Tenho-te em mim
preso, ao meu corpo que se esquenta
e, devora-te por inteiro,
de todas as maneiras que inventa,
querendo prazer até o fim...
A cada instante um recomeço,
de cada detalhe que não esqueço
em intenso apego,
que faz minha boca grudar na tua
num desassossego,
que mais nossa loucura acentua.;
E, tua mão
que, ao meu corpo debrua
de toda a delicadeza,
enquanto eu, inteiramente nua,
cubro-me apenas com minha safadeza
Sem mais adereços,
sou apenas uma criatura
que, em tua mão estremeço,
até enlouqueço,
no gozo que perdura
e que te ofereço...