O beijo louco era o comandante do desejo,
Atacava os lábios dela com sofreguidão,
A língua senhora dona da tentação,
Vasculhava o prazer com seu solfejo.
Mãos independentes galopam nos sentidos,
A pele sorri, jorrando seu doces perfumes,
Pêlos revoltos, inquietos, gozando reunidos,
Na sensação indescritível ficam imunes.
Minha boca tal qual morada da serpente,
Navega teu belo corpo buscando o infinito,
Envolve-se no quente murmúrio totalmente,
Prova o teu suor e abafo teu erótico grito.
Pingos de luar como uma chuva de luz,
Pelas frestas, invadem nossa alcova,
Quebrando a penumbra ao amor conduz,
Num galope de volúpia o prazer renova.
Sugo teus seios firmes que se oferecem,
Bicos atrevidos, meu apetite não demora,
Novos gozos lindos, logo se oferecem,
A tua úmida gruta, amorosa me devora.
Sublimes prazeres matam nossa fome,
Na mesa cristalina, templo do esplendor,
O banquete onde nossos corpos comem,
Saciando essa vontade mágica do amor.