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Erotico-->A MENINA DO ÔNIBUS II - Cap. V(a) -- 02/01/2007 - 16:55 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MENINA DO ÔNIBUS II - Capítulo V(a)

Olá queridos leitores,

Vocês que acompanharam a história de Ana Carla em “A MENINA DO ÔNIBUS”, poderá a partir de agora conferi também alguns capítulos extras que farão parte do livro a ser publicado futuramente, assim que o livro estiver pronto.

Seguindo a ordem dos capítulos que foram publicados aqui na Usina de Letras, o capitulo a seguir é um capítulo entre V e VI da segunda parte. Para ficar mais fácil a localização, resolvi chamá-lo de capítulo V(a) para não confundir os leitores. Para ler o capítulo V, clique [aqui]

Abraços,

Edmar Guedes Corrêa

Se quiser saber como tudo começou, então clique em: A MENINA DO ÔNIBUS

V(a)

I

Acordei com a voz de meu pai e batidas na porta de sua mão pesada. Viera avisar-me que estavam subindo para São Paulo, pois o estado da tia Luzia piorara – tivera uma parada respiratória por volta de meia noite. “É de hoje que ela não passa!”, pensei ao sentar-se na cama. Sentia-me cansado e indisposto. Apanhei o celular sobre o criado mudo e consultei as horas: 9:14. “Merda! Tão cedo assim?”. Para me despedir dos velhos, levantei: “Assim que eles saírem, eu volto a deitar”, tornei a pensar. Abri-lhe a porta.
-- Você não quer ir com a gente, filho? – perguntou ele. Estava vestido, pronto para sair.
-- Não, pai – respondi ainda meio sonolento, meio sem entender direito o que se passava.
Na sala deparei com a minha mãe correndo de um lado para o outro, toda apressada, como se a perda de um segundo ou dois pudesse fazer toda a diferença do mundo.
-- Filho, toma conta da casa direitinho – recomendou ela, dando-me um beijo na face. Seus olhos pareciam mais tristes do que nunca.; e a imagem da derrota era prenúncio de que as esperanças chegaram ao fim. Aliás, tive a impressão de que ela chorava. – Qualquer coisa a mamãe telefona. – acrescentou pegando sua bolsa e dirigindo-se à porta. Meu pai estava no carro pondo suas coisas.
-- Tá, mãe. Vá com deus.
Tranquei a porta e fiquei espiando-os da janela até partirem.
Antes de retornar para cama passei no banheiro para aliviar a pressão sobre a bexiga. O excesso de refrigerante tomado no dia anterior fora a causa daquele desconforto, o qual só passou a me afetar após levantar. “É, meu garoto, hoje você vai ter seu dia de glória! Vou trazer a Ana Carla para cá e você vai poder se divertir como nunca. Você está preparado? Não vá se cansar logo, heim! Se der tudo certo. Espero que dê. Você vai enjoar de foder aquela bocetinha. Você é louquinha por ela. Não é? Então? Hoje vai poder ter ela como há muito tempo não tinha. Ah, que alívio! Como é bom mijar! Não. Sossegue! Não vá crescer agora! Ainda não é hora. Quero dormir um pouco mais e se você ficar assim não vou conseguir. Vou ficar pensando na bocetinha dela, imaginando a gente fazendo amor na minha cama, no sofá da sala, na cozinha, na piscina. Piscina! É mesmo! Agora temos uma piscina aqui em casa! Ah, vamos tomar banho juntos. pelados. Tá vendo? Foi ficar duro. Assim é ruim para te sacudir. Vá para dentro e sossega”, pensei.
Tentei dormir um pouco mais, todavia meus devaneios impediam o sono de chegar. E até quando eu fazia um esforço para não pensar em nada, mesmo assim eu continuava a pensar em Ana Carla. Aliás, essa sensação acabou produzindo em meu cérebro os seguintes versos:

Estava tentando pensar em alguma coisa
Em alguma coisa que não fosse você
Mas quanto mais eu me esforçava
Mais e mais eu pensava em você.
Então eu decidi não pensar em nada
E descobri que o meu nada é você
Aí eu passei a pensar em tudo
Mas tudo também dava em você
Por fim, resolvi acabar com essa aflição
Pensando tão somente em você.

Em toda a minha vida, nunca escrevera um poema. Achava que poetas são pessoas especiais, que têm um dom que milhares de outras pessoas não tem, que por algum motivo foram agraciados com essa inteligência, com essa capacidade de transformar qualquer situação em tema para um poema. Poeta? Isso eu jamais serei. Aliás, não só não me arriscaria a escrever um poema como também uma narrativa. Embora tenha lido muitos livros, não me sinto capaz de colocar no papel uma seqüência de palavras e formar um parágrafo sem que o mesmo tenha uma coerência, expresse sentimentos e desejos, descrevam situações, lugares e pessoas sem que isso pareça infantil ou mesmo ridículo. Sei que não sou nenhum idiota, pelo contrário, acredito ter um nível de inteligência acima da média, mas não tenho nenhum talento para a escrita, quanto mais para fazer versos. Como eu disse: ou você nasce poeta ou jamais o será. Não adianta dizer: eu quero ser poeta como se dissesse: quero ser carpinteiro, quero ser eletricista, quero ser contador, professor ou qualquer outra profissão que se pode aprender na escola. Poeta não. Não se aprende a ser poeta. Já se nasce poeta. E de repente surgem aqueles versos na minha cabeça como se brotassem do nada. Ah, confesso que por alguns instantes esqueci Ana Carla e me senti feito poeta, com uma sensação de deleite na alma por ter criando um poema. Será que é essa sensação que os poetas têm, quando um poema aflora, depois de germinar e ganhar corpo nas profundezas do subconsciente? Ah, como eu gostaria de sentir essa sensação, esse quase orgasmo mais vezes! Sim. Gostaria de senti-lo outra vez.
E antes que os versos pudessem me escapar, abri mais que depressa a gavetinha do criado mudo, apanhei um pedaço de papel e a caneta tinteiro que comprei cerca de um ano atrás (Ainda está novinha. Só a usei em duas ocasiões desde que a comprei) e pus a rabiscar os versos do poema. Escrevi-os como me vieram à cabeça. Depois pensei em como dividi-lo em estrofes, mas isso eu sabia fazer. Assim, resolvi deixá-los todos juntos, formando uma única estrofe. “E não é que ficou legal! Nunca imaginei que fosse capaz de escrever versos. É, quem diria! Até isso Ana Carla está conseguindo fazer: me transformar em poeta. Poeta não! Já estou exagerando! Ah, qualquer dia vou presenteá-la com este poema. Ela vai ficar encabulada. Talvez seus olhos até encham de lágrimas, quando o ler. Nada emociona mais uma mulher do que escrever-lhe um poema. Não é à toa que durante toda a história os poetas sempre exerceram uma grande importância. Não se pode falar de amor sem lembrar da poesia. Esse verso

Pensando tão somente em você

ficou simplesmente demais. Tõ até vendo. Quando ela ler, vai pular nos meus braços e me cobrir de beijos. Preciso escolher o momento certo, a ocasião mais adequada para lhe dar este poema. Depois vou passá-lo a limpo. Por enquanto vou deixá-lo aqui na gaveta. Ninguém vai mexer”. Guardei a caneta e o poema na gaveta e tornei a apoiar a cabeça no travesseiro.
As horas passaram e nada do sono chegar. Além de não conseguir ficar sem pensar em Ana Carla, aos poucos a sensação de fome foi se tornando mais evidente, causando-me certo desconforto na barriga, o que contribuiu para que realmente eu não conseguisse mais dormir. Além do mais, já não era cedo e a qualquer momento Ana Carla poderia me telefonar. Assim, acabei levantando.

II

Quando ela me telefonou, pensei em lhe contar quais eram meus planos.; todavia resolvi fazer-lhe uma surpresa. Entretanto, era preciso lhe dizer alguma coisa, pelo menos dizer-lhe que encontrara um local para ficarmos, para passar o final de tarde, pois assim ela viria preparada e não estranharia meu pedido para que tomasse um ônibus até minha casa. E ela ainda insistiu para lhe contar aonde iríamos, mas mantive-me firme e não soltei a língua, como costumava fazer quando ela usando de todas as artimanhas arrancava de mim o que queria. Aliás, por pouco não conseguiu. Houve um momento em que cheguei a fraquejar. Por sorte ágüem a chamou e ela disse que precisava desligar. “Ufa! Quase conto! Também, o que não faço por ela. Não consigo lhe negar nada. É como se eu estivesse ligado a ela de uma forma que nem mesmo eu sei explicar. Ah, como isso me preocupa! Não deveria ser assim... A cada dia ela parece assumir cada vez mais o controle da situação. Antes, era eu quem decidia tudo, mas agora é ela quem impõe suas vontades. Não, isso não está certo. E se eu não pudesse me encontrar com ela às duas horas? E se eu tivesse outro compromisso? Ah, mas nesse caso, ela fez bem. Eu ia falar para a gente se encontrar às quatro horas. Pensei que ela não poderia sair antes. Sorte a minha não ter sugerido. Assim temos duas horas a mais para ficarmos juntos ”, pensei.
Faltavam cinco para o meio dia. Isso queria dizer que eu não dispunha de muito tempo para dar uma arrumada no meu quarto e depois almoçar. Dona Rosinha – minha mãe -- não deixara almoço pronto. “Ela nem deve ter se lembrado disso. Saiu com tanta pressa. Eh, vou ter que almoçar num restaurante aqui por perto mesmo”.
Não desperdicei tempo. Primeiro, retirei a mesa do café e sacudi a toalha da mesa.; em seguida, fui para o meu quarto, estendi a cama, apanhei a roupa suja e levei para a lavanderia.; por fim, fui até a área no fundo da casa e verifiquei se a piscina estava limpa e se não havia nenhuma bagunça. Só a água da piscina estava um pouco suja. “É melhor eu trocar essa água. Já está aí há quase uma semana. Se o velho ver, vai reclamar que estou gastando água, que a conta vai vir nas alturas, mas este é um caso especial. Não vou querer que ela tome banho nessa água suja. Não, de jeito nenhum. Além do mais, quando ele voltar talvez nem repare”, pensei. Enquanto a piscina esvaziava, fui tomar um rápido banho. Embora tivesse dormido seminu e coberto apenas com um lençol, transpirara a noite e agora com aquela correria o cheiro de suor parecia mais forte. “Não. Só tomando um banho”, pensei. Ao sair do banho com a toalha enrolada nos quadris, verifiquei se a piscina havia esvaziado. Faltava pouco. Voltei ao quarto e me troquei. Pus uma bermuda e vesti uma camiseta. Retornei à área dos fundos, liguei a mangueira e deixei a piscinha enchendo. “Vai levar mais ou menos uma hora para encher. Talvez um pouco mais. Até ela chegar já deve estar cheia. Enquanto isso, vou comer alguma coisa leve. Tá um calor dos infernos. A gente nem tem vontade de comer direito”, pensei ao trancar a porta da sala.
O restaurante mais próximo ficava a três quadras de casa. Não era um grande restaurante, mas a comida também não custava muito. Podia-se comer razoavelmente bem e a variedade não deixava a desejar. Estava movimentado naquele domingo – aliás, como quase todos os domingos --, ainda mais por se tratar de um local bastante freqüentado não só por trabalhadores como também por turistas fugindo dos preços exorbitantes cobrados pelos grandes restaurantes da cidade. Entrei na fila e aguardei a minha vez de se servir. “Só espero que essa fila ande depressa. Não tenho o dia todo para ficar aqui”. Um cliente passou por mim com o prato cheio, deixando um cheiro de peixe ensopado. “Não gosto de cheiro de peixe. Isso me enjoa. Não, mas um camarãozinho é gostoso. E Ana Carla? Será que ela gosta de peixe? Nunca perguntei que tipo de comida ela gosta. Se não esquecer, vou perguntá-la mais tarde”. Outra pessoa passou por mim com o prato cheio. Era uma senhora gorda. “Essa lasanha sim. Essa parece deliciosa! Só espero que não acabe quando chegar a minha vez”. E não acabou, pois a fila andou rápido. E coloquei mais salada no prato – principalmente tomate --.; em seguida, pus uma colher de arroz, um pequeno pedaço de lasanha, meia colher de purê de batata e uma fatia de lombo assado, que aliás é a carne que mais gosto.
O mais difícil foi encontrar um lugar para me sentar. Por fim acabei sentando numa mesa de dois lugares onde o um senhor de idade já ocupava um deles. O homem parecia estar ébrio e não tinha lá bons modos. No entanto, não dei muita importância a isso. Estava mais preocupado com a hora, em sair o mais rápido possível dali e voltar para casa a fim de esperar a “minha florzinha”. Além disso precisava ver se a piscina havia enchido. Não queria que ela chegasse e encontrasse a piscina vazia. “Será que eu prendi a mangueira direitinho? Será que ela já encheu? Não, ainda não. Ainda não deu tempo. Mas já deve estar quase cheia. A água já deve ter passado da metade, daquelas listras que ela tem em volta. E quando ela ver? Vai ficar muito feliz. Ainda bem que o muro é bem alto. Podemos ficar à vontade. Que porco! Catando a comida da mesa com a mão e pondo na boca. Será que ele não vê que tem mais gente à mesa. Eca! vou comer logo e sair daqui”.
Quando sai do restaurante ainda faltavam meia hora. “É, até que estou adiantado. Nem precisava ter corrido tanto. Melhor assim... Preciso voltar em casa para escovar os dentes, tirar essa camiseta velha e ver se a piscina está cheia. Se não tiver, espero que falte pouco”. De fato não estava, mas também não faltava muito. Enquanto acabava de encher, fiquei ali de pé esperando e imaginando onde estaria Ana Carla naquele horário. “Ah, deve estar no ônibus! Talvez esteja quase chegando”, consultei o relógio. “Nossa! Já é isso tudo? Duas em ponto! Melhor correr. Ela já pode ter chegado e tá lá na pracinha me esperando. Ih! Tô sem camiseta! Ponho uma ou não?” -- pois a tirara ao entrar em casa. -- “Há vou assim mesmo! É pertinho: só duas quadras”.
E não é que ela já havia chegado? Vi-a de longe, antes que me visse. Parecia inquieta, preocupada, como se não tivesse certeza de estar no lugar certo, embora tivesse passado por ali uma vez. Andava para um lado, olhava atentamente a minha procura, então virava para o outro lado e fazia o mesmo.; depois consultava o relógio. “Se eu me atrasasse mais dez minutos, acho que ela entraria em pânico. Olha só como ela está? Só porque estou atrasado três minutos”, pensei.
Ao ver-me apontar no começo da rua – a rua iniciava-se naquela praça --, deixou escapar um sorriso de alívio, de contentamento e principiou a correr em minha direção.; mas parou em seguida, como se alguma coisa a impedisse de continuar, e ficou me aguardando.
-- Oi, florzinha! -- falei, ao parar diante dela. Então ofereci meus lábios e ela me beijou levemente.
-- Oi! -- repetiu ela, fitando-me com estranheza. -- Por que você está assim?
-- Por quê? Eu não disse que tinha uma surpresa? Então? -- Ana Carla me encarava com espanto, de forma interrogativa, como se não entendesse nada. -- A gente vai para minha casa.
-- Para sua casa? Mas e seus pais?
-- Não estão em casa. Foram para São Paulo – expliquei.
Ao ouvir isso, sua expressão transformou-se. Seus olhos brilharam, os lábios emitiram um sorriso indecifrável e suas mãos e pernas agitaram-se como quando não se pode contentar de alegria. E sem que eu esperasse Ana Carla pulou nos meus braços e cobriu-me de beijos feito uma criança que acaba de ganhar um presente a muito desejado.
-- Vai ser incrível, meu amor! -- exclamou, quando finalmente parou de me beijar.
Assenti.
-- Vem! É melhor não ficarmos por aqui. Vá que algum conhecido nos vê e depois comenta com meus pais. Vou ficar numa situação embaraçosa – expliquei. De fato estava com receios. Ali, naquela praça tão próxima da minha casa, o risco era grande. Se não queria que alguém nos visse, então que saíssemos o mais rápido possível.
Ana Carla concordou. Aliás, ela parecia querer a ida para minha casa mais do que eu. Seu semblante e a maneira como agia não deixavam dúvida: dir-se-ia tratar-se de uma noiva correndo para o altar.
-- Entra – convidei, após levar a mão à maçaneta e abrir a porta. Ao sair não me dei ao trabalho de trancá-la, pois sabia de antemão que retornaria em poucos minutos.
Entramos.

III

Ah, querido leitor! Estava afetado demais para prestar atenção a tudo que se passava a minha volta, contudo não pude deixar de notar o quanto Ana Carla parecia descontraída ao atravessar a porta da sala. Diferentemente da primeira vez em que esteve ali, ela parecia mais curiosa, mais disposta em examinar os objetos ao seu redor. Vi seus atentos e perscrutadores olhos examinarem o corredor a procura do meu quarto, como se ela tencionasse relembrar onde se encontrava. E sem pedir permissão, segui pelo corredor até achá-lo.
Segui-a.
-- Ainda lembra do meu quarto? -- indaguei-lhe assim que ela parou diante da cama.
-- Como poderia me esquecer – respondeu. Olhando-a atentamente e curvando-se para apalpá-la. Por um momento cheguei a pensar que ela fosse sentar na cama.; entretanto, não o fez. Virou e foi em direção à cozinha.
-- Vem cá, que tenho uma surpresa. -- Peguei em sua mão e puxei-a em direção à área no fundo da casa.
-- Uma piscina! -- exclamou. -- Ah se eu tivesse trago o meu biquíni – acrescentou com ar de decepção.
-- Biquíni? Mas para que biquíni? Entra sem roupa mesmo! -- expliquei, com ironia.
Ana Carla permaneceu calada por um momento, talvez considerando o problema. E seu rosto jovial e liso corou, deixando transparecer um quê de receio, não por desnudar-se na minha frente, mas sim por temer olhares curiosos, pois não há nada capaz de enrubescer e desconsertar uma mulher mais do que ser surpreendida em sua nudez por um desconhecido.
-- Mas não vão nos ver? -- inquiriu ela por fim.
Achei graça de sua preocupação.
-- Não, minha florzinha, não vão – retorqui. Ana Carla ficou pensativa, como se não confiasse em minhas palavras. -- Os muros são altos o suficiente para não sermos vistos. Mesmo os prédios – expliquei -- mais altos estão afastados demais. Não precisa ficar com medo.; não corremos o menor risco.
Ana Carla tornou a refletir durante alguns segundos antes de dizer alguma coisa. Olhava ao redor com curiosidade, em rigoroso exame, como se certificasse de que não haveria perigo de seu corpo ser objeto de algum olhar indesejado e fonte de inspiração para pensamentos impuros. Então caminhou até a beira da piscina e afundou a mão na água cristalina. Depois, em tom sincero e espontâneo, falou:
-- Está gostosa.
-- Então. Tire a roupa e entre – sugeri.
Desde o instante em que fui apanhá-la no ponto de ônibus, uma mistura perigosa, cada vez mais explosiva, adicionava-se ao meu sangue, provocando-me um frêmito de prazer que se tornava mais intenso a cada minuto. Eu tentava conter meus impulsos e meus pensamentos, mas tanto um quanto o outro pareciam um touro indomável, um animal selvagem incapaz de domesticar. E, embora ela permanecesse indiferente, também era visível que algum tipo de afetação a atingia.
Ana Carla agarrou a borda da blusinha e puxou-a para cima. Seus seios ficaram a vista. Pareciam mais belos, mais volumosos e com traços mais sutis que das outras vezes.; talvez devido a influência dos raios solares que se refletiam ao tocá-los de forma tão sutil como a brisa, como uma pena toca o solo após descer levemente balançando para um lado e para o outro. E eu olhava fascinando, quase que hipnotizado para aqueles seios que dia após dia, de forma imperceptível ganhavam volume e novos contornos. E eu teria continuado com os olhos presos a eles se ela não estendesse o braço e me entregasse a blusinha. Tomei-a de suas mãos e fiquei na expectativa de que ela se despisse do resto. Então Ana Carla se abaixou, desprendeu a fivela das sandálias e também as descalçou.; por último, retirou a saia de tom esverdeado – a mesma que usara em outras oportunidades. Aliás, a lembrança desse detalhe me levou a concluir que ela tinha uma preferência ímpar por aquela saia. -- entregando-ma logo depois. “E a calcinha? Ela não vai tirá-la?”. Esperei, como quem espera a devolução de algo que lhe pertence. Mas Ana Carla não deve ter-se dado conta disso. Deu-me as costas e ficou de frente para aqueles três mil litros de água. “Ela deve estar meio envergonhada. É melhor não forçar a barra”. Abaixei e apanhei suas sandálias e me dirigi à cozinha. No degrau da porta, depositei suas roupas.
Nisso, Ana Carla entrou na piscina. Quando virei, ela já estava se abaixando, mergulhando os quadris na água. Pensei em correr em sua direção e entrar na piscina também, mas lembrei-me das toalhas: “Vou estender uma toalha para a gente se deitar e ficar se queimando. Vai ser incrível. Onde estão? Ah, no varal! Sabia! Vi elas mais cedo”. O varal de roupas ficava bem ao lado da porta da cozinha, indo de uma extremidade a outra da área, bem junto da lavanderia, onde jazia o tanque, a máquina de lavar-roupas e um pequeno quartinho coberto – onde se depositava tanto as roupas lavadas quanto as ainda não lavadas. Apanhei duas toalhas – uma que usara no dia anterior e outra que provavelmente fora usada por um dos meus pais – e as estendi ao lado da piscina, bem próximo ao muro para que Ana Carla se sentisse protegida e mais à vontade. Só então me despi, joguei as roupas por ali mesmo e entrei na piscina.
-- Você tirou tudo? – indagou ao ver-me desnudo dos pés a cabeça.
-- O que tem? Só há nós dois aqui. Por que você não tira a sua também?
Sem dizer uma palavra, Ana Carla levantou-se. A calcinha branca com detalhes em azul ficara meio que transparente ao encharcar-se.; e ao colar-se em seu corpo, delineava todos os contornos de seu sexo, como também deixava transparecer onde os negros pêlos de seu púbis estavam mais densos. Tudo isso não passou ao largo de meus olhos atentos, embora tenha sido por apenas uns poucos segundos, pois logo a seguir ela a agarrou e foi empurrando-a para baixo, até afundar.
-- Jogue-a ali, sobre a toalha – sugeri, quando a vi meio indecisa com a peça íntima na mão. Então Ana Carla atirou-a para o lado e voltou a sentar na piscina.
Quantas vezes em nossas vidas deparamos com uma pessoa atraente, com alguém capaz de nos enlouquecer e então nos devaneamos com ela, muitas vezes fantasias eróticas, produto de nossa imaginação e que sabemos jamais se realizará, pois o mundo real não é tão simples, sem regras, sem moral quanto nossos devaneios.; mas isso não nos impede de continuar devaneando e esquecendo esses devaneios meia hora depois. Eu também tive meus devaneios -- o leitor há de se lembrar – quando vi Ana Carla pela primeira vez naquele ônibus. E tive tantas outras fantasias mesmo depois de tê-la conhecido. Algumas ficaram retidas em minhas lembras e outras se perderam para sempre.; contudo tenho que admitir, querido leitor, nunca até então conseguira realizar tantos devaneios como agora, depois de conhece Ana Carla. Aliás, ela mesma parecia mais um produto da minha imaginação, das minhas fantasias do que alguém de carne e osso. Vez ou outra eu mesmo parecia não acreditar que tudo que estava acontecendo era real e então me perguntava: “Meu deus! Será que tudo isso não passa de um sonho?” Mas aí eu chegava a conclusão de que não estava sonhando, de que tudo era a mais pura verdade.
E estar ali, naquela piscina tal qual eu imaginara mais cedo, também era como um sonho, com estar vivendo uma fantasia e acreditar que era tudo real, pois era perfeito demais para ser verdade. Ah, querido leitor, sim, era tudo a mais pura verdade. E a prova de que eu não estou louco, de que realmente vivi todos aqueles momentos é o seu diário. Como eu disse no início dessa narrativa, Ana Carla narrou tudo com a maior precisão. E cada palavra, cada frase rabiscada por sua letra feminina e delicada, me fazem recordar de coisas que eu já imaginara perdido ou que não recordara de terem acontecido. E é preciso confessar: as palavras em seu diário fazem-me lembrar até de pensamentos pensados nos momentos em que achamos não pensar em nada, principalmente momentos ao seu lado. E se sou capaz de lembrar desses pensamentos, o que então dizer dos fatos?
Por isso lembro com precisão cada gesto, cada olhar, cada sorriso e cada palavra proferida por nossos lábios.; mesmo naqueles momentos em que estamos compenetrados demais para prestar-lhes a devida atenção. E como meus olhos captaram a imagem deles, os ouvidos o som das palavras, dos sussurros, dos gemidos e de tudo a nossa volta, e as mãos, os lábios e todas as partes do meu corpo registraram o contato de nossos corpos não havia como não encontrá-los nas profundezas de minhas lembranças.
E eu me lembro de como fiquei excitado só de ver Ana Carla mergulhar seu corpo nu ao lado do meu. Eu a desejei feito um lobo faminto ao sentir o cheiro do sangue da sua presa.; minha boca salivou só de pensar em sorver aqueles seios tão jovens e belos como se fosse a mais fascinante obra de arte. Talvez tenha sido por isso que, incapaz de conter meus impulsos, aproximei meus lábios dos dela e a beijei enquanto minha mão emergia e, feito um peixe voador, pulava e agarrava-lhe o seio.
Foi tudo tão repente, tão espontâneo que não sei como descrever, embora consiga ver toda a cena na minha cabeça. Eu não posso descrever o estado de Ana Carla, mas pela rigidez de seus seios, o desejo inflamava em suas entranhas.; aliás, foi essa a conclusão a que cheguei pouco depois.; por isso pedi-lhe, quase como uma súplica:
-- Vem cá, senta no meu colo.
Ela não disse palavra. Sua resposta veio com um gesto: ela se apoiou na borda da piscina e veio parar em cima de mim. Uma pequena parte de mim vibrou de um lado para o outro quando ela soltou se corpo sobre o meu.
Eu não podia penetrá-la. Tinha consciência disso. Se o fizesse, o gozo seria eminente, tão rápido que não daria para sentir o gosto, o prazer de tê-la no meu colo. E o que menos desejava naquele momento era que o prazer findasse. Sabia não ser possível, mas desejava que aquela sensação deleitosa durasse bastante, tempo suficiente para saboreá-la como se saboreia um manjar. E sabia também – pois eu era um homem experiente – que a mulher não se excita suficientemente para chegar ao gozo assim tão rápido. Seu excitamento é como seguir por um longo trecho de estrada em aclive sem que tenha a sensação de estar subindo, enquanto que o excitamento masculino é como subir a mesma altura, só que no elevador. E se eu queria chegar ao mesmo lugar, no mesmo instante que ela, então teria que dar-lhe uma dianteira enorme.
Por isso passei a acariciá-la nos seios e no meio das pernas. E enquanto fazia isso nossos lábios se beijavam como já se beijaram tantas outras vezes, quando um de meus dedos se perdia entre os grandes lábios de sua vulva.
Então chegou o momento de penetrá-la e de acabar com aquele desespero, com aquela vontade incontrolável. Mas como saber que momento é esse? Eis uma pergunta difícil de responder. A resposta porém está diante dos nossos olhos: na parceira. É ela quem nos dá essa indicação. Existem muitas formas de fazer isso, contudo, a clássica é quando ainda não a penetramos e então ela nos agarra o falo como se tomasse algo de nossas mãos dizendo: “me dá! Solta, é meu!” e segurando-o fortemente introduz em sua vulva quente, úmida e trêmula como se tencionasse escondê-lo num lugar onde não pudéssemos encontrá-lo.
Foi isso que fez Ana Carla. De repente ela se segurou com firmeza na barra de ferro que sustentava a piscina, levantou-se alguns centímetros e se deixou cair levemente sobre meu órgão ereto, que foi se perdendo dentro dela.
Ah, querido leitor! Foi um prazer intenso. Deixei inclusive escapar um suspiro de deleite. E antes mesmo que me recuperasse daquela sensação, senti seu corpo se mover para um lado e para o outro.
Confesso que não vi mais nada. Só me lembro de seus gemidos e do seu gozo em seguida. Aliás, seu gozo deu início ao meu. Ao vê-la sentir todo aquele prazer, grunhir desesperadamente como se estivesse perdendo as forças, não fui capaz de me segurar e também experimentei aquele prazer, na mesma intensidade e velocidade que ela acabara de experimentar.

Se quiser saber como tudo começou, então clique em: A MENINA DO ÔNIBUS
Agora se quiser ler a versão da Ana Carla da história, então clique em: O DIÁRIO DE ANA CARLA



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