Confessemos o que todos já sabem:
Elas passam e nossos olhos passam por elas.
Preferencialmente pela retaguarda delas.;
Sempre com fome.
Assumamos. Não estamos. Somos assim.
Nas ruas que me cabe andar,
Há sempre a expectativa velada
De cruzar com uma deusa carnal.
Com uma que preencha calças.;
Que transborde das blusas.
E que sejam justas as calças.
Ou mais que justas.
E que sejam pequenas as blusas.
Ou menores ainda!
Desde meninos assim agimos.
Sim, desde os tempos das rimas bobas!
E assim será sempre, se Deus quiser.
E, por falar em querer – sem mais mexer com Deus,
Querem elas assim?
Querem ou não que as comamos vivas?
Comemo-las ainda vestidas!
E as esperamos nuas... mas nunca estão!
Mas, querem ou não querem?
As mini-saias são para quê?
As mini-blusas para que são?
É guerra, meus nobres colegas de masculinidade!
É guerra, meus pobres amigos de rica libido!
E que bela guerra!
Um dia uma mulher ainda confessará:
Em meio às conversas cochichadas de mãe e filha,
As meninas aprendem a nos pegar pelos olhos.
Fico imaginando:
- Põe essa calça mais para dentro, mais para cima, menina.
- Põe essa blusa mais aberta, que o recheio você já tem.
- Põe essa cara mais marota, que é ela quem convida.
- Põe mais música nessas ancas, que tamanho não lhes faltam!
Pronto! Devo estar na mira das feministas!
Pois que mirem e atirem.
E que atirem e não errem.
Continuo observando. Percebem!?
Então,assumamos: É guerra!
Ou porque será que os seios andam soltos
dentro das blusas coladas?
Ou será coincidência cada agachadinha?
Meus argumentos são tão sórdidos
quanto meus pensamentos.
Digo antes que me digam.
É óbvio.
Então, que venham os argumentos lógicos!
Enquanto isso, os sutiãs estão mais transparentes dentro das blusas que já não mais os escondem.;
As calcinhas já não marcam
porque não têm mais tamanho para isso.
Enquanto isso as moças passam
e nos apaixonamos por elas
na mais longa fração de segundo
que o tempo permite existir!