O amor chega de mansinho...
tira as cobertas
que cobrem a minha paz,
me assanha,
se impõe soberano
em minha vontade,
com um jeitinho
como ninguém mais faz,
desarma todos meus planos
e acaba com minha sanidade...
Entra pela porta da frente
lambe minhas entranhas,
escancara todas as janelas,
ainda que eu tente
fugir para qualquer lado
e, por mais que eu invente,
deixa sempre a seqüela
da sua saudade...
Como acrobata que anda no fio
fico desviando do perigo,
corro como desesperado
para trancar-me em abrigo
mas quando percebo,
a casa caiu
e eu sou só a metade...