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Erotico-->Uma certa menina -- 09/02/2011 - 15:54 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu, entrado em anos, já meio passado pela vida, experiente(como dizem os mais educados), jamais imaginaria que algo ainda seria reservado para mim. Porque, a certa altura, você acha que já viu de tudo mas esta vasta experiência sensorial que é a existência muitas surpresas nos reserva...

Eu a conheci por acaso, comendo em um restaurante destes mais modestos onde você entra sem pretensão alguma, apenas e tão somente degustar o que se mostra saboroso. Sempre fui de degustar, de absorver os alimentos, de cultivar o gosto pelos sabores... Nisso, quando pegava meu prato, assim como quem não quer nada...

--Gosta do cardápio?
--Eu? Ahhh, sim sim. Sempre gosto.
--Vem sempre aqui? Não o conheço...
--É a primeira vez...
--Bom, para tudo tem uma primeira vez...

Ela disse isso com tamanho prazer que me encantou. Tinha o quê, vinte e seis, vinte e sete? Morena, pequenina, corpo bem formado. Olhos escuros, sobrancelhas finas e cabelos cacheados encimados por um penteado que a fazia parecer uma gueixa. Tinha seios médios, pelo que pude perceber do decote e belas coxas.

--Verdade...Pela primeira vez venho aqui e já estou gostando do que...vejo.

Ela percebeu a entonação e sorriu maliciosa, um sorriso de mil leituras e significados--Como as lendas de Mil e uma Noites. Ela estava no balcão, tinha uma prancha onde anotava constantemente alguma coisa.

--Que você faz?
--Nutricionista; anoto os alimentos, anoto os mais pedidos. Isto ajuda a compor um cardápio mais diversificado...

Suas palavras saíam claras, bem definidas. Pronúncia perfeita e uma voz aveludada... Ela me olhava com o rabo dos olhos, atenta aos meus movimentos... Pensei que isso fazia parte de sua ocupação...

--Não é não. Estou só olhando...
--Ah...
--Posso falar uma coisa?
--Claro!
--Te acho interessante...
--Posso falar uma coisa?
--Claro...

Não havia ninguém por perto. Do outro lado, duas clientes conversavam. Lá, perto da porta mais quatro clientes almoçavam... Um deles brindava aos demais...

--Achei você muito, muito...interessante...

Era o sinal que ela queria. Num movimento rápido, ela se aproximou e um papel me dava seu telefone que, é claro, eu usei logo depois de deixar o restaurante. Modernidades do telefone celular!

--Oi?
--Alo, quem fala?
--Sou o homem interessante...
--Ahhhh...Nossa, já?
--Qual seu nome?
--Carla.
--Belo nome para completar uma linda figura...

Combinamos de nos encontrar depois que ela saísse. Ela veio me procurar aonde eu estava, um pequeno bar com cadeiras na calçada.

--Com sua permissão?
--Nossa, que chique!

Eu a sentei numa cadeira bem defronte à calçada, de onde ela podia desfrutar da vista e saborear um delicioso licor que eu havia pedido. Amarula. Ela gostava.

--Meu licor predileto! Como sabia?
--Não sabia. Mas achei que gostaria!
--Acertou em cheio...

Conversávamos sobre suas vontades, seus sonhos. Ela fazia vôos sobre seu futuro profissional. Fiquei sabendo que adorava imaginar cardápios sofisticados e lia muito para aprender os ingredientes. Só de ela falar ela me fazia ficar com água na boca. Por falar em boca, ela tinha dentes perfeitos e quando sorria, quem a visse tinha de sorrir junto: Um pescoço esguio e uma testa lisa completavam sua figura que, além de bonita, trazia um perfume de rara essência e que fazia sua presença mais sublime. Ah, os sentidos, como esses sentidos nos fazem bem! Já um pouqinho mais solta, ela olhava fundo nos meus olhos...Eu percebia o que ela dizia no subtexto, entredentes... Sua linguagem denunciava seu desejo...

--Mas e sobre a primeira vez?
--Ah, tem sempre uma primeira vez para tudo.
--Mesmo, Carla?
--Acredito que sim...

Respondeu minha pergunta de forma tão sensual que eu tentei o impensável e meu pé tocou o seu por baixo da mesa. O coração aos pulos enterneceu-se porque ela corresponde ao toque...Deixando sua mão deslizar por minha coxa.

--Estou vendo algo aqui que me agrada!
--O que, Carla?

Tocou de leve, roçou meu colo e notou minha excitação. Eu não acreditava. Muita sorte! Conversamos mais, ela de coxas encostadas às minhas. Seu calor denunciava seu tesão e num crescendo, ela se deixou apalpar por mim e o que era evidente ficou claro, suas nádegas eram durinhas e suas coxas quentes de desejo.

--Posso falar uma coisa?
--Diga, carla...
--Posso ser sua sobremesa?

Assim falou zaratustra.
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