Naquele Brumado de outrora, o mais comum era ver duas gerações distintas na faina cotidiana: pais, e filhos menores à sua volta. Ou à espera de sua volta, pois num povoado essencialmente operário tudo gira em torno do salário que, lá como era tratado, de `ordenado` era chamado.
Raro era ver gente jovem solteira a se interpor nessa interação, pois os que podiam, ou ousavam, atrás de oportunidades maiores é que embarcavam. Uns poucos que ficavam logo se casavam, procriavam e à labuta de cada dia se entregavam.
Ao cair das tardes, cena quase invariável era trazer cadeiras para a porta da rua, prosear, ver o movimento e manter o olho na criançada mais que alvoroçada, no jogo da maré, do 31 de janeiro, da peteca - e do etceca... Até chegar a noitinha, que com a janta, a Ave Maria do Júlio Louzada, a voz do Brasil, tudo em cascata vinha e, o mais `redoutable` para a gurizada era a obrigação de escovar os dentes e lavar os pés...antes de cair na cama - ou do dever fazer, um outro drama.
Assim, que surpresa não me causou quando do baixo de meus seis ou sete anos, testemunhei a súbita chegada de Cicinha Batista, moça da terra, em plena florescência carnal, com sua saia de casemira cinza, em nosso meio assomou, uma cadeira puxou, as pernas cruzou e, gozosamente - como se não houvesse nada - proseou, a danada - e até contou piada