Há muito tempo, aqui mesmo na Usina, sobre o ponto escrevi. Mas um amigo descobriu, que nesse ponto não viu. Eu falar do ponto Ge. Que nunca por mim foi tocado.Tocado, é bom que se diga. Pra não haver confusão. No sentido de escrito. No sentido de abordado. Pois já fiz essa viagem. Há muito tempo passado. E hoje mais sossegado. Já posso opinar a respeito. Adquiri o direito. Até porquê sou casado.
Falar do ponto ge, é sempre um grande dilema. Pois há gente que acredita. Que ele nunca existiu. Apesar de ser descoberto. Desde a década de quarenta. Quando foi dado como certo. Sua ponta do iceberg. Por um alemão cientista. Um tal de Granfenberg. Que deu a primeira pista.
Mas há quem nele acredite. E dizem até ter achado. Mas como o assunto é falado. E nunca sequer foi provado. Fica sempre no ar. A dúvida do encontrado. Pode ser exibição. De quem tem falta com a verdade. De quem nunca enfiou o dedo. Onde sabe sai queimado.
Em todo o caso vale a pena. Contar a minha versão. No âmbito desta usina. Que tantas coisas fascinam. Usina de muito amor. Amores que recomeçam. Amores que nunca terminam.
Aqui acolá uma arenga. Uma turra, uma briga, uma longa faladeira. Mas logo passa e a pendenga, vira coisa do passado. Cada qual vai pro seu lado. E fica só a besteira.
M as como eu ia falando. Sobre o tal do ponto ge. De logo vai o conselho. Quem não gosta do negócio. Mire-se logo no espelho. E nem tente a ousadia. Pois vai perder muito tempo. Muita noite muito dia. A procura do achado. E vai ficar bem cansado. E até mesmo eu diria. Que por ser desajeitado, vai terminar o serviço e a moça deitar de lado.
Sem resolver o problema. Nem você ficou feliz. Nem achou o procurado. E pior do que tudo isso, depois de algum tempo, a moça virou sumidiço. coisa parece fácil. São três centímetros apenas. De confluência nervosa. No interior da vagina. Por onde tudo começa. E onde tudo termina.
Mas aqueles que não acharem. Que não venham com desculpas. Desculpas esfarrapadas. Dizer que não tem cultura. Que não conhece as consoantes. E por isso, por instantes. Ficou sem fazer a leitura.
Não vale do mesmo modo. Botar culpa no destino. Que é cego desde menino. E por isso não achou. Essa tal de confluência. Isso é puro desatino. Quando todos já sabemos. Que faltou foi paciência.
Nem vale bancar o bobão. Dizer que na hora falhou. Alegando baixaria. Dizendo que não sabia, se o ge era maiúsculo. Ou se minúsculo seria.. E assim abandonou o serviço. Deixando a moça de lado. Sem o gosto ter ela provado. Ficando só com você, que de tanto encabulado, nem teve muito prazer.
Mas o caminho das pedras. Desses problemas truncados, é só seguir os meus passos. Que agora serão traçados. No rumo do alfabeto. É o caminho correto. Pra encontrar o segredo. O segredo tão falado.
Começa no A de atração. Com muita conversa atirada. Até chegar mais na frente. Na hora de ser beijada. Beijo com a letra B. Aquele beijo ardente. Passando por muitos caminhos. Sem esquecer dos carinhos, carinhos com a letra C. Depois de tudo conseguido, não abandonar a missão. Ainda tem a lembrança. Que não se pode afastar. Se não perde-se a confiança, que tanto custou a ganhar. Por isso nunca se esqueça. Daquela dedicação. A letra D que faltava. Pra chegar na estação. A estação do ponto ge.
Mas se ainda por acaso. Depois de tanta emoção. A coisa não for achada. Não perca a paciência. Anime a sua amada. As mulheres são diferentes. Nem todas precisam do ge. Há outros pontos sensíveis. Que podem ser explorados. Mas todos os pontos carecem e precisam de cuidados. A começar pela atenção, e pelo respeito às vontades. O resto é pura invenção. É coisa que foi inventada, pra atrapalhar o tesão, é tudo conversa fiada, de quem não sabe a lição.
Domingos Oliveira Medeiros
17 de fevereiro de 2002