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Erotico-->A MENINA DO ÔNIBUS II - Cap. II(n) -- 31/10/2006 - 16:24 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MENINA DO ÔNIBUS II - Capítulo II(n)

Olá queridos leitores,

Vocês que acompanharam a história de Ana Carla em “A MENINA DO ÔNIBUS”, poderá a partir de agora conferi também alguns capítulos extras que farão parte do livro a ser publicado futuramente, assim que o livro estiver pronto.

Seguindo a ordem dos capítulos que foram publicados aqui na Usina de Letras, o capitulo a seguir é um capítulo entre II(m) e III da segunda parte. Para ficar mais fácil a localização, resolvi chamá-lo de capítulo II(n) para não confundir os leitores. Para ler o capítulo II(m), clique [aqui]

Abraços,

Edmar Guedes Corrêa

Se quiser saber como tudo começou, então clique em: A MENINA DO ÔNIBUS

II(n)

I

Ontem à noite consegui escapar do velho. Ele não estava se sentindo muito bem. Disse estar com uma dor de cabeça terrível e após o jantar – aliás, ele quase não comeu --, disse que ia se deitar um pouco. E assim que ele foi para seu quarto, também fui para o meu. Queria ler um pouco, o que não acabei fazendo, pois me sentia fatigado e adormeci logo em seguida.
No sábado acordei mais disposto, com os raios solares invadindo-me o quarto através das frestas da janela. Ao perceber o dia claro e bonito, pensei: “Pelo menos o dia começou bem. Isso é um bom sinal. Espero que o restante também seja assim. Será que a Ana Carla ainda vai demorar para me telefonar? Não vejo a hora de me encontrar com ela. Quero pegar aquela coisinha linda no meu colo, beijar aquela boquinha fresca, tão jovem, alisar suas coxas, apertar seus seios... Ah, só de pensar já estou ficando excitado! Não. Melhor não ficar pensando nisso agora. Deixa para quando a gente se encontrar. Ah, mas para onde eu poderia ir com ela? Ainda tem muita gente na cidade. Ainda bem que esta é a última semana de férias, assim a cidade fica vazia, a gente pode ficar mais à vontade. Todo lugar para onde a gente vai tá cheio! Não tem um lugar onde podemos ficar mais à vontade. Ah, mas hoje preciso encontrar um lugar. Vou ficar quebrando a cabeça até encontrar. Só espero que ela não precise ir para casa cedo, pois senão aí é que vai ser mais complicado mesmo! Ah, mas hoje é sábado! Ela sempre pode chegar mais tarde em casa aos sábados. Quantos horas agora? 9:00 horas! Só isso? Tá cedo demais! Vou ficar um pouco mais na cama. Não tenho nada para fazer mesmo! E até é melhor, porque assim não encontro com o meu pai. Quero evitar ele pelo menos nesse fim de semana. Ah, mas esse horário normalmente ele não está em casa. Ainda mais que é sábado! Deve ter ido se encontrar com os amigos”.
E assim fiquei na cama por mais meia hora. Nesse ínterim, pensei em muitas coisas. Pensei em Ana Carla, nas dúvidas do dia anterior e no que dizer ao meu pai quando sentasse para conversar com ele. E isso só não me aborreceu porque eu amanheci bem humorado e espirituoso demais para me deixar influenciar por esses problemas. Eu me sentia tão bem que não seria qualquer coisa que estragaria o meu dia. E quando finalmente resolvi me levantar, saltei da cama com o pensamento: “Não vou deixar nada estragar o meu dia!”.
Mas eu estava redondamente enganado. Tudo que poderia dar errado naquele dia deu.
Primeiro recebi o telefonema de Ana Carla dizendo-me que não ia poder se encontrar comigo hoje, pois era aniversário de sua avó e ela tinha que ir a casa dela.
-- Mas não tem como você inventar uma história para não ir? – ainda cheguei a insistir. Estava desapontando e meio que irritado com ela, como se Ana Carla tivesse alguma culpa.
-- Já tentei convencer ele, mas não teve jeito. Ele disse que quer a família toda lá, porque ela não anda muito bem de saúde e vai ficar feliz de ver todos nós reunidos – explicou-me ela, demonstrando estar tão desapontada quanto eu por nossos planos terem ido por água abaixo.
Soltei alguns palavrões, os quais deixaram Ana Carla assustada. E num instante de irracionalidade, deixei escapar que ela também não fazia um esforço para se encontrar comigo, referindo-se ao dia anterior, quando não nos encontramos por ela não poder.
Vi que Ana Carla ficou chateada, mas eu também estava chateado e aborrecido com ela para lhe dar importância. Assim, nos despedimos de forma até um pouco fria, embora ela tenha me dito:
-- Não fique assim, meu amor! Eu te amo! Amanhã eu prometo que nada vai impedir a gente de se encontrar.
Após desligar o telefone, voltei para meu quarto, para recompor as idéias. Estava confuso e perdido, sem saber o que fazer no restante do dia.
Pensei em sair sozinho, ir ao shopping, mas isso não me animou. Então resolvi dar um pulo à locadora e alugar alguns filmes.
Noutros tempos, eu não fazia muita questão de sair sozinho. Às vezes, ia até o centro do Guarujá e ficava uma, duas horas sentado na praça, de frente para o mar, lendo um livro. Outras vezes, tomava um ônibus e ia olhar as vitrines das lojas no shopping center e depois assistir a um bom filme. Embora isso parecesse solitário, eu não me sentia assim. Nessas ocasiões, muitas vezes, eu acabava me distraindo com as jovens que perambulavam por ali.
Só que hoje, ao lembrar desses tempos, não me sinto compelido a fazê-lo novamente. Talvez eu continuasse a apreciar as jovens com pouca roupa, cobrindo o mínimo necessário, mas não seria capaz de me concentrar nelas e me imaginar fazendo coisas que só existiam na minha cabeça. De forma que a visão delas não me era suficiente para que eu saísse de casa. Eu sabia que elas só me fariam lembrar de Ana Carla. Ao invés de pensar nelas, de desejá-las, muito provavelmente eu pensaria e desejaria Ana Carla. A imagem em minha mente não seria a imagem daquelas mulheres sexy, de corpos bem fornidos, de seios fartos, de lábios sedentos e enroscados em meu corpo, mas sim do copo de Ana Carla, de suas pernas grossas, de seus seios delicados, e de seus lábios e olhos apaixonados. Então por que sair de casa para me torturar ainda mais? Não, não. Era melhor evitar essas cenas, era melhor evitar o sofrimento. Como eu já dissera anteriormente, eu odeio o sofrimento.
O meu celular tocou quando eu estava terminando de assistir o segundo filme. E ao reconhecer o número no identificador de chamada, meu coração deu um sobressalto e passou a bater aceleradamente. Na hora, só pensei numa coisa: “Será que aconteceu alguma coisa?”.
-- Oi! Tudo bem? – perguntou a voz do outro lado. Era Roberta.
-- Tudo – respondi, embaraçado e surpreso.
– Ainda se lembra de mim? – Fez outra pergunta, dando uma risada.
-- Claro que me lembro – tornei a responder. – Como poderia me esquecer de você – acrescentei. E naquele mesmo instante, pensei: “Para ela está me telefonando, boa coisa não é. É melhor perguntar logo”. – Novidade, você ter se lembrado de mim. Estou até surpreso.
-- Eu me lembro sempre de você. Não dá para esquecer alguém assim como você. Vivemos momentos inesquecíveis aí no Guarujá.
-- Ah, também não precisa exagerar – comentei. Suas palavras causaram-me uma sensação agradável, como se exercessem um efeito capaz de desanuviar meu dia sombrio.
-- É verdade! Vira e mexe a gente comenta sobre você – comentou ela.
“O que elas andam falando de mim?”, perguntei-me em pensamentos. E tive vontade de fazer-lhe esta pergunta, mas a pergunta que ela me fez em seguida acabou desviando a minha atenção.
-- Maria Rita te ligou esses dias?
Estranhei. “Por que ela iria me ligar?”, pensei.
-- Não. Por quê?
-- É porque ela não anda bem – contou.
-- Mas o que ela tem?
-- Não sei direito. Ela não quer falar. Mas anda calada, triste. Semana passada ela andou até de cama. Não sei se comeu alguma coisa que lhe fez mal. Ficou uns três dias vomitando e indisposta.
Quando ela proferiu essas palavras, senti o chão desaparecer sob meus pés. Minhas pernas ficaram bambas e começaram a tremer. Fiquei tenso, meu coração quis saltar pela boca e por um momento não consegui pronunciar palavra nenhuma.
“Só me faltava essa agora! Ela estar grávida”, foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça. “E se estiver, minha vida está destruída”.
-- Mas o que ela tem? – perguntei, tentando não acreditar nas minhas suspeitas.
-- Não sabemos. Ela não quis dizer. Só disse que não é nada de grave. A Fernanda até achou que ela estava grávida, mas ele disse que não.
“Ufa! Que alívio!”, pensei, “Mas por que então tanto mistério? Será que ela comentou que ia me telefonar?”.
-- Ainda bem – comentei. – Mas ela disse que ia me telefonar?
-- Disse sim. Disse que estava com muita saudade e queria te ver. Inclusive ela comentou que ia te chamar para passar um fim de semana na casa dela.
-- Ela disse isso? – tornei a perguntar, como se não acreditasse.
-- Foi. Há uns três dias atrás. Parece que os pais dela vão fazer uma viagem na semana que vem e ela vai ficar sozinha. Aí ela teve a idéia de te chamar para passar um ou dois dias lá, só vocês dois – falou. (“Mas nem morto!”, pensei.) Deu uma pequena pausa, depois continuou: -- As meninas acharam uma idéia interessante e até a incentivaram a te telefonar. Disseram que isso vai lhe far muito bem. Eu não achei uma boa idéia. Falei que talvez você não pudesse, pois você trabalha o dia todo, mas fui voto vencido – explicou.
“Isso não vai acabar bem. Tô vendo! Ainda bem que a Roberta está do meu lado. Ela sabe que eu não quero nada com a Maria Rita, deve ser isso!”, fiz conjecturas naquele meio tempo.
-- Obrigado por tentar tirar essa idéia maluca da cabeça dela – agradeci. – Eu não quero me envolver mais. Acho a Maria Rita uma pessoa legal e muito interessante, mas não sinto nada por ela. Só saí com ela por puro tesão, nada mais – confessei, embora Roberta já soubesse disso.
-- Entendo. Você fez isso comigo também. A diferença é que eu vi a coisa por esse lado, mas Maria Rita, você sabe né, é uma pessoa diferente, educada de forma diferente, num mundo de fada. Então ela idealiza demais as coisas. Enfim: é uma romântica e sonhadora – explicou.
-- Você tem razão. O meu erro não foi ter visto isso – falei. “E não sei onde estava com a cabeça, por não ter percebido que ela era que nem uma daquelas coitadinhas com quem sai algumas vezes. Deveria ter percebido isso. Nunca deixo escapar nada. Agora meu erro pode me custar caro”, pensei.
-- Você estava muito ocupado em tirar-lhe a virgindade. Pensa que eu não sei? Quando eu te contei que ela era virgem, você mudou na hora, ficou inquieto e distante. Não comentei nada porque não dei conta de imediato, mas depois que descobri que você estava a fim de sair com ela, a ficha caiu.
Fiquei desconsertado diante daquelas revelações. “Então ela sabia o tempo todo quais eram as minhas intenções. E porque não me alertou antes? Por que não me disse que Maria Rita era uma roubada?”, inquiri-me em pensamentos.
-- Por que não me avisou antes? – perguntei.
Então ela explicou que não o fez porque eu estava cego demais para enxergar. E depois, ainda ia taxá-la de ciumenta e acusá-la de estar conspirando para não sair com Maria Rita.
-- Eu posso ter lá meus defeitos, mas não moveria uma palha para impedir você de sair com ela. Nós três éramos pessoas livres e nada impedia qualquer um de nós de sair com quem bem entendesse – disse ela por fim.
Concordei.
Então Roberta me alertou de que Maria Rita provavelmente me ligaria no começo da semana. Disse inclusive que a amiga ia usar de todos os argumentos para me convencer a passar um ou dois dias em sua mansão. E depois ainda avisou:
-- Se você vir, ela não vai desgrudar mais do teu pé.
Falei que não estava maluco para aceitar uma coisa dessas. Disse até mais. Contei-lhe sobre Ana Carla, embora mentisse acerca da idade. Falei que ela tinha dezesseis anos, e que era muito ciumenta, e se soubesse sobre Maria Rita ia acabar brigando comigo. Ela achou graça e comentou:
-- Ah, quer dizer que você anda com uma ninfeta?
-- É – confirmei, meio tímido.
-- Então tome muito cuidado. Nós mulheres, já somos ciumentas e possessivas por natureza, ainda nessa idade, quando nos sentimos mais ameaçadas – disse ela dando risada. – Se tua ninfeta souber, é capaz de te matar, mesmo que depois se arrependa.
-- Sei disso -- assenti.
Roberta ainda me fez algumas perguntas acerca de Ana Carla. Contei pouca coisa. Escondi inclusive que já saia com ela quando conheci as meninas. Achei que revelar isso poderia causar-lhe algum ressentimento. Além do mais, não fazia a menor diferença.
Antes de desligar, prometi a Roberta telefonar-lhe caso Maria Rita me ligasse. Ela por sua vez prometeu-me descobrir o que realmente estava acontecendo com a amiga e me informar o mais rápido possível. Por último, fiz-lhe mais um pedido: tirar da cabeça de Maria Rita a idéia absurda de me levar para passar um fim de semana com ela.
Depois que desliguei o telefone, não consegui mais assistir ao filme. Olhava para a tela da TV, mas a cabeça estava longe. Eu só pensava no que Maria Rita estava tramando. Algo dentro de mim dizia não se tratar de boa coisa.

II

Depois de quase não dormir à noite, atormentado pelo pensamento de que Maria Rita viesse a destruir meu relacionamento com Ana Carla, tive que fazer um esforço enorme para não deixar meus pais perceberem. Não queria acrescentar mais um ingrediente às desconfianças deles com relação à Ana Carla. Eu sabia, embora não parecesse, que meu pai andava prestando atenção em mim como nunca fizera em toda a sua vida. E se lhe desse mais um motivo, ele ia comentar com minha mãe e então os dois por-me-iam contra a parede.
De início eu não precisava me preocupar com ele, pois ele nunca fica em casa nas manhãs de domingo. O problema seria na hora do almoço, quando ele retornava para cear com a gente. Por mais que se entretece com os amigos, nunca deixava de estar presente à mesa. Dizia – e eu tenho que concordar com ele – que a refeição em família é uma coisa sagrada que a mantém unida. Independentemente das brigas que de quando em quando ocorre entre nós, na hora da refeição todos sentam à mesa e é ali que, na maioria das vezes, as desavenças chegam ao fim, conquanto houvesse ocasiões em que se sucedesse exatamente o oposto. E eu tinha um pressentimento de que esse seria o meu caso.
Ao ver-me pensativo, com a expressão de preocupação, o velho não deixaria por menos. Ainda mais que ele muitas vezes chega meio ébrio, depois de tomar umas cervejas com os amigos. De forma que se realmente eu quisesse evitar explicações, teria de inventar uma desculpa para não estar presente à mesa.
Apesar de estar com cabeça para pensar, veio-me a idéia de botar uma sunga e dizer para minha mãe que ia à praia. Normalmente, quando fazia isso, não voltava a tempo da refeição. E assim eles não desconfiariam de nada, de que eu me ausentara para não sentar à mesa com eles.
E foi o que acabei fazendo.
O domingo estava quente e o sol brilhava intensamente. Olhava-se para o céu e não se via uma única nuvem. Nada lembrava o domingo anterior, quando o dia estava chuvoso e fizemos aquela loucura embaixo daquele temporal.
A praia estava abarrotada de banhistas. Até porque era o último dia de férias escolares e muitas daquelas pessoas estariam deixando a cidade no final do dia.
Eu não me empolguei a permanecer no meio de tanta gente. O que eu queria mesmo era ficar sozinho para pôr a cabeça no lugar. Precisava reorganizar minhas idéias e encontrar saídas para o caso de Maria Rita aparecer de repente e tornar-se um problema. Aliás, desde que Roberta me falou ontem o que estava se passando, não me sai da cabeça que ela pode me causar mais problemas que o fato de Ana Carla ser uma menina de quatorze anos.
Não consigo entender o porquê dessa sensação.; e é isso que está me enlouquecendo. Além do mais, não consigo nem mesmo imaginar qual será o próximo passo a ser dado por Maria Rita.; pois, se ela está do jeito que Roberta me disse, então ela é capaz de tudo. Uma mulher apaixonada, consumida pela paixão é capaz até mesmo de matar ou morrer. Elas são assim mesmo. Seu amor não é nada mais nada mesmo que um desejo possessivo de ter exclusivamente o outro, como se este fosse um objeto. E só a idéia de que alguém possa lhe roubar esse objeto é motivo dos mais absurdos atos de loucura. Embora não tenha percebido isso antes, pelo que Roberta me narrou, Maria Rita se encaixa perfeitamente nesse tipo de pessoa.
E Ana Carla? Não, apesar da pouca idade, Ana Carla não chegaria a esse ponto. Provavelmente ela também agiria de forma impensada e cometeria alguns disparates, mas isso seria mais por causa da pouca idade e inexperiência do que por um desequilíbrio emocional. Eu conheço Ana Carla o bastante para saber que ela não mataria ou morreria por Amor. Cheguei a achar isso dias atrás, mas suas atitudes muitas vezes demonstram serenidade, o que não condiz com pessoas extremadas.
No momento, entretanto, não era Ana Carla quem me preocupava. Aliás, pensei muito pouco nela naquele final de manhã e começo de tarde. Quando pensava nela, era no que ela estaria fazendo e porque não me telefonara ainda. “Ah, se ela me ligasse agora, dizendo que poderia se encontrar comigo! Ia falar para ela vir com um biquíni para a gente ficar tomando sol. Adoraria ficar deitado ao seu lado, vendo aquele corpinho se derreter com o calor. A gente podia entrar na água e ficar se agarrando, como eu fiz com a Roberta. Não. Tem muita gente. As pessoas ficariam nos olhando e pensariam que eu estava fazendo safadeza com ela. Apesar de que mais tarde a praia vai estar bem vazia. Os paulistanos não gostam de retornar muito tarde para São Paulo por causa do congestionamento. Coitados! Como sofrem para curtir a praia no litoral. E tem gente que mora de frente para praia e não dar o menor valor. É. A vida é assim mesmo: só damos valor quando perde ou quando não tem. Mas eu dou valor a Ana Carla. Faço o impossível para não perdê-la. É por isso que estou nesse estado, por isso estou meio estranho com meus pais. Por causa do medo de perdê-la. Ah, mas Maria Rita não vai estragar tudo de jeito nenhum. Se for preciso dou até um sumiço nela. Matar? Não, isso não. Acho que não seria capaz de matá-la. Mas e se ela quiser destruir minha vida? Não. Matar é muito arriscado. Não quero passar o resto da vida preso. E se contratar um assassino profissional? É. Seria uma saída. Mas que besteira a minha. Não vai precisar nada disso. Hei de encontrar um meio para não chegar a esse extremo. Só não abro mão da Ana Carla. Não, ela não”, estava pensando sentado num banco embaixo de uma árvore, na praça do calçadão da Pitangueiras quando o meu celular tocou.
Era Ana Carla.
Conversamos por quase cinco minutos. Os créditos de seu cartão telefônico acabaram e então eu pedi para ela me ligar a cobrar.
Contei-lhe onde estava. Aí ela quis saber o que eu estava fazendo ali.
-- Não tinha nada para fazer em casa então resolvi dar um pulinho na praia – menti.
-- Você não está paquerando essas vadias aí não, né? – perguntou ela, causando-me surpresa, pois não esperava uma reação assim.
-- Claro que não, minha florzinha! – respondi. – Você não sabe que só tenho olhos para você?
-- É bom, mesmo! – exclamou.
Ana Carla quis saber se tinha muitas pessoas na praia, se a água estava quente e até se tinha muita ou pouca onda, como eu estava vestido, e etc. Respondi pacientemente suas indagações. Em seguida, passou a contar como foi o aniversário de sua Avó. Disse que pensou em mim o tempo todo.
-- Eu também pensei em você – menti mais uma vez, embora não tenha deixado de pensar nela em alguns momentos.
Minha revelação a afetou de forma contundente, levando-a a declarar de instante em instante que me amava. Achei graça de sua espontaneidade e de seus exageros, contudo, não a recriminei por isso, pois suas palavras me causavam imenso prazer.
De repente ela me interrompeu e se pôs a contar o que havia feito ao se deitar. E com a maior naturalidade, disse ter-se masturbado, narrando todos os detalhes que conseguiu se lembrar.
A imagem de seu corpo nu, de sua mão escorregando para frente e para trás sobre a vulva rechonchuda, o dedo perdido no meio dos grandes lábios pressionando o clitóris intumescido, a outra mão acariciando seus seios rijos e ela se contorcendo de um lado para outro tomou forma em meu cérebro como, se realmente eu estivesse vendo a cena ao vivo. Eu não tinha certeza de como ela fazia, mas essa era a idéia que eu tinha. “Será que ela enfiou o dedo lá dentro? Ou só ficou esfregando ele naquele lugarzinho? Talvez tenha enfiado, mas deve ter descoberto que o que dá mesmo prazer é acariciar o clitóris. Ela não sabia onde ficava, mas eu ensinei pra ela. Ela nem sabia que era ali o ponto mais sensível, onde se sente mais prazer. Ela deve ter ficado acariciando ele e imaginado meu pau fodendo ela, entrando bem devagar, como eu gosto de fazer. Depois ela deve ter imaginado minha boca chupando os peitinhos dela, mordendo os biquinhos. Isso dá muito prazer. Será que isso lhe dá tanto prazer assim? Ah, com certeza. Ela se contorce toda, quando eu mordo eles”, pensei enquanto ela narrava.
E não é que ela confirmou minhas suspeitas? Disse o que havia pensado, embora não exatamente da forma que eu imaginara, mas nada tão discrepante assim.
Se eu tivesse dado mais corda à Ana Carla, certamente teríamos conversado por mais de uma hora, mas eu não queria gastar todos os créditos do meu celular. Afinal de contas uma ligação de celular não é tão barata. Então eu lhe disse que meus créditos estavam acabando e perguntei a que horas a gente podia se encontrar. Ela sugeriu umas duas e meia, mas eu achei que talvez não desse tempo. Então propus nos encontrarmos as 15:00 horas.

III

Quando me encontrei com Ana Carla, uma sensação diferente envolvia-me a alma, tornando-me o coração mais mole, o que me levou a tratá-la com uma ternura fora do comum, como nunca fizer antes.; aliás, eu me comportava feito uma adolescente apaixonada. Não havia traço algum nos meus modos para com ela capaz de lembrar um homem de meia idade, racional e dono de si. Não, não, parecia me comportar pior do que um garoto inebriado por uma jovem. Eu simplesmente não lembrava nada do que eu era.
Enquanto estive com ela, não me apercebi desse detalhe. Mas depois, no outro dia, achei tudo aquilo estranho demais. E pela primeira vez, senti medo. Era como se dia após dia, como um câncer, meu cérebro fosse perdendo a razão, a noção do certo e errado, e do perigo que nos ronda a todo instante, nos espreitando, nos deixando elevar mais alto para no momento certo nos dar uma rasteira para que a queda seja maior e não sejamos capazes de se levantar.
Ana Carla também deve ter contribuído para me sentir assim. Bela e radiante, fez com que, ao vê-la, meus olhos brilhassem feito dois sóis ao meio dia de verão. Embora usasse um topzinho deixando o umbigo à mostra e uma minissaia -- a mesma roupa que usara naquele último encontro no ano passado --, era como se ela as vestisse pela primeira vez. Então a imagem de seu corpo cavalgando sobre o meu, dentro do carro do meu naquela rua deserta, tornou-se clara como a luz daquele meio de tarde. E por um momento, enquanto me aproximava para tomá-la nos braços e beijá-la, apesar de haver pessoas por perto, acabei envolvido por aquelas imagens recuperadas de minha memória. A afetação em meu corpo e meu espírito foi inevitável.
Sem saber para onde levá-la -- pois não queria ficar perambulando pelo calçadão do Guarujá --, sugeri que fôssemos à Santos até o Gonzaga. Queria dar uma passada nas livrarias, olhar os últimos lançamentos e talvez comprar algum livro. Alem do mais, eu freqüentara na minha adolescência o Gonzaga e sentia um prazer enorme em retornar. Aliás, quando eu tinha entre treze e dezoito anos, não passava um domingo sem ir ao Gonzaga. De forma que nenhum lugar me é mais nostálgico que esse bairro ímpar de Santos, onde se pode encontrar de tudo, onde se vê mais mulheres bonitas por metro quadrado do que em qualquer outro local da baixada santista.
Ana Carla não fez nenhuma objeção. Disse que fora pouquíssimas vezes ali. Então eu lhe contei sobre a minha adolescência, sobre os momentos inesquecíveis passados nos bancos da orla, nos corredores dos shoppings, nas lanchonetes e até mesmo nas livrarias. Embora não entrasse em detalhes, eu sabia com qual ex-namorada sentara em tal lanchonete, em qual mesa e até mesmo o que pedira. “Ah! Eu era feliz e não sabia!”, pensei em dado momento, ao passar em frente a uma casa de vitaminas no começo da Avenida Ana Costa.
Tudo isso acabou me fragilizando, deixando-me mais sensível. E de alguma forma, como se quisesse voltar ao passado, quis agradar Ana Carla, como agradava minhas antigas namoradas, as quais eu as presenteava e fazia-lhes juras eternas de amor, como se o futuro estivesse em nossas mãos, como se fôssemos capazes de prometer uma coisa hoje e cumpri-la por toda a vida. Ah, quão ingênuos são os apaixonados! Não vêem que para colher uma rosa, é preciso antes espetar os dedos.
Ao entrarmos numa loja, Ana Carla encantou-se com as agendas. Ao folheá-las, deixou escapar que nunca tivera uma para anotar seus lembretes. Não tive dúvida: pedi-lhe para escolher a mais bonita. Ana Carla ficou como se não acreditasse que eu fosse fazer aquilo. Mas era o mínimo que eu podia fazer por aquela jovem, a qual me fazia sentir o homem mais feliz do mundo. Assim presenteei-a àquela jovem tão bela e sedutora, cujas palavras ainda ecoavam em meu coração, fazendo-o retumbar de paixão.
Ao entregá-la a agenda, falei:
-- Através dela você vai sentir a minha presença, mesmo na minha ausência.
Ana Carla ficou muda, sem palavras. Vi que ela não sabia o que dizer. E num gesto de intenso arroubo, esquecendo de onde estava e da presença de inúmeras pessoas a nossa volta, pulou em meu colo e me cobriu de beijos.
Tive de sussurrar-lhe ao ouvido onde estávamos. Só então ela se conteve e me deixou.
Mas eu queria agradá-la ainda mais, queria que ela se lembrasse desse dia para todo o sempre. Então tive a idéia de comprar-lhe também uma caneta para que toda vez que a usasse na aula ou em casa pensasse em mim. Contudo, não a deixei escolher a caneta. Se deixasse, provavelmente escolheria uma dessas mais em conta, que escrevesse com uma cor extravagante, o que não era a minha intenção. Queria lhe presentear uma caneta de qualidade, algo que as amigas jamais teriam. Por isso escolhi uma caneta feminina, porém beleza e valor inestimável.
Ana Carla tornou a ficar emocionada, mas dessa vez – talvez por tê-la alertado minutos antes – foi mais comedida, até porque algumas pessoas naquela loja nos olhavam torto e com ar de indignação.
Ao sairmos da loja em direção à praça de alimentação, perguntei-lhe:
-- Gostou dos presentes?
-- Adorei – respondeu, esticando o pescoço e me dando um rápido beijo nos lábios.
Conquanto não fosse o local de maior movimento do shopping, a praça de alimentação estava relativamente cheia. Havia muitas pessoas – principalmente casais --, tomando chocolate e sorvete. E tivemos um pouco de dificuldade em encontrar uma mesa desocupada para sentarmos.
-- Escreve alguma coisa nela pra mim – pediu Ana Carla folheando atentamente a agenda. Olhava cada detalhe, cada desenho estampados nas páginas de cor bege.
-- Melhor não – falei. – É bom não ficar se arriscando mais do que a gente já se arrisca.
Ela insistiu e tentou argumentar, inclusive prometendo que ninguém jamais deixaria alguém saber que fora eu o autor daquelas palavras. E por um momento quase amoleci. Mas não sei de onde tirei forças para bater o pé e me recusar a escrever-lhe na agenda.
Notei que ela ficou um tanto desapontada, mas sabia que estava fazendo o melhor para nós. “Vai chegar o momento em que vou poder te escrever tudo que você quiser sem medo, mas ainda não é chegada a hora. Mais vale um não agora do que não te ter para dizer nem sim nem não. Você é tudo que eu tenho e não vou deixar que algumas palavras possam nos separar. Já estou me arriscando em te dar essa agenda e essa caneta. Já estou arrependido. Acho que não deveria ter feito isso. Vá que os pais dela vejam a agenda e resolvem querer saber onde foi que ela tirou? E o que ela vai dizer? E se ficar toda enrolada e começar a gaguejar? Vão saber que ela está fazendo coisa errada. E se ela resolve contar a verdade? Não, ela não vai fazer isso! Ela sabe que não pode. Ela vai dar um jeito. É muito esperta. Mais do que eu, se bobear”, pensei pouco antes de ser interrompido por sua delicada mão deslizando suavemente em minha face.
-- Eu te amo – disse ela, em seguida.
-- Eu também, florzinha – repeti.

IV

Quando retornávamos para o Guarujá por volta das dezoito horas, ainda não tinha certeza de onde levá-la. Sabia que desde o final do ano passado, este seria um dos domingos mais tranqüilos, pois a cidade estava ficando vazia e voltando a normalidade. No entanto, ainda havia alguns turistas retardatários que não iam embora tão cedo. Todo ano é assim: quando começa as aulas a maioria vai embora, mas alguns ainda ficam mais uma ou duas semanas.
Isso contudo não seria problema. Essas pessoas normalmente preferem ficar passeando na orla das Pitangueiras ou da Enseada. Não se arriscam a ir para as praias mais desertas por motivos de segurança. É sabido que o número de assalto aos turistas na temporada cresce de forma assustadora e essas pessoas preferem ficar onde o risco é menor. Portanto, era só optarmos por uma praia mais afastada e menos segura.
Só fui me decidi quando atravessamos a barca de volta ao Guarujá. Dependendo do destino a ser tomado, teríamos que pegar esse ou aquele ônibus. Assim, era preciso decidir. E quando estivéssemos no ônibus, não podia mais voltar atrás.
“É um pouco longe, mas é melhor a gente ir pro lado da Enseada. Lá é menor a chance de ter muita gente”, ponderei.
-- Vamos para o Pernambuco – falei.
Ana Carla assentiu. Aliás, nesse ponto ela nunca fez objeção. O que eu decidia estava decidido. Até porque eu conhecia o Guarujá melhor do que ela.
Quando as coisas têm que dar errado, não há nada que façamos para evitar um desastre.; mas quando têm que dar certo, não há opção ruim. E até quando cometemos um deslize ou fazemos a pior escolha, mesmo assim tudo termina bem. E se durante toda a semana as coisas não deram certo, naquele domingo foi exatamente o contrário.
Ao chegarmos ao Pernambuco, praticamente não havia mais ninguém por lá. Apenas uma dupla de casais e uma família com duas crianças pequenas caminhavam despreocupadamente pela areia, na beira d’água. De forma que eles não nos incomodariam, até porque começava a escurecer e em pouco tempo a visibilidade seria pouca, permitindo assim que ficássemos bem à vontade.
-- A gente só não pode demorar muito. Não posso chegar tarde em casa – alertou-me Ana Carla.
-- Só vou apagar teu fogo e aí a gente vai embora, minha florzinha – falei, encostando ao muro, agarrando em seus quadris e puxando-a de encontro a mim.
-- O meu ou o seu? – perguntou ela, deixando escapar um breve sorriso enquanto pressionava seus quadris de encontro aos meus.
-- O nosso, sua safada! – Meu tom de voz denotava malicia e descontração.
Ana Carla se aninhou ainda mais. Nossos lábios se tocaram num beijo desavergonhado e cheio de desejos. E, enquanto a beijava, minha mão não perdeu tempo. Procurou seus seios e passou a se ocupar deles. Até porque a roupa que Ana Carla usava não poderia ser mais adequada para a ocasião. Aliás, toda vez que saímos com intenção dum contato mais íntimo, ela usa roupas mais fáceis de serem tiradas ou que facilitem ao máximo esse contado entre nossos corpos.
Apesar de fazer tão somente uma semana desde a nossa última transa, era como se fosse uma eternidade. Ao nos tocarmos produzia-se uma corrente elétrica que percorria o corpo um do outro, ativando as mais obscuras sensações de desejo. Era como se essa eletricidade fosse capaz multiplicar nossa sensibilidade e nossos desejos uma infinidade de vezes. E ao fazer isso, nos deixava desesperadamente loucos para se entregar um ao outro.
O tempo estava contra nós e os nossos desejos não nos deixariam ir, lentamente, em direção ao ápice, ao ponto mais elevado do prazer sexual. Não seria como subir uma montanha íngreme, onde galgamos centímetro a centímetro, experimentando a sensação de cada passo.; mas sim como descer desembestado a mesma montanha, sem ter onde se apoiar para diminuir a velocidade.
Acredito que foi por causa desse afobamento, dessa vontade de chegar lá o mais breve possível que pequenos detalhes, que outrora teriam grande significado e seriam executados como numa orquestra, quase passaram despercebidos ou de tão natural não provocaram quase nenhum deleite.
Um desses detalhes foi quando Ana Carla tirou a calcinha. Ela simplesmente a empurrou para baixo, levantou uma perna, depois outra, dobrou a calcinha e a enfiou no bolso da minha calça, como se fizesse isso todos os dias.
A minha afetação não foi por vê-la tirar a calcinha, mas por beijá-la. Aliás, como fizera momentos antes, levei a mão no meio de suas pernas e atolei o dedo em sua vulva úmida e pegajosa.
Esse detalhe inclusive ainda permanece vivo na minha lembrança por um motivo muito simples: eu ainda me lembro do que pensei ao sentir sua vulva tão intumescida assim: “Como ela fica encharcada fácil! Se eu ficar acariciando ela assim por uma hora é capaz dessa coisa começar a escorrer por suas pernas. E será que isso tudo é vontade de dar pra mim?”.
Não cheguei a concluir esse pensamento. Ana Carla desviou-me a atenção ao agarrar-me o falo e arrancá-lo para fora. E sem que eu pedisse, por si mesma ela tomou a iniciativa e retirou do bolso esquerdo a camisinha, rasgou a embalagem e vestiu-a em mim com uma facilidade que me deixou boquiaberto. Eu só lhe ensinara a fazer isso uma vez. E pelo jeito não esquecera nenhum detalhe.
Ah, querido leitor! Talvez você possa nem acreditar e achar que estou sendo exagerado. Mas não estou contando a mais pura verdade. Talvez omita um detalhe ou outro, mas o diário da Ana Carla é a mais contundente prova de que não estou mentindo. Alem de que, como poderia mentir acerca de fatos que estão tão enraizados na minha memória que pareço vê-los como diante de uma tela de cinema? Não, não. Posso ter muitos defeitos, mas minha memória é impecável.; reteve coisas que eu pensava não se lembrar mais. Todavia, o diário dela funciona como um índice, que, ao lê-lo, consigo localizar, no emaranhado de conexões do meu cérebro, em qual delas está a imagem representando cada segundo que vivi com Ana Carla. De forma que tudo que digo é a mais perfeita verdade.
Quem acreditaria que uma menina de quatorze anos era capaz de chegar ao orgasmo em pouco mais de um minuto? Pois foi isso que aconteceu com Ana Carla naquele primeiro domingo de fevereiro, ali, encostada ao muro de concreto, com as pernas abertas enquanto meu falo envolto numa camisinha se movia desesperadamente para frente e para trás tal qual pistões de um motor.
Quando ela soltou um grunhido de prazer e caiu por cima de mim, eu também não acreditei. Tanto que cheguei a lhe perguntar:
-- Mas já?
Ela simplesmente meneou a cabeça afirmativamente.
E eu? Estava quase lá, falta muito pouco para eu também atingir o cume da montanha, só que a camisinha – embora ela não me incomodasse de fato – retardava os meus passos. Ela funcionava como um inibidor, impedindo-me de chegar rapidamente ao orgasmo. Aliás, toda vez que eu punha a camisinha, Ana Carla chegava ao gozo antes de mim.
Ana Carla não era egoísta. Pelo menos comigo nunca foi. E não seria naquele momento que me deixaria a ver navios. Não, não.
Logo em seguida ela ergueu a cabeça e ainda com a respiração ofegante apertou-me de encontro a si e pediu:
-- Vem, meu amor! Goza na sua putinha!
Aquelas palavras tiveram um efeito que não sei como dizer. Meu prazer aumentou de forma tão intensa que em poucos instantes um curto circuito deu-se no meu sistema nervoso central e fui tomado por um curto instante de espasmo, o qual me deixou sem forças nas pernas. Quase cai para trás. Se Ana Carla não me segurasse, acredito que teria perdido o equilíbrio e desabado sobre a areia.
-- Aonde a gente vai parar? – cheguei a perguntar ao recobrar o controle de meu corpo.
-- Não sei. A gente vai acabar ficando juntos para sempre – disse ela com simplicidade.
“Espero que você tenha razão, minha florzinha! Espero que isso tudo não passe de um sonho. Tenho medo de que esse sonho se transforme em pesadelo”, pensei. Aliás, devo ter pensando outras coisas, mas somente essas palavras ficaram retidas em minha memória.

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Agora se quiser ler a versão da Ana Carla da história, então clique em: O DIÁRIO DE ANA CARLA



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