1.CAOS, o Cissor, a Cissura, vazio primitivo, obscuro e ilimitado, a força que preside a separação em duas partes, a procriação por cissiparidade; Kháos precede e propicia a geração do mundo. Tudo o que provém de Khaos pertence à esfera do não-ser; todos os seus filhos, netos e bisnetos (exceto Éter e Dia) são potências tenebrosas, são forças de negação da vida e da ordem.
2.GAIA, a Terra, a mãe de todos, a terra-mãe, assento inabalável, a mãe dos deuses e dos homens, mãe de Anteu, de Píton e de Caríbides
3.EROS, o AMOR, o mais belo dentre os deuses imortais, a atração amorosa, força de acasalamento e da multiplicação da vida. Preside a procriação por união amorosa.
Outras interpretações: existem três "Eros" na mitologia grega. Um que era filho de Érebo (q era filho do Caos e pai do Éter) e Nyx (a Noite, que era irmã de Érebo), esse Eros existia no ovo primordial, o amor como princípio do mundo. Ele aparece na Teogonia de Hesíodo (versos 116 a 120), e é dele que Platão fala em "O Banquete". O segundo era filho de Íris (a deusa mensageira do arco-íris) e Zéfiro (o vento oeste), pouco se sabe deste. E o terceiro era filho de Afrodite com Ares. Este último foi que os romanos transformaram em Cupido. O Cupido era representado alado pq o amor sempre estava em movimento, agindo tanto na terra como no céu. A representação romana que a Renascença lhe faz, como um bebê de cabelos loiros, peralta e rotundo, não condiz com a grega, onde este era um rapaz adolescente de cabelos negros. O Eros grego era intenso e poderoso, enquanto o romano parecia uma criança frágil e caprichosa. Os romanos, quando assumiram os deuses gregos, os "deturparam". Hermes (deus dos caminhos) se transformou em Mercúrio - padroeiro dos ladrões. Dionísio (deus do êxtase espiritual) se transformou em Baco - deus do êxtase sexual, dos famosos bacanais orgiásticos. E assim por diante. Quanto ao "AMOR", os gregos tinham palavras diferentes para ele. O amor "EROS" pressupõe entusiasmo, e não se restringe as relações humanas, existe um eros por música, filosofia, arte etc. Eros estaria em toda a parte e seria a força motriz por trás das coisas. Já o amor ÁGAPE corresponderia à serenidade e profundidade, o estar amando, a aceitação sincera. Além deste, havia o amor FILOS, a fraternidade, o gostar. Também o PORNÉIA, amor pornográfico, e o PATHOS, a paixão doentia.
4. TÁRTARO, distante da Terra como a Terra do Céu, o anti assento, a queda abissal, abismo distante, a escuridão primeva, bem abaixo de Gaia, de trevas profundas, onde ficavam encarcerados os titãs
4.1 TÍFON, monstruoso filho de Gaia e Tártaro, derrotado por Zeus
5. a antecâmara do Tártaro e do reino que é morto; a escuridão profunda que se formou no momento da criação, e mais tarde ficou localizada no mundo subterrâneo
5.1 a primeira das entidades luminosas de um mundo até então totalmente escuro, filha de Érebro e Nix.
5.2 a luminosidade pura e brilhante da região superior da atmosfera, próxima à abóbada celeste, filha de Érebo e Nix, irmã de Éter
6. após parir Éter e Dia, unida a Érebos em amor, procria por cissiparidade as forças da debilitação, da penúria, da dor, do tormento, do engano, da desaparição e da morte, ou seja, tudo que diz respeito ao Não-Ser e ao Manifesto obnubilante; é a noite; representa a escuridão situada logo acima de Gaia.
6.1 a morte
6.2 o sono
6.3 o sonho
6.4 "ninfas do Poente", personificam o final da tarde, transição entre o dia e a noite. Viviam em um longínqüo e inacessível jardim, o "jardim dos deuses", guardado por um dragão (uma serpente gigante) e situado às margens do rio Oceano, no extremo Ocidente. O Jardim das Hespérides era famoso pelas maçãs (pomos) de ouro, plantadas pela deusa Hera. Essas maçãs, segundo a tradição, foram um presente de Gaia por ocasião do casamento de Zeus e Hera. O Jardim aparece, juntamente com Atlas, no 11º trabalho de Héracles.
6.5 representava em tempos antigos a vingança divina diante da ὕβρις, compreendida como um comportamento desmedido ou excessivamente presunçoso da parte dos mortais. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Deusa_N%C3%AAmesis
6.6 personificava a discórdia; participa diretamente da querela da beleza, uma das causas antecedentes da guerra de Tróia.
6.7 o esquecimento
6.8 MOIRAS, também chamadas de "Meras", ou Parcas (pelos romanos), são filhas da Noite; personificam o destino de cada ser humano e a parte que lhe cabe de felicidade, riqueza e desgraças. Em épocas tardias, eram comparadas a três "fiandeiras" que controlavam, de forma impessoal e fria, o destino do homem desde o nascimento até a morte. As funções de cada Moira, no entanto, variaram um pouco a partir do Período Helenístico.
6.8.1 CLOTÓ (gr. Κλωθώ), a "fiandeira", tecia o fio da vida;
6.8.2 LÁQUESIS(gr. Λάχεσις), a "distribuidora", determinava o comprimento do fio;
6.8.3 ÁTROPO(gr. Ἄτροπος), a "implacável", cortava impiedosa e inflexivelmente o fio, no momento exato e predeterminado.
6.9 o engano
6.10 a amizade
6.11 a velhice
6.12 a zombaria
6.13 a miséria
6.14 a raiva, ou a fúria
7. URANO, CÉU, o céu estrelado, a primeira divindade a controlar o mundo. Tem como funções cobrir toda o entorno da Terra e ser para os venturosos deuses assento irresvalável. "Cobrir a Terra e fecundá-la hierogamicamente através da chuva-sêmen; ser o assento dos deuses é dar-lhes origem e fundamento, fundar-lhes a existência...". "... os desígnios do Céu são só copular e emprenhar, despojá-lo de seus desígnios não é senão castraá-lo." (Torrano).
7.1 CICLOPES: divindades poderosas, selvagens e incontroláveis, eram três gigantes com um único olho no meio da testa e grande habilidade manual
7.1.1 BRONTES, o trovão
7.1.2 ESTÉROPE, o relâmpago
7.1.3 ARGES, o raio
7.2 TITÂS E TITÂNIDES: divindades menos selvagens, mas igualmente poderosas
7.2.1 a água doce; nunca saía do lugar, e pouco participou das lendas. Era imaginado como um imenso "rio" que cercava totalmente a terra firme — conceito assimilado, inclusive, pelos primeiros geógrafos; unido à irmã Tétis (gr. Τηθύς), teve mais de três mil filhos e filhas. Todos os rios e fontes do mundo se originavam dele, assim como as numerosas oceânides (gr. ὠκεανίδες), personificações de riachos, fontes e outros cursos de água:
7.2.1.2.1 ESTIGE, oceanina, uniu-se a Palas (híbrido do Mar e do Céu, por ser filho de Crios 7.2.3 e Euríbia 9.3) e deu à luz os dois pares Zelo, o ardor; e Niké, a vitória; Cratos, o poder; e Bias, a violência; sua mãe chamava-se Tétis e, por vontade do seu pai, Oceano, Estige deixou seus quatro filhos com Zeus, que apelava a todos os imortais do Olimpo para que o acompanhassem para a Titanomaquia. Tendo sido a primeira a atender aos apelos de Zeus, foi honrada com dons especiais e supremos: o grande juramento dos Deuses e seus filhos passaram a residir com Zeus. "deusa odiosa aos imortais, a terrível... o grande flagelo para os deuses, o "juramento", "a imperecível água ogígia que brota de abrupta região"... Assim, Zeus ficou detentor de Zelo, o ardor; Niké, a vitória; Cratos, o poder; e Bias, a violência.
7.2.1.2.2 Gerou com Taumas os gênios do Temporal, impetuosas como o turbilhão que se abate sobre o mar e arrasta tudo à sua passagem. As Harpias (aelo e Ocípete) são essencialmente Rapinadoras. Mulheres aladas, possuem garras agudas; e sua morada situa-se no coração do mar Jônio, nas ilhas Estrófades.
7.2.1.2.2.1 mensageira dos deuses, personificação do arco-íris
7.2.1.2.2.2 a Borrasca
7.2.1.2.2.3 o Voa-rápido
7.2.1.2.2.4 a Obscura
7.2.1.2.3 MÊTIS, primeira aliada de Zeus, esta oceânide personificava a sabedoria ou, talvez, a astúcia.... enganou Crono, fazendo-o beber uma poção que o obrigou a vomitar Héstia, Deméter, Hera, Hades e Posídon, os filhos engolidos. "... a alertada previdência da própria Mêtis, surpreendendo-a com palavras sedutoras e inesperada manobra, e engolindo-a, i.e., incorporando-a a si mesmo mediante esse ato pelo Zeus se revela ter mais mêtis (presciência, astúcia) que a própria Mêtis... Com Mêtis, o soberano do Olimpo incorpora a si uma Sapiência que lhe assegura o poder sobre o imprevisível, sobre todos os ardis que em todos os tempos e em todos os lugares se possam tramar, pois com Mêtis ele conhece o bem e o mal (v. 900) num domínio que, cambiante e instável, tem tanta afinidade com a natureza do Mar." (Torrano).
7.2.1.2.4 ÁSIA, sobrinha de Jápeto (7.2.5.)
7.2.1.2.5 CALÍRROE
7.2.1.2.6 EURÍNOME, a Grande Partilha, uma das principais oceânides, filha de Oceano e Tétis, a deusa da fertilidade das águas, prima e consorte de Zeus, e mãe de Cárites. Fecundada por Zeus, gera as desejadas Graças. Veja também http://pt.wikipedia.org/wiki/Eur%C3%ADnome
7.2.1.2.6.1 CÁRITES: Explicitam a Grande Partilha das honras; as belezas de Eurínome e de suas filhas incutem amor e desejo são as Graças, deusas da dança, dos modos e da graça do amor, são seguidoras de Vênus e dançarinas do Olimpo.
7.2.1.2.6.1.1 AGLAIA - a claridade
7.2.1.2.6.1.2 TÁLIA - "... viço, exuberância de seiva, luxúria da fecundidade, tal como a Paz é viçoa, fecunda para os camponeses (tethaluân, v. 902) como são fecundas, florescentes, as esposas dos Deuses (thalerèn ákoitin, v. 921, etc.), e ainda como o Céu fundamento-origem da lúcida e dominadora raça dos Deuses Olímpios é thalerós (v. 7.28), fecundo, opulento de Vida e de sêmenes, ávido de cópulas." (JAA Torrano, in Teogonia, a origem dos Deuses, Hesíodo); a que faz brotar flores
7.2.1.2.6.1.3 EUFROSINA - o sentido da alegria
7.2.1.2.7.1 NEREIDAS, as cinquenta filhas de Nereu e Dóris, que salientam os aspectos positivos do Mar. Por sua beleza, as Nereidas também costumavam dominar os corações dos homens. Vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Nereida
7.2.1.2.8 PLÊIONE
7.2.1.2.8.1 PLÊIADES
7.2.1.2.9.1 monstro fabuloso, metade homem e metade cavalo, filho de Fílira e Posídon, grande amigo dos mortais
7.2.2 CÉOS, o gigantesco
7.2.2.1 HÉCATE, a dádiva
7.2.3 CRIOS, uniu-se à sua meia-irmã Euríbia (9.3), filha de Ponto e Gaia, e gerou Palas, Perses e Astreu, poderosas forças da natureza.
7.2.3.1 PALAS, a belicosidade
7.2.3.1.1 ZELO, o ardor
7.2.3.1.2 NIKÉ, a vitória
7.2.3.1.3 CRATOS, o poder
7.2.3.1.4 BIAS, a violência
7.2.3.2 PERSES, a Destruição
7.2.3.3 ASTREU: casou-se com Eos (a Aurora), que lhe deu como filhos os Ventos, Heósphoros () e finalmente todos os Astros.
7.2.3.3.1 Os VENTOS
7.2.3.3.1.1 BÓREAS, o vento Norte
7.2.3.3.1.2 ZÉFIRO, entre os antigos, vento do Ocidente. Vento suave e fresco; aragem, brisa [Antôn., nesta acepç.: euro.]
7.2.3.3.1.3 EURO, entre os antigos, vento de leste
7.2.3.3.1.4 NOTO, o vento Sul
7.2.3.3.2 HEÓSPHOROS, a Estrela da Manhã
7.2.3.3.3 os ASTROS
7.2.4 era, provavelmente, uma divindade pré-helênica ligada ao sol ou, possivelmente, o próprio sol; unido à irmã Téia, gerou Selene, a lua, Eos, a aurora, e Hélio, o sol.
7.2.4.1 a lua, deusa pré-helênica, tem provávelmente origem oriental; cruzava o céu à noite, em uma carruagem de prata. Apaixonou-se pelo pastor Endímion ao vê-lo durante o sono e fez com que o jovem dormisse eternamente, para poder contemplar sua beleza para sempre. Tiveram, ao longo dessas atividades contemplativas, cerca de cinqüenta filhos...
7.2.4.2 a aurora, é de origem indo-européia; a deusa dos "dedos cor-de-rosa" (Od. 8.1), abria as portas do céu todas as manhãs para Hélio; uniu-se a seu primo Astreu e gerou os ventos, a estrela da manhã e os astros, mas também gostava de belos rapazes. Teve aventuras com o caçador Órion, com o ateniente Céfalo e com o troiano Títono, sua paixão mais famosa. A deusa o amava tanto que rogou a Zeus que o tornasse imortal; esqueceu, porém, de pedir também a eterna juventude, e Títono envelhecia sem cessar. Nas lendas mais tardias, encolheu tanto que se transformou em cigarra.
7.2.4.3 o sol, parece ter a mesma origem, mas recebeu significativas influências orientais; percorria então o céu do leste para o oeste em uma carruagem de fogo. No fim do dia, ele atingia o extremo oeste, descansava em um palácio de ouro e, durante a noite, atravessava o rio Oceano em uma grande taça, chegando ao extremo oriente pouco antes do amanhecer. Em seu caminho pelo céu, via tudo o que acontecia: foi ele quem avisou Hefesto da traição de Afrodite, e revelou a Deméter a identidade do raptor de sua filha. Aparece, também, da Odisséia, e participou do 10º trabalho de Héracles. Uniu-se à diversas divindades e mulheres mortais; dentre seus descendentes, os mais famosos foram Faetonte, Circe e Pasífae.
7.2.5 Jápeto (gr. Ἰαπετός) uniu-se a uma sobrinha, a oceânide Ásia (v. 7.2.1.4.2, e gerou Atlas, Prometeu e Epimeteu; de sua linhagem surgiriam, mais tarde, os mortais.
7.2.5.1 pensava demais, antes de atuar. Piedoso, solidário, ingênuo, festivo, promotor de eventos, queria inaugurar criaturas humanas perfeitas, e pede a Atenas para dar ânima e inteligência a suas estatuas de barro. Ladrão do fogo útil a Zeus, ao querer dar inteligência aos homens de barro. Ethon era o pássaro que devorava o fígado de Prometeu, como punição dada por Zeus. Para os homens de barro de Prometeu foi enviada Pandora, ornada por Afrodite, vestida por Atenas, e a caixinha de surpresas...
7.2.5.2 nunca teve as mãos livres para pensar. Comumente e impropriamente chamado de "titã", uniu-se à oceânide Plêione e gerou as plêiades. Alguns mitógrafos consideram-no, também, pai da ninfa Calipso e das Hespérides. Isso tudo, seguramente, antes da famosa luta entre Zeus e os titãs.
Imposto por Zeus, o castigo de Atlas foi sustentar a abóbada celeste, por isso sua representação era com o globo terrestre nos ombros.
Atlas passou a morar no país das três ninfas do Poente, chamadas de Hespérides: Egle, Eritia, Hesperaretusa. Ali havia um jardim onde ficavam guardadas as maçãs de ouro, presente que Hera recebeu quando casou com Zeus. As maçãs ficavam sob a vigilância de um dragão imortal e das ninfas Hespérides.
O herói Hércules realizou um de seus doze trabalhos nesse lugar, o chamado “Pomos de ouro do Jardim das Hespérides”. Hércules devia levar esses frutos para Euristeu, que comandava suas tarefas. No caminho até o Jardim, Hércules passou por muitas aventuras. Em uma delas, libertou o herói Prometeu do seu suplício. Como gratidão, Prometeu aconselhou o herói para que não colhesse a fruta diretamente.
Hércules chegou perto de onde Atlas estava e o convenceu a pegar as maçãs, enquanto o próprio herói sustentava o Céu. Hércules aliviou por pouco tempo o peso que Atlas carregava. Quando retornou, Atlas disse que ele mesmo levaria a encomenda. Hércules concordou, mas convenceu Atlas a substituí-lo dizendo que colocaria uma almofada nos ombros para ficar mais confortável. Hércules pegou as maçãs e foi embora, deixando Atlas novamente com seu peso.
Conta uma lenda que Perseu esteve com a cabeça da Medusa pelas terras onde Atlas habitava. Com raiva por ter sido expulso, Perseu mostrou a cabeça e transformou Atlas em pedra, dando origem ao Monte Atlas. Outra versão diz que Atlas foi libertado e guardava as colunas sobre as quais foram colocados os céus, os Pilares de Hércules, atualmente o Estreito de Gibraltar.
Os mapas que representam a Terra, quando estão juntos, são chamados de Atlas. A primeira vértebra da coluna cervical é Atlas, exatamente no local onde o mítico gigante sustentava o peso do Céu. Nós sustentamos apenas uma leve cabeça, embora ela nos pareça, às vezes, ser mais pesada que o mundo.
7.2.5.3 EPIMETEU: imprudência e ingenuidade, qual “fada doida num dia de festa”, prestidigitador de curiosidades bem agradáveis, embriagado pelos acordes que a lira de Apolo sugeria às musas. Atua, depois pensa; curioso, sexualmente inscaciável, superativo.
7.2.6 Armado da foice, Crono se escondeu e à noite, quando Urano recobriu Gaia, decepou com um só golpe os genitais do pai e lançou-os no mar. Libertou, a seguir, todos os irmãos presos no interior da terra.
Urano continuou a cobrir Gaia diariamente, mas sem tocá-la: privado da capacidade geradora, "aposentou-se" e não procriou novamente. O esperma que caiu dos genitais cortados produziu, ao atingir o mar, a espuma de onde saiu a deusa Afrodite. Já o sangue de sua ferida, ao cair sobre a terra, gerou as ninfas melíades, as Erínias e, posteriormente, os gigantes.
Após a destituição e "aposentadoria" de Urano, Crono passou a residir no céu e se tornou o novo "rei" dos deuses. Conforme as versões mais tardias da lenda, seu reinado foi uma verdadeira Idade de Ouro.
7.2.6.1 Eros espermatizou o mar e da espuma surgiu Afrodite, deusa do amor sensual, que "compartilha da natureza primodial do Céu, enquanto força incoercível e coercitiva de acasalamento, e compartilha da dissimulada inteligência de Crono, pelo que de enganos implicam os jogos amorosos (v. 205). Afrodite, ao subsumir no seu séquito Éros e Himeros (Himeros, v. 201, é esse mesmo Desejo, que espicaçava o Céu himeíron philótetos, v. 177), manifesta esses mesmos poderes genesíacos, mas num grau mais requintado, trabalhado por um espírito sinuoso e previdente. (JAA Torrano, in Teogonia, A origem dos Deuses, Hesíodo).
7.2.6.1.1 Éros
7.2.6.1.2 Himeros
7.2.7 RÉIA, a Fluência: com seu irmão Cronos gerou os primeiros deuses olímpicos: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posídon e Zeus. Era também chamada de mãe dos deuses, talvez porque três de seus filhos (Zeus, Posídon e Hades) iriam controlar, mais tarde, o mundo. Divindade muito antiga, ligada à deusa-mãe, senhora dos animais, e à fertilidade, tem origem provavelmente minóica; seu epíteto é mencionado nas tabuinhas em Linear B. Com o intensivo contato dos gregos com as culturas da Ásia Menor, a partir do século -VII, acabou sendo equiparada à deusa frígia Cibele. Enganou o marido, devorador de seus filhos, com uma pedra envolvida em panos e escondeu o filho Zeus em uma gruta do monte Ida (ou do monte Dicte), na Ilha de Creta. Era cultuada desde o século -V sob a forma de Cibele; com freqüencia, ao se referir a ela, dizia-se simplesmente a Mãe. Cibele era geralmente mostrada em um trono, portando uma coroa alta e címbalos, ou então dirigindo um carro puxado por leões.
7.2.8 TÉIA, a Visão
7.2.9 FEBE, a luminosidade, a Brilhante
7.2.9.1 LETO(ó): neta de Urano e Gaia, mais tarde, um dos amores de Zeus
7.2.10 MNEMÓSYNE, a uranida, a memória; gerou com Zeus as musas, que cantavam divinamente, estavam sempre alegres e dançavam acompanhadas da lira de Apolo . "... em cada movimento de cada ente, decide entre o ocultamento do Oblívio e a luz da Presença... Memória é uma Potência Cósmica, que nasce da cópula do Céu e da Terra, esses Fundamentos inabaláveis dos Deuses e de Tudo... gera de Zeus Pai as Forças do Canto, cuja função é nomear-presentificar-gloriar tanto quanto a de deixar cair no Oblívio e assim ser encoberto pelo noturno Não-Ser tudo o que não reclama a luz da Presença... este Canto, para o regozijo de Zeus, não conhece os limites entre presente, futuro e passado, mas flui infatigável (akámathos rhéei, v. 39) e, cantando, nomeia-presentifica-gloria o próprio poder e reino de Zeus... Sujeito da percepção deste Canto, Zeus é também o seu objeto... Memória , filha da Terra e do Céu, está na raiz da natureza da Terra e do Céu, esses Fundamentos eternamente presentes em si mesmos, e está na raiz de todos os entes e eventos com os quais se configura a Totalidade Cósmica, já que esta totalidade se compõe de uma simultânea sucessão de momentos imóveis, um conjunto de séries a cruzarem-se de mo(vi)mentos de inextinguíveis esplendores, esplendores que as trevas obliviais do Não-Ser não encobrem porque são o próprio ser divino, recolhidos por Memória e esplendentes ao serem nomeados pelos nomes-numes nascidos da Memória e de Zeus, as Musas..." (cf. JAA Torrano, in Teogonia, a origem dos Deuses, Hesíodo) Ver o item 10.6.3
7.2.11 TETES, a Instauradora-Nutriz, parece ter sido, na origem, uma deusa-mãe, e seu nome aparece nas tabuinhas de Pilos escritas em Linear B. Deusa da fertilidade, portanto, simbolizava provavelmente a capacidade geradora e fecundante das águas.
7.2.12 TÊMIS, a uranida, Lei Ancestral, a lei vigente no íntimo da família, conforme o padrão indo-europeu; personificava a ordem e as leis imutáveis e eternas, a lei, e por extensão, a justiça mais elevada. Foi, posteriormente, uma das consortes de Zeus e mãe das Horas. Segundo alguns mitógrafos, inventou os oráculos e rituais religiosos; no oráculo de Delfos, antes da chegada de Apolo, era ela a deusa das profecias;
7.2.12.1 HORAS eram originalmente deusas das estações que asseguravam o curso harmonioso de tudo, "...o tempo regular, organizado e cíclico que Zeus gerou unido a Têmis (=a Regra que define o direito no interior da família)", cf. Torrano. Guardavam também as portas do Olimpo e auxiliavam as deusas. Eram três:
7.2.12.1.1 DIKÉ, a justiça Em Atenas, na época clássica, era chamada de Auxó, a que desenvolve.
7.2.12.1.2 EUNOMIA, a equidade, a ordem Em Atenas, na época clássica, era chamada de Taló, a que floresce.
7.2.12.1.3 IRENE, a paz. Em Atenas, na época clássica, era chamada de Karpó, a que frutifica.
7.2.13 Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente. Viviam nas profundezas do Hades, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. "As Eríneas devem preservar a ordem no novo jogo cujas regras se instituem com o golpe de Crono-Astúcia sobre o Céu-Instinto, devem manter nesse jogo o equilíbrio por meio de (re_)ações compensatórias". (Torrano) Veja mais em em http://pt.wikipedia.org/wiki/Er%C3%ADnias.
7.2.13.1 ALECTO, (Ἀληκτώ, a implacável), eternamente encolerizada. Encarrega-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, etc. Tem um papel muito similar ao da Deusa Nêmesis, com diferença de que se esta se ocupa do referente aos deuses, Alecto tem uma dimensão mais "terrena". Alecto é a Erínia que espalha pestes e maldições. Seguia o infrator sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixando dormir em paz
7.2.13.2 MEGAIRA, MEGERA, que personifica o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castiga principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. É a Erínia que persegue com a maior sanha, fazendo a vítima fugir enternamente.Terceira das fúrias de Ésquilo, grita ininterruptamente nos ouvidos do criminoso, lembrando-lhe das faltas que cometera.
7.2.13.3 TISÍFONE (castigo), a vingadora dos assassinatos (patricídio, fraticídio, homicídio...). É a Erínia que açoita os culpados e enlouquece-os.
7.3 HECATÔNQUIROS:divindades poderosas, selvagens e incontroláveis, gigantes com cem braços e cinqüenta cabeças
7.3.1 COTO
7.3.2 BRIARÉU: ajudou Zeus durante a revolta dos olímpicos
7.3.3 GIGUES
8. MONTANHAS
9. PONTO, o mar, a água primordial
9.2 divindade marinha da mitologia grega. Filho de Pontos deus do Mar e de Gaia deus da Terra. Casou-se com sua irmã Ceto, que engrendrou filhos monstruosos: as Górgonas, Ládon, as Gréias e Equidna, a ninfa víbora. Mora na região de Cefalônia. Veja mais em Fórcis
9.2.1 com tronco de mulher e cauda de serpente
9.2.1.1 era uma serpente gigantesca e de muitas cabeças que aterrorizava a região de Lerna, na Argólida. Sua picada era extremamente venenosa, e contra o veneno não existia antídoto. Quando uma cabeça era cortada, outra nascia em seu lugar, e além disso uma delas era imortal. Héracles atacou-a com o auxílio do sobrinho Iolau, filho de Íficles. A cada cabeça decepada, a ferida era cauterizada com o fogo de um archote, impedindo assim que voltasse a nascer. A última cabeça, que era imortal, foi colocada em um profundo buraco, em cima do qual Héracles ainda pôs uma enorme pedra.
Durante a luta, Hera enviou um gigantesco caranguejo para atrapalhar o herói, mas ele simplesmente esmagou-o com o pé. Morto o monstro, Héracles embebeu a ponta de suas flechas no sangue da Hidra, tornando-as para sempre venenosas.
Em versões tardias, a Hidra e o caranguejo foram colocados entre as estrelas, formando duas constelações vizinhas, respectivamente Hydra e Cancer. Hydra é a maior das 88 constelações conhecidas atualmente, e já estava presente no catálogo estelar de Ptolomeu.
A Hidra inspirou o dragão de "sete cabeças e dez chifres" mencionado no Apocalipse de "João" (Ap. 12:3-4 e 13-6). O dragão foi combatido por São Miguel e dois anjos (Ap. 12:7).
9.2.1.2 filho de Tífon (ou Tifão) e Equídina, monstruoso cão de múltiplas cabeças e cobras ao redor do pescoço, que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem. Cérbero era irmão de Ortros e da Hidra de Lerna. Da sua união com Quimera, nasceram o Leão de Neméia e a Esfinge.Veja mais em Cérbero
9.2.1.3 é um cão bicéfalo (cão de duas cabeças) , gerado por Equidna e Tífon. É irmão de Cérbero. Cão monstruoso de Gerion que vigiava os seus bois (de Gerião), na ilha Eritéia, onde Héracles o matou. Para cumprir o seu décimo trabalho, Héracles matou o gigante Gerion, um monstro de três corpos, seis asas e seis braços, quando então tomou-lhe os bois que eram guardados por Ortros e por um dragão de sete cabeças.
9.2.1.4 QUIMERA, um fabuloso monstro com cabeça de leão, torso de cabra e cauda de dragão e que soltava fogo pela boca. Era oriunda da Anatólia, nascida da união entre a monstro Equidna e o gigantesco Tífon. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso dado por Atena, conseguiu matá-la. Sua representação plástica na arte cristã medieval, era um símbolo do mal, mas com o passar do tempo, passou a se chamar de quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica. Hoje, no nosso português, a palavra quimera significa produto da imaginação, fantasia, utopia, sonho.
9.2.2.1 viveu na planície de "Neméia" aterrorizando aquela cidade. O "Leão" não podia ser morto por um homem normal e todos os que tentavam enfrentá-lo eram devorados e completamente aterrorizados pelo seu rugido que podia ser ouvido a quilômetros de distância. O único que conseguiu matá-lo foi o semi-deus Hércules (filho de "Zeus" ) , em seu primeiro trabalho . Após o estrangular com as próprias mãos, pois arma alguma podia penetrar na expessa pele, Hércules usou a pele do animal como manto.
O Leão da Neméia é filho de Cérbero com Quimera,e irmão da Esfinge. Sendo "neto" de
Equídina e "sobrinho" de Ortros e da Hidra de Lerna
9.2.2.2 na mitologia grega, um demônio exclusivo de destruição e má sorte, de acordo com "Hesíodo", uma filha da Quimera e de "Ortro" ou, de acordo com outros, de "Tifão" e de Equídina. Ela era representada em pintura de vaso e baixos-relevos mais freqüentemente assentada ereta, de preferência do que estendida, como um leão alado com uma cabeça de mulher; ou ela foi uma mulher com as patas, garras e peitos de um leão, uma cauda de serpente e asas de águia.
9.3 Euríbia se casou com um uranida, o titã Crios, e engendrou poderosas forças da natureza: Astreu, o pai dos astros (possivelmente Éolos, o deus dos ventos ), Pallas (a Belicosidade) e Perses (a Destruição). A Teogonia de Hesíodo sugere que Euríbia é uma divindade que rivaliza com outras em beleza, todavia seu nome indica o aspecto de uma força da natureza: euri "grande" bias "violência".
Hesíodo ainda oferece uma característica singular sobre Euríbia, ela possuia entranhas de aço. Euríbia pode personificar as forças incontidas dos mares como os maremotos e tsunamis, isso se reflete na natureza de seus filhos, poderosos e violentos.
9.4 TALMAS (Thaúmas), o Espanto, filho de Mar, que se desdobra em Harpias (Tempestade e Alígera) e Íris, mensageira dos deuses.
9.4.1 ÍRIS, mensageira dos deuses
9.4.2 HARPIAS
9.4.2.1 TEMPESTADE
9.4.2.1 ALÍGERA, a que tem asas
9.5 HÁLIA
9.6 CETO (kETÓ), nome ligado a Kêtos, desina os cetáceos e monstros aquáticos; unida a Fórcis, gera monstros divinos e multiformes, que combatem Heracles e outros heróis.
10.1 irmã mais velha de Zeus, que lhe concedeu honras excepcionais: ela se tornou a única deusa a ser cultuada em todas as casas e no templo de qualquer um dos deuses. Consta que certa feita, ao se ver assediada constantemente por Apolo e Posídon, que a desejavam, refugiou-se junto a Zeus e conseguiu ainda que ele avalizasse seu voto de permanecer sempre virgem. Héstia personificava, portanto, a serenidade familiar, a inviolabilidade e a segurança do lar.
10.2 DEMÉTER, a cronida, deusa da agricultura; representava os frutos obtidos com o cultivo da terra, de forma geral, e notadamente o trigo. Não deve ser confundida com Gaia, que representa a terra como princípio cosmogônico.Para os gregos, ela era filha dos titãs Crono e Réia, nascida logo depois de Héstia, e portanto irmã de Zeus, Hera, Posídon e Hades. Perseguida também por Posídon, a deusa tentou escapar, assumindo a forma de égua, mas o deus se transformou em cavalo e uniu-se a ela com essa forma. Algum tempo depois, Deméter deu à luz um cavalo rapidíssimo, Aríon, que ficou famoso durante a luta dos Sete Contra Tebas. Consta que ela teria se unido também a Iásion, um dos filhos de Zeus, em cima de um "campo três vezes lavrado" (Hes. Th. 971) e gerado o deus Pluto (gr. Πλοῦτος), deus da riqueza agrária.
Deméter está associada principalmente à história do rapto de Perséfone. Ela era uma bela e despreocupada jovem — os gregos também se referiam a ela como Κόρη, "a donzela, a mocinha" — e certo dia Hades se apaixonou pela jovem. Com a conivência de Zeus, raptou-a enquanto ela brincava com as ninfas e levou-a para seu reino subterrâneo. Alertada por um grito da filha, Deméter começou a procurá-la por todo o mundo, com um archote aceso em cada mão. Após vários dias de busca encontrou Hécate, que ouvira Perséfone gritar mas não vira quem a levara; Hélio, porém, que tudo vê, revelou a identidade do raptor...
Enfurecida, Deméter recusou-se a voltar ao Olimpo sem a filha querida e a exercer suas funções divinas. Assumiu o aspecto de uma velha e pôs-se a serviço de Céleo, rei de Elêusis, que encarregou-a de cuidar do jovem Triptólemo, seu filho. Deméter afeiçoou-se ao menino e tentou torná-lo imortal, colocando-o periodicamente no fogo. Surpreendida porém numa das "sessões de imortalização" pela assustada Metanira, mãe do menino, não pôde completar o processo. Revelou-se então aos assustados reis e confiou a Triptólemo a tarefa de espalhar pelo mundo a cultura do trigo. Veja mais em http://greciantiga.org/mit/mit09-5.asp
10.2.1 PERSÉFONE, Filha de Zeus e Deméter, foi raptada por Hades, um dos deuses olímpicos, e era considerada a rainha dos mortos. Quando alguém morria, era levado pelo deus Hermes até o Hades, onde bebia a água do Rio Lete, que trazia o esquecimento da vida terrena, e atravessava o rio Estige em uma barca, conduzida pelo severo Caronte. Como pagamento, o barqueiro recebia um óbolo, a moeda de menor valor, que os parentes colocavam na boca do falecido. O morto atravessava então os portões monumentais, eternamente guardados por Cérbero, cão de três cabeças e cauda de serpente. O feroz guardião permitia a entrada de todos, porém não deixava ninguém sair.
Finalmente, diante de Hades e Perséfone, o defunto enfrentava a sentença dos severos e justíssimos juízes dos mortos — Minos, Radamante e Éaco —. Segundo seus méritos, era conduzido aos aprazíveis Campos Elíseos ou aos tormentos eternos...
10.3 HERA, a deusa grega equivalente a Juno, no panteão romano. Deusa do casamento, irmã e esposa de Zeus. Retratada como ciumenta e agressiva, odiava e perseguia as amantes de Zeus e os filhos de tais relacionamentos, tanto que tentou matar Hércules quando este era apenas um bebê. O único filho de Zeus que ela não odiava, antes gostava, era Hermes e sua mãe Maia, porque ficou surpresa com a sua inteligência. Possuía sete templos na Grécia. Mostrava apenas seus olhos aos mortais e usava uma pena do seu pássaro para marcar os locais que protegia. Hércules destruiu seus sete templos e, antes de terminar sua vida mortal, aprisionou-a em um jarro de barro que entregou a Zeus. Depois disso, ele foi aceito como deus do Olimpo. Hera era muito vaidosa e sempre quis ser mais bonita que Afrodite sua maior inimiga. Hera - Irmã e esposa de Zeus, a mais excelsa das deusas. A Ilíada a representa como orgulhosa, obstinada, ciumenta e rixosa. Odiava sobretudo Héracles, que procurou diversas vezes matar. Na guerra de Tróia por ódio dos troianos, devido ao julgamento de Páris, ajudou os gregos. É representada por um pavão e possui uma coroa de ouro.
10.4 o deus soberano do mundo subterrâneo, destino final da sombra dos mortos; filho de Crono e Réia, seu nome significa "o invisível". Era também conhecido por Plutão (gr. Πλούτων), que significa "rico", pois era proprietário de todas as riquezas que existem sob a terra
10.5.1 era filho de Posídon e Gaia. Casou-se com Tinjis. Extremamente forte quando estava em contacto com o chão (ou a Terra, a sua mãe), ficava extremamente fraco se fosse levantado ao ar. Desafiava todos os seus possíveis rivais para combates corpo a corpo que terminavam invariavelmente com a morte do seu adversário. Um dos seus objectivos era utilizar os esqueletos dos viajantes que matava para edificar um templo em honra do deus seu pai. No entanto, Héracles conseguiu descobrir o seu calcanhar de Aquiles e conseguiu derrotá-lo. Hércules descobriu que nunca conseguiria vencer Anteu atirando-o contra o chão, assim como Anteu não conseguia derrotar Hércules esmagando-lhe o crânio. Héracles conseguiu a morte de Anteu, levantando-o do chão, mantendo-o suspenso até à morte.O mito tem sido utilizado como fábula que simboliza a força espiritual que é mantida pela fé nas coisas imediatas e factuais - as coisas terrenas.
Plínio, o Velho, citando Euanthes, escreveu, na sua História Natural (viii. 22), que um homem da família de Anteu, depois de escolhido por algumas pessoas, foi levado para um lago da Arcádia, onde pendurou as roupas num freixo, atravessando o lago a nado. Foi, por conseguinte, transformado num lobo, tendo vagueado nessa forma por nove anos. Se conseguisse passar esse tempo sem atacar um ser humano, poderia voltar a atravessar o lago a nado e tomar a sua forma humana original. É um dos primeiros relatos sobre licantropia que se conhecem.
Na Divina Comédia, Anteu assume a forma de um gigante que guarda o nono círculo do Inferno. É ele que levará Dante e Virgílio até ao fundo desse círculo onde corre o rio gelado do Cocito.
10.6 ZEUS, o mais importante dos deuses do panteão grego. Domina o céu e os fenômenos atmosféricos (chuva, raios e relâmpagos), principalmente; "amontoador de nuvens", "trovejante", "o que lança o raio". Na Ilíada, era já considerado filho de Crono e Réia, irmão de Hades e Posídon, e marido de sua irmã Hera. Para os gregos, era o mais poderoso e o mais importante de todos os deuses; mantém a ordem e a justiça no mundo, pois distribui os bens e os males. Havia escapado da fome de Crono graças a Réia, cresceu nas grutas da ilha de Creta, alimentado com mel e amamentado nos primeiros anos pela cabra (ou ninfa) Amaltéia. Enquando pequeno, os curetes, entidades divinas de origem incerta, dançavam ruidosamente à sua volta para que o choro dele não chamasse a atenção de Crono.
Ao atingir a idade adulta, Zeus decidiu destronar o pai, conforme a antiga profecia de Urano e Gaia, e empreendeu a titanomaquia, i.e., a luta contra os titãs.
Luta contra os titãs, auxiliado entre outros por seus irmãos Hades e Posídon, pelos ciclopes e pelos hecatônquiros: a titanomaquia; vence-os e trancafia-os no Tártaro. Consegue se tornar o soberano supremo dos deuses
10.6.1 o filho de Hera que abre a dolorida cabeça de Zeus com o machado
10.6.2 PALAS ATENA, a sapiência guerreira, "a virgem"; filha de Zeus com a oceânide Métis, nasce da cabeça fendida de Zeus. Como deusa guerreira, participou ativamente da gigantomaquia ao lado do pai, e durante a Guerra de Tróia ficou do lado dos gregos.
10.6.3 MUSAS, as Palavras Cantadas, as Forças do Canto; eram filhas de Zeus e de Mnemósine. Cantavam divinamente (é claro...), estavam sempre alegres e dançavam acompanhadas da lira de Apolo.
Habitavam a Piéria, próxima ao Olimpo (na Tessália), e o monte Helicon (na Beócia), mas estavam sempre no Olimpo, com os outros deuses. Ficavam também no Monte Parnaso (na Fócida), onde faziam parte do cortejo de Apolo.
Pouco antes da época clássica as Musas passaram a personificar a poesia, o canto, a dança e as demais artes. As atribuições eram variáveis e um poucos confusas, mas a partir do período greco-romano seus atributos tornaram-se mais definidos. Nas epopéias clássicas, o poeta-cantor, o aedo, sempre invocava as Musas pedindo-lhes inspiração, só depois é que narrava a história.
10.6.3.1 Kalliópe, a Belavoz. Elo que irmana reis e cantores. Musa da eloqüência e da poesia épica. Era representada com A Ilíada e A Odisséia à sua volta. Posteriormente, na representação romana, aparecia também com A Eneida.
10.6.3.2 CLÍO,musa da história. Representada junto a um rolo de pergaminhos. A raiz do seu nome significa recontar, fazer fama, tornar famoso. Mãe de Hymennayo e de Hyacinth, ou Hyacinthus, cujo pai foi Pierus. Jacinto era amasiado com Apolo e Zéfirus, por ciúme, feriu-o na cabeça, matando-o. Do sangue derramado de Jacinto, Apolo criou a flor do mesmo nome.
10.6.3.3 musa da retórica e da arte da escrever. Representada de pé e apoiada, em atitude pensativa; os hinos religiosos
10.6.3.4 musa da música. Representada com instrumentos musicais como oboé e flauta. Também carregava papéis de música; a música para aulos
10.6.3.5 musa da dança. Coroada de grinaldas, tocava harpa.
10.6.3.6 musa da poesia lírica. Sustentava uma lira e uma palheta. Também ao seu lado estava o Cupido alado 10.6.3.7 musa da tragédia. Representada com uma máscara trágica e um cetro.
10.6.3.8 musa da comédia. Carregava uma máscara cômica e coroa de pedra.
10.6.3.9 musa da astronomia. Aparecia vestida de azul e coroada de estrelas.
10.6.4 ARES, deus da guerra. Guerra e Juventude andam de mãos dadas entre os gregos, pois os guerreiros são sempre jovens (Koûros). E Ares, indutor de massacres, devastações e morte (v. 922) junta-se a Ilítia, que gerencia partos, de modo que Hebe cuide dos adolescentes, Ares incentive os joves à guerra e Ilítia renove as gerações, conforme Torrano.
10.6.5 ILÍTIA, deusa dos partos, a que renova as gerações de guerreiros, devotos de Ares.
10.6.6 HEBE, deusa da juventude. Por ter o privilégio da eterna juventude, representava a donzela consagrada aos trabalhos domésticos. Assim, cumpria no Olimpo diversas obrigações: preparava o banho de Ares, ajudava Hera a atrelar seu carro e servia néctar e ambrosia aos deuses. Um dia, quando executava essa tarefa, caiu numa posição inconveniente. Segundo uma versão, os olímpicos puseram-se a rir sem parar e a jovem, envergonhada, negou-se a continuar servindo-os. Foi substituída pelo mortal Ganimedes. Hebe dançava com as Musas e as Horas, ao som da lira de Apolo. Esposou Héracles (ou Hércules), quando o herói, após sua morte, foi admitido entre as divindades.
10.6.7 APOLO era considerado o deus da música e, embora as lendas relatem que Hermes inventou a lira e a flauta, foi Apolo que, tocando-as, levou-as à perfeição. Ele dirigia, no Olimpo, o coro das Musas e a dança das Cárites, suas irmãs, e entretia os demais deuses olímpicos com a lira.
Como todos os outros deuses, Apolo não primava pelo espírito esportivo. Foi desafiado certa vez pelo deus Pã para um torneio de flautas e Midas, o rei da Frígia que arbitrou a disputa, deu a vitória a Pã. Inconformado, Apolo fez com que crescessem orelhas de burro no juiz. O sátiro Mársias, que também o desafiou com sua flauta, deu-se igualmente muito mal...
O culto à deusa Gaia era bastante difundido nas épocas mais recuadas da cultura grega (Atenas, Esparta, Olímpia, Tegéia, Delfos...); acabou, porém, suplantado pelos deuses olímpicos. Em Delfos, por exemplo, no mesmo local em que existia um antigo santuário de Gaia, foi instalado o famoso Oráculo consagrado a Apolo Pítio. O deus recém-chegado, simbolicamente, matou a monstruosa serpente Píton, filha de Gaia, que vivia no local. A vitória de Apolo, porém, não foi completa: a tradição de chamar a sacerdotiza que recebia as profecias de "pítia" se manteve...
10.6.8 ÁRTEMIS ( v. http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81)rtemis: "Na Grécia, Ártemis (em gr. Άρτεμις) era uma deusa ligada inicialmente à vida selvagem e à caça. Durante os períodos Arcaico e Clássico, era considerada filha de Zeus e de Leto, irmã gêmea de Apolo; mais tarde, associou-se também à luz da lua e à magia. Em Roma, Diana tomava o lugar de Ártemis, frequentemente confundida com Selene ou Hécate, também deusas lunares.
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