Luta do amor contra o ciúme
(flagrante policial)
Capítulo III
- Você saiu com seus amigos essa noite. Eles não te falaram o que aconteceu com ela? – A mãe perguntou para a filha séria e preocupada.
- Não mãe. Ela não apareceu, mas ninguém sabia nada dela.
- Nós vimos á notícia no jornal ontem á noite. Ela foi presa por portar droga, a Fê disse para a irmã.
- Mas como isso aconteceu, meu Deus. Ela toma umas cervejas e só fuma um beck ás vezes. Não usa drogas pesadas.
- E você anda com essa gente Leila, a mãe falou cheia de repreensão na voz. Que é que está querendo fazer da sua vida menina!
- Não é nada disso mãe. Eles são meus amigos e não são más pessoas. São jovens como eu e gostam de viver. Não fazem nada de errado.
- E você acha que sair pra beber e usar drogas não é uma coisa errada?
- A mãe, a senhora fala como se eles fossem marginais e eu estivesse perdida na vida. Não é assim não.
- Não sei não minha filha... Não sei não. Só sei que morro de preocupação cada vez que você sai com esse pessoal, a mãe falou com um tom de choro na voz.
* * *
A Magali estava esperando os amigos, no lugar em que eles tinham combinado de pegá-la. Era numa rua um tanto deserta e ela fumava uma “bagana” enquanto esperava por eles. Em sua bolsa estava a porção de maconha que tinha comprado com o dinheiro que os meninos tinham dado para que ela o fizesse.
Nessa hora uma viatura da polícia virou a esquina e a luz dos faróis dela a atingiu em cheio. Ela jogou a bagana que fumava e ela caiu dentro de um bueiro que havia perto dela, quando o veículo encostou ao seu lado. Dois policiais desceram dele e um deles lhe perguntou:
- Boa noite, algum problema? O que é que a senhorita está fazendo aqui sozinha?
- Nada não moço, ela respondeu com uma voz tremida. Só estava esperando alguns amigos.
Ela nem tinha terminado de falar e o outro policial já lhe perguntava, olhando para o bueiro:
- E o que foi que você jogou ali?
- Nada não... Foi o cigarro que eu tava fumando...
- Sim, o cigarro! E ai nessa bolsa tem mais cigarros?
- Tem não, só o meu batom e os meus documentos.
- Então da ela aqui. Deixa eu ver.
- Não precisa não, a Magali falou segurando a bolsa com as duas mãos, como se quisesse protegê-la. A voz dela era chorosa e cheia de pavor.
- Da isso aqui, o policial falou ríspido e com um gesto brusco arrancou a bolsa dela.
Abriu-a, remexeu nas coisas que tinha nela e tirou dela um pequeno embrulho feito em papel de jornal. Mostrou-o pra Magali e lhe perguntou cheio de ironia:
- Então é este aqui o batom que você usa mocinha?
- Pelo amor de Deus moço eu não fiz nada, ela disse apavorada.
- Só que isso aqui é droga e você vai ter de se explicar com o delegado. Vamos, sob na viatura.
- Não moço não, ela disse desesperada e chorosa.
- Sob moça, sob sozinha ou vamos ter de te colocar nela na marra.
A Magali entrou em prantos na viatura e foi levada para o distrito policial.
* * *
As duas irmãs conversavam em seu quarto naquele domingo á tarde:
- Não consigo entender o que aconteceu! A Magali é tão legal e nunca tomou nada pesado. Daqui a pouco vou encontrar com o pessoal pra saber o que aconteceu de verdade.
- Mas você vai sair hoje Leila, com a mãe preocupada como esta?
- Lógico que vou, se a cada coisa que acontecer eu ficar em casa acabo virando freira. Marquei com os meninos as sete e hoje é um dia especial. É aniversário do Zé Carlos e vai rolar uma enorme doideira. Vem comigo Fé, a noitada vai ser o maior barato.
- Tenho aula amanhã cedo e não vou deixar a mãe sozinha.
- Puxa vida, você parece uma santa! Só pensa em estudar, ajudar a mãe e deixa de viver. Não te entendo irmãzinha, juro que não te entendo!
- Eu é que não te entendo Leila. Aconteceu aquilo com sua amiga e você não liga pra nada. Vai sair pra passear com aquele pessoal e deixar a mãe cheia de preocupação. Você é muito egoísta, a Fé falou para a irmã cheia de censura na voz.
CARLOS CUNHA
O Poeta sem limites
Jóias da MPB
O melhor da Música Brasileira. Músicas de primeira linha tão ricas e quase esquecidas, na verdade avultadas e pisadas pelas “turmas” e “bondes” que estão sendo tocadas nos últimos anos pelas rádios brasileiras! Elas alegram os corações da nossa gente miserável e provam o verdadeiro valor da música da nossa terra.
Vídeos de grandes intérpretes e músicos, de momentos marcantes da Jovem Guarda e dos Grandes Festivais, para mostrar o que há de melhor em nossa música serão periodicamente colocados em “Jóias da MPB”.
(clique para assistir esses vídeos maravilhosos)
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