Conheci um sujeito que trabalhava trazendo madeira de Belém para vender em Fortaleza. O sujeito era meio doido. Seu maior sonho, segundo ele mesmo contava, era criar uma menina desde pequena, e quando ela chegasse a certa idade se casar com ela. Coisa de maluco mesmo. Acho que era pra ter certeza que ninguém ia comer a menina antes dele.
Aqui, no Ceará, ele passava três, quatro meses sem ir em casa, vendendo e cobrando as vendas fiadas. Enquanto não recebia todo o dinheiro das vendas não voltava para o Pará.
Certa vez, demorou-se bastante aqui e deixou a mulher, com quem vivia em Belém, sozinha à mercê dos gaviões e ela aproveitou a deixa, já que o marido não dava notícias há meses, e arranjou um namorado.
Um marinheiro do Rio de Janeiro que desembarcaram em Belém e por lá ficou alguns meses, e esse tempo aproveito pra ficar comendo a mulher do doido do madeireiro.
Quando voltou para Belém ele tomou conhecimento do caso, inclusive ficou sabendo o nome do sócio. Mesmo assim não deixou a mulher e continuou vivendo com ela normal e tranquilamente.
Um belo dia, o telefone toca, ligação a cobrar, interrubarno ao meio-dia, e o madeireiro atende. A pessoa do outro lado da linha, uma voz de homem pede para falar com a mulher dele, madeireiro, que desconfiado, pergunta quem é que deseja falar com ela.
O sujeito se identifica e madeireiro logo concluiu que é o marinheiro.
Daí em diante travaram o seguinte diálogo.
- Madeireiro: Seu filho de uma puta, você não tem vergonha de ligar pra minha mulher, não?
- Marinheiro: Filho da puta é você, seu viado.
- Madeireiro: Viado é você! Vá tomar no cu!
- Marinheiro: Viado o quê? Seu corno!
- Madeireiro: Roxo de raiva e não tendo mais o que dizer com o marinheiro sai com essa: Corno o que seu, viado? Corno é você. Você comeu minha mulher só uma vez e eu como ela todo dia.