então ele disse: “Ele eu vou guardar assim mesmo. Quando chegar em casa eu tomo um banho. Vá até a beirinha d’água e lava a mão”
Depois que eu voltei. Ele me abraçou e perguntou: “Quer que eu faço em você?” Ai eu perguntei: “Como?”. Então ele me explicou.
Sabe o que ele fez? Desabotoou meu shorts, abriu o zíper e enfiou a mão por dentro da calcinha. Depois enfiou o dedo na minha xana e começou e mexer ele pra frente e para trás, como ele sabia fazer muito bem.
Acho que para me excitar ainda mais, levantou minha blusinha e ficou chupando e mordendo os bicos dos meus seios. Então eu perdi a noção de onde estava e o que estava fazendo. Só senti aquela agonia tomar conta de mim. As minhas pernas ficaram bambas. Até tive que me segurar nele para não cair.
Foi incrível. Foi muito, muito gostoso. Sei que toda vez eu falo isso, mas te juro, meu diário! Foi muito, muito gostoso mesmo.
Depois eu me arrumei rapidinho e ele me trouxe para casa, porque já estava tarde e eu já devia ter voltado há tempos.
Quando estava voltando para casa, achei que ia levar a maior bronca, mas nem minha mãe, nem meu pai falaram nada. Ainda bem.
Chega! Nunca escrevi tanto. Vou dormir que já são mais de uma da manhã. Nem vi a hora passar. Boa noite, meu diário!
Terça-feira, 17 de janeiro.
Ontem eu estava tão cansada que nem quis te contar nada. Também não aconteceu quase nada de tão interessante assim. Ontem nem nos vimos. Só falamos à tardinha ao telefone. Nem hoje não nos encontramos.
Hoje faz dois meses que escrevo você, meu diário. Como o tempo passa. Estava dando uma olhada. Nossa! Quanta coisa aconteceu nesses dois meses. Ontem ele era só alguém que falou comigo por acaso, mas hoje é o homem da minha vida, o homem que me transformou em mulher, o homem pelo qual sou capaz de fazer qualquer loucura. Ah, meu diário! Como a vida da gente pode mudar tanto em tão pouco tempo. Fico pensando no terá acontecido com a gente daqui a dois meses, dois anos... Ah, é melhor nem pensar nisso, não! Vou viver esse momento lindo. É isso que importa.
Minha mãe arrumou um emprego. As coisas estavam muito difíceis agora em casa. E o que meu pai ganha não está dando para cobrir todas as contas. Pelo menos é o que ouvi dizer. Eles até andaram fazendo uns cortes nas despesas e pediram para a gente economizar. Mesmo assim parece que não está dando.
Minha mãe até resolver trabalhar fora para ajudar nas despesas.
Acho que meu pai gastou além da conta na viagem. Ouvi ele dizer para minha mãe que não sabe como vai pagar o empréstimo, manter a casa e ainda comprar o nosso material escolar no próximo mês.
Sabe, meu diário! Até fiquei com a consciência pesada por ter feito minha mãe gastar tanto comigo quando fomos comprar roupa para a gente viajar. Também. Se eles tivessem me deixado, tinham economizado bastante. Talvez não tivessem tão apertados assim.
Minha mãe disse que arrumou um serviço onde ela só vai trabalhar no período da manhã. Ela disse que vai ter que mudar ou eu ou meu irmão de horário na escola. Porque nós vamos ter que estudar no mesmo período. Ela disse que assim eu vou poder tomar conta dele quando estiver ela trabalhando.
Eu estou preocupada. E se eu tiver que estudar à tarde junto com meu irmão? E minhas amigas? Como vou fazer sem elas? Sei que a gente não anda mais juntas como antes. Mas na escola vamos continuar sempre juntas. Vai ser como antes. Agora vem minha mãe com essa história? Ah, não! Ela vai ter que dar um jeito de mudar meu irmão de horário. Não quero estudar à tarde. Eu sempre estudei de manhã e quero continuar assim. Eu não vou mudar! Não, não vou mesmo!
Ela disse que amanhã vai na escola para resolver esse assunto. Eu vou junto.
Se minha mãe me mudar de horário eu não sei o que faço. Eu repito de ano. Eu não estudo, não faço lição só para não passar de ano. Eu apronto na escola para ela ser chamada na diretoria. Eu faço de tudo para ela me voltar para o período da manhã. Além disso, eu mato meu irmão. Não quero nem saber. Não mudo, não mudo mesmo!
Pena que quando falei com ele hoje ao telefone, ainda não sabia disso. Senão teria contado para ele na hora. Mas amanhã, quando eu ligar para ele, vou contar. Aposto como ele vai me dar razão.
Eu queria ver ele hoje, mas ele ia trabalhar o dia todo. E à noite eu não ia poder sair. De forma que só falamos por alguns momentos.
Amanhã ele disse que também vai está trabalhando o dia todo. Não sabe se vamos conseguir no encontrar. Ele falou que vai estar livre depois das seis horas. Só que não sei se vou poder sair de casa. Se não der, só vamos nos encontrar na quinta.
Quarta-feira, 18 de janeiro.
Hoje foi um dia daqueles. Deu tudo errado! Devo ter levantado com o pé esquerdo, como as pessoas dizem.
Logo cedo fui com minha mãe na escola resolver o problema da transferência de horário minha ou do meu irmão.
Ela conversou com o pessoal da secretaria, e eles disseram que não poderiam mudar meu irmão de horário porque a série dele só tem no período da tarde. Mas também não sabem se vão conseguir me mudar de horário porque não sabem se tem vaga para mim à tarde. Falaram que se tivesse vindo no final do ano, não teria problema, mas como todas as rematrículas foram feitas, vou ter que esperar alguma desistência. Ou seja: vou acabar mudando de horário.
Liguei para ele e contei a novidade. Disse que estava muito chateada e que não queria mudar de horário de forma nenhuma.
Ele disse para eu não ficar tão chateada assim. Falou que talvez fosse melhor e que eu ia acabar conhecendo novos amigos. Falei que já tinha minhas amigas e que não queria me separar delas. Ele não insistiu mais no assunto e mudamos de conversa. Ele disse que está morrendo de saudades, que não consegue ficar longe de mim.
Nossa! Como ele consegue me deixar encabulada! Parece até que meu coração derrete quando ele me diz isso. Fico ainda mais apaixonada por ele. Até parece um sonho. Nunca, nunca fui tão feliz quanto estou sendo agora. Sabe, meu diário, ele é tudo que eu poderia sonhar.
Quando ele me disse que não conseguia ficar longe, eu respondi a mesma coisa. Falei para ele que amava ele muito, muito, muito... Disse para ele que ele era o homem da minha vida. Ouvi a risadinha dele e depois ele responder: “Eu também te amo muito, sua bobinha!”.
Aí ele perguntou como eu estava me sentindo, se não havia nada de diferente comigo. Respondi que não. Ele ainda insistiu perguntando se eu tinha certeza. Percebi que ele ainda estava preocupado com a história da gravidez. Então respondi: “Tenho certeza! Não há nada de errado comigo. Tenho certeza que não estou grávida.” Aí ele disse: “Tudo bem, meu amor! Mas ainda estou com isso na cabeça. Enquanto não souber que você está menstruada, não ter certeza.” Então eu falei: “Calma que já está chegando perto. Sem ser a semana que vem, na outra eu já devo estar. Aí você não vai precisar mais ficar com medo.” Ele disse tudo bem e mudamos de assunto mais uma vez.
Mas ainda bem que já está chegando o final do mês. Parece que ele está demorando tanto para passar. Aposto que se eu não quisesse ele passaria bem rápido, mas agora que eu quero que passa rápido, fica demorando.
Depois que falei com ele, voltei para casa.
À tarde fui na casa da Marcela para contar que talvez não fossemos estudar mais juntas. Além disso fazia um tempinho que não me encontrava com ela. A gente andava só se falando por telefone. Eu precisa aparecer por lá porque senão minha mãe poderia se encontrar com ela e ela dizer que eu tinha sumido. Aí minha mãe ia ficar sabendo que quando eu dizia que ia na casa dela era tudo mentira.
Ficamos conversando por um tempão. Contei mais alguns detalhes da viagem que ainda não tinha contado ao telefone. Mas ela queria saber mesmo era o que estava acontecendo comigo. Ela disse que eu tinha mudado tanto que ela não me reconhecia direito. Disse que eu tinha sumido, que não se interessava mais por ela e que eu estava agindo de uma forma estranha. Chegou mesmo a dizer que eu tinha me tornado adulta de um dia para o outro, como num passe de mágica. Falou inclusive que falo e me comporto como se não fosse aquela menina que ela conhecia.
Falei para ela que não era nada disso. Que ela era quem estava cismada comigo. Falei que talvez estivesse um pouco mais adulta, mas que isso acontecia com todo mundo. Que eu só estava crescendo como qualquer outra pessoa. Mas ela insiste que tem alguém por trás disso. De forma que mudei de assunto para não deixar escapar alguma coisa.
No fim acabei me aborrecendo com ela e voltei para casa. Acho que na verdade é ela quem está diferente. É ela que se tornou chata. Só fala besteira.
Mas será que eu mudei tanto assim em tão pouco tempo? Acho que não mudei nada. Continuo a mesma. Se eu tivesse mudado, meus pais teriam percebido alguma coisa. Isso só pode ser coisa da cabeça da marcela.
Estou morrendo de saudades dele. Amanhã vou me encontrar com ele de qualquer jeito. Nem que tenha que inventar uma mentira para meus pais.
PARA COMPREENDER MELHOR O DIÁRIO LEIA A HISTÓRIA DE ANA CARLA EM: A MENINA DO ÔNIBUS
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