Número do Registro de Direito Autoral:131420485700772500
DEUSES OCULTOS...
Ana Zélia
Diabos soltos, criados em mim...
A inveja, ódio, despeito, a esta gente ruim.
Lúcifer fez isto. Quis ser o melhor entre os Querubins do Senhor.
Invejo os que são amados, beijados nas ruas, tocados nas praças...
Mãos carinhosas, macias como as fadas, tocam seus corpos como se fossem os seus...
Ódio a mim que em busca do afeto, tropeço e atropelo os outros...
Despeito aos que são felizes, amados, mesmo que a quimera seja o vinho embriagador.
Como exterminar os demônios se eles me fazem viver?
Estímulos a busca inconstante do prazer, ser, viver...
Quantos doentes por falta de afeto?
Quantos foragidos com receio das mãos de Ondina?
Famintos! Não de alimentos, mas de atenção, de ser, viver...
Foragido das cadeias, dos algozes que vivem em si.
Fomos criados para a convivência comum, nunca para sermos ratos de esgotos, palácios, nem porcos de charcos.
Chega de espinhos frios, gelados.
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Nota da autora- A solidão mata mais que a AIDS.
A fantasia é que nos alimenta a alma, amamos platonicamente aos homens mais difíceis de ao menos nos olharem de longe. Mulheres fragéis em nome do amor.
Parte integrante do livro Mulher! Conquista fácil! (Poesias e crônicas) editado pela UFAM/1996, publicado hoje na usina. manaus 18.05.2011 (Ana Zélia)