Texto e Produção Visual de CARLOS CUNHA
o “Poeta sem limites”
O melhor em Literatura Licenciosa, Crônicas, Contos & Infantis
No banheiro do Shoping
Era uma tarde quente e elas, de saias bem curtas e as pernas grossas a mostra, passeavam pelo shoping lotado e sentiam-se isoladas do mundo. A balburdia feita pelas pessoas em volta era um verdadeiro mar bravio que as cercava e elas uma pequena ilha de paz protegida pelos recifes do amor. Eram duas mulheres felizes e para isso bastava estarem juntas, o que sempre acontecia, pois se amavam muito.
Uma delas se chamava Márcia e a outra Débora. Eram duas mulheres pequenas e já maduras que tinham os mesmos gostos, os desejos iguais e que dividiam suas fantasias as tornando em um sonho único e belo, conseguindo transformá-lo na realidade de suas vidas atual.
A Débora limpava dos lábios, com um lenço de papel, a sujeira feita pelo enorme sorvete que tinha acabado de tomar, quando a amiga lhe disse:
- Vamos até ali no banheiro. Meu feixe quebrou e quero dar uma arrumada.
- Vamos lá.
Assim que entraram fecharam a porta e a que tinha convidado para irem ali deu um demorado beijo na boca da amiga. Quando se separaram, sem nada dizerem, uma puxou a outra pela mão e trancaram-se em um dos reservados. No pequeno espaço deram um jeito de ficarem nuas e começaram a se acariciar.
Elas ouviram a porta do banheiro abrir e caladas ouviram passos. Barulhos no reservado ao lado, o som da descarga sendo dada, outra vez passos que levavam a pessoa que tinha entrado dessa vez até a porta, esta sendo trancada e novamente o silencio.
Suspiros de alívio e risos contidos precederam os novos beijos, afagos, chupadas e o gozo intenso que atingiram. Quando saíram, depois de lavarem as “xanas” com a própria água da descarga, o rolo de papel higiênico estava vazio e o chão cheio dos chumaços brancos que tinham usado para se limparem. Lá fora a Débora perguntou:
- E o feixe Márcia, não vai arrumar.
- Ta arrumado. Era o que segura o desejo que sinto por você e ele vive estragando. Vai quebrar de novo, mas daí a gente arruma.
As duas deram uma sonora gargalhada e de mãos dadas continuaram com o passeio daquela linda tarde.
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