As palavras
Levam o corpo
Deixando a fantasia
Ao cair da noite
Debutante profeta
Já sabe tudo
Carinhos desdobrados
Pernas levando
Lugares inéditos
Nas costas
Prolongadas
O beijo
Cada seio
Todo um mundo
Pulando
Nas dobras
Espaço-temporais
De um joelho
Frêmito
Pernas
Dorminhocas
O dorso caindo
Noite afora
Orvalho
Flor que abre
Que chuva!
A vibrar
Qual chicote
Nas ancas
Balançando o sabor
Quer prova maior?
O não-pensar
Refletido
Cruas idéias
Roçando devagar
Língua já perdida
Entrementes
Grande é você
Imersa em trevas
Abrindo seu livro
Na luz da vela
A pingar sem pressa
Borrando a pena
No compasso teso
O paladar a postos
Dança dos sentidos
Uma nova sensação
A cada curva
Balançando o vento
Ao sabor do seu mar
O toque domado
Ventríloquo
De desejos além-mar
De quatro, ventos
Mil noites em uma
De salto no ato
Você dentro de você
O rosto a corar
Focando o desejo
Nascedouro
Descendo as pernas
Flexionando músculos
Velas ao mar
Levantar âncora
Devagar
Puxando os fios
Cheiro esparramado
Descendo os dedos
Na melodia, o violão
Se encarrega
De ocupar o chão
Com a fantasia
Sob as ancas
Grudada na carne
Girando as horas
Tresloucada
Plantar o pecado
Nos centímetros
No colo da Lua
Montanhas rugosasr
Ocultando seios
Minguantes
Escondidos com vigor
Ao viço dos olhos
O rosto redondo
Do tamanho da noite
Todas partes
Enfileiradas
Receber o butim
Ranger os dentes
Rupturas de vasos
Contorsionismo
Até onde der
Mergulhar na tez
Depois
Diz o que foi!
É o dilúvio