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Erotico-->Violão -- 11/04/2011 - 18:56 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A luz do sol, amarelo-ouro, iluminava o quarto quando acordei, na manhã que se insinuava maravilhosa. Na verdade, é nessas horas que nossa verdadeira face se revela. Na beira da pia, no cardume de objetos que juntamos na beira da cama--livros, relógio, pente, um pedaço de jornal com um recorte de uma frase que achamos bonita, o batom dela a um canto, o perfume que habita o ar e refresca os lençóis... Por falar nela, aonde ela está? Eu costumo chamá-la de nomes de pequenos animaizinhos (e ela adora): Esquilinha, corça(pelos lindos olhos redondos), formiga (pelos maravilhosos atributos dela); gatinha(quando ela se encosta e dorme simplesmente ressonando mesmo assistindo um filme de ação), maritaca(pela ruidosa alegria com que ri) e assim vai...



Ela deixa pistas e faz questão de colocar suas marcas, uma toalha dobrada aqui, um chinelo acolá. O que mais rastreia sua presença é seu perfume incontestável. A essência de uma pequena deusa, o cheiro de uma mulher toda cheia de luz. Onde habita esta mulher, que mistérios a trouxeram a mim eu ainda não sei;não deslindei seus segredos e não faço questão, até porque ela os mantém ocultos para que se desvelem, sem precisar tornar nossa relação menos interessante. Talvez por isto mesmo, sejamos tão completos em tudo o que fazemos juntos.



Espreguiço-me. A noite começou quente, ela se entregou ao frenesi e ao prazer como sempre(apaixonadamente) e eu segui seus desejos, sempre com os toques de tudo aquilo que eu sei ou acho que sei porque ela dá indícios de trilhar bem mais do que eu as artes do amor e do desejo. Dormimos depois feito pedra, saciados um no outro, eu enrolado em suas lindas pernas, colado em seu corpo proporcionado e lindo, ela e seus cabelos enrolados nos ombros enxutos e sensuais...



Levantar foi duro, quase a chamei para a cama de volta. O frio, a neblina lá fora, o vento nas copas das árvores, tudo conspira para o repouso, mas o sol amarelando as franjas da encosta demarca seu território. Guio-me pelas sensações. O barulho do tilintar de louças trai sua presença. Ela, com suas habilidades, prepara um café reforçado. "A primeira refeição tem de ser muito equilibrada; não é à toa que se chama desjejum!" e fala isso com o famoso sorriso brejeiro e os olhos brilhantes de alegria.



Lá está, sentadinha, o pequeno vulto olhando lá fora as copas das árvores. Reflete sobre sua vida, nossa vida, sua posição no mundo, seus trabalhos pendentes, reflete sobre o que repousa em seus ombros.



Eu chego por trás e a abraço lentamente, puxando-a para mim. Sua boca se abre, num movimento sôfrego e ela se cola a mim, novamente, sem nenhuma recusa, toda desejo, cabelos lindamente despenteados, perfume inebriante. Ela desliga a leiteira--O café pode esperar mais um pouco.


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