Tua língua
Enrosca-se no meu paladar
Inflando as glândulas
Com sabores e aromas
Num secreto nado
Acompanhado por um tinto do Alentejo.
Leve vou no tato
Raso com as mãos
Varrer o vale de tuas costas
Arrepiando sua insegura
Embriaguês dos sentidos.
A Menina de teus olhos
Senta a luz
sobre o capuz.
Os finos gestos da palma
Limpam a poeira seca
Em contraste no suor salgado
Transpirado pelos pulsos.
acendo o farol baixo
sintonizo na Galáxia FM
E No breu da oficina
Os faróis fecundam
Um sol e uma lua
Projetados na parede.
O som triste
De um samba melancólico
Ampliam o ambiente.
Beijamos o corpo
No momento que levanto
a blusa solta na pele morna
Latente com a profusão de artérias
Embaladas em seu arder
Seus seios são
Uma imaculada perfeição estética
Despontam firmes
Enquanto a blusa cai pelas laterais.
Meus lábios molhados
Transbordam a libido.
As duas mãos
Sobem pela cintura
E os polegares pressionam
O bico enrijecido de seus seios.
Eu te amo
Os pés revezam
No roçar junto do calcanhar
Encorajando-a
A desabotoar minha bermuda.
Então ela deita
Apoiando a cabeça no vidro
E estendendo os braços
na direção dos retrovisores.
Também te amo
Me olha, lírica
Feliz e louca
Faço uma dança
Regida ao som dos anos 30
O nariz gira
Sobre seu umbigo materno
Que me prende sutil
Como orvalho
Nas folhas caídas do outono
Abro sua saia
Tipo toalha presa na cintura
E vou rolando... rolando... descendo
Sua calcinha de pano.
Jorro uma cascata
De beijos
Até encontrar livre
A calcinha entre as pernas.
Trago-a triunfal
Até a ponta dos dedos
Minhas mãos
Apoiam-se em seus joelhos
Flexionam a abertura
E as cochas lentamente separam-se
Convidam-me para entrar.
Mantenho carícias verticais
No seu sexo úmido
Meu membro ferve
Aperta constante
Durante as contrações
E batidas do coração
Num tesão invencível.
Seus ombros tremem
Está visivelmente possuída
Numa orgia só.
Penetro
Em seu sexo liso.
O suor escorre
De minhas costas,
De sua nuca...
Engole, quase sufocada
O próprio ar
Nas sucessivas penetrações
Que tocam no íntimo
Sua aura de mulher.
Sopro seus ouvidos
Feito marulho de mar
Que lambe um mel em suas entranhas.
Inicia-se uma contagem...
Agressiva eleva a cintura
Que afina-se, esvazia-se
Fortalecendo os pulmões
Num fôlego preso.
Sua cabeça no vidro
E o umbigo no ponto mais alto
Fazem curva
Como arco-íris
Seguro-a no nada
Agresiva a contagem pára
O tempo estático
Vê essa explosão de potencialidades.
Os músculos esticados
Gemem em sua boca
E expulsa seu gozo
De encontro ao meu.
Serena, a contagem regressa
E as ondas de orgasmo
Sobrepõe-se uma às outras
Até que seus olhos entreabertos
Deixam pingar
Uma lágrima de amor.