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AMOR A SÓS!
Ana Zélia
Dia de união e eu sozinha.
O outro meu lado continua obscuro.
Amo a um mundo de coisas.
Amo o ar, as águas, as florestas.
Amo gente, o mundo.
Falta-me o principal, a quem amar e quem me ame.
Já me dirigi a todos perguntando a cada um.
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Você me ama? Quem me ama?^
É a ladainha ensaiada. Não tenho respostas.
Tornei-me transparente ao mundo, aos homens. Principalmente a estes.
Algo em mim está errado.
Olho a lua, tão bela, tão distante, tão sozinha.
Não é lua cheia. Vejo uma metade, lhe falta a outra parte.
Opaca, encoberta parcialmente pelas nuvens.
Igualo-me a ti. Sozinha numa noite de namorados.
Será destino? Maldição? O que falta?
Não sei. É a vida.
Amor!... Abstrato em todos os sentidos.
Concreto só os olhares dos enamorados, o beijo gostoso, o abraço apertado.
A paixão que enlouquece.
O rolar na cama, na grama, na lama...
Medo de união? Ou do amor?
A poligamia subjugou a monogamia.
O sabor, o desejo, a expectativa, a experiência, tudo no sexo vale. E proíbem e criam argumentos.
Lua. Estás imune a tudo isto.
Ficas mais bela quando cheia.
Mostras ao mundo o teu poder, tua força feminina.
Tens um cavaleiro, valente, audaz, lindo!...
Longe da cobiça de todos.
Solucionas o teu problema. O meu só o tempo dirá.
Herdeira de um “iate”, sem nome e sem comando.