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Erotico-->Ela Dorme -- 16/04/2002 - 18:38 (Daniel Penna Firme Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ela Dorme

Por: Daniel Penna Firme Guimarães

A Noite é escura e gelada. As estrelas que cintilam junto à luz resplandecente da lua já se foram dando lugar às sombrias nuvens carregadas da mais densa chuva que vai cair ao raiar do sol, escurecendo o dia. Os corações adormecidos se estremecem com a temperatura da madrugada que avança pelos caminhos do campo e da cidade.Os amantes já dormem, e com eles todo foco de inspiração da poesia e da arte. Já não há mais vida. Toda a alegria do dia ensolarado ou da lua cheia inspiradora já está perdida pelas vielas, praças e caminhos da metrópole urbana.
Eis que em meio ao cenário profundamente depressivo um foco de luz surge no horizonte sombrio. É como se lá residisse a única esperança de haver calor, luz e amor em meio a escuridão. Esta luz vem da lamparina cor de encarnado do quarto dela. E lá ela está deitada dormindo com a tranqüilidade que só a grandeza pode dar em meio à alvos lençóis de cetim. Ela é altiva e ainda que se encontre vulnerável pelo sono arrebatador, impõe medo e respeito a quem se aproxima. Ela está nua. Seu corpo fascina a tal ponto que qualquer amante apaixonado largaria seu amor para entregar-se ao prazer de desfrutar de tão bela visão. Ela é linda, clara como os vasos de cristal que guardam as rosas vermelhas de seu jardim. Seus fartos seios convidam o macho à uma farta mordida, à carícias e à frenéticos beijos embebidos no suco da paixão. Os contornos de seu corpo desnudo despertam a volúpia animal de qualquer homem. Ela é a pura encarnação de Afrodite. Seu sexo é o epicentro do prazer universal onde a mulher é mais fêmea e o homem é apenas mais um escravo da cavidade que guarda o milagre da geração de uma vida. Ela é a prova de que a obra de Deus é perfeita.
Ela então, assustada com meu pensamento, abre seus verdes olhos sobre mim saindo dos braços de Morfeu. É como se por um instante o narrador fosse fulminado pelo poder intimidador de seu olhar. Tento desviar o rosto, mas não posso. É mais forte que eu. Aquele corpo e aquela mulher me dominam por inteiro. Tento ir embora, mas ela parece que sabe muito bem e melhor do que isso quer o mesmo que eu. É chegado então, o momento em que incorporo o espírito do amante que sempre quis ser e a possuo com total brutalidade. É a violência a serviço do amor e mais do que isso é o Prazer animal do Sexo Selvagem.
Depois disso, ela volta ao seu sono profundo e eu vou embora, cheio de boas lembranças, vagar pela noite profunda, que esfria o coração ardente como a água gelada que endurece as lavas vulcânicas do litoral.


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