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VI
Uma reunião surpresa marcada pelos diretores da empresa com todos os funcionários nos pegou de surpresa logo cedo, assim, com o burburinho de que haveria mudanças de gestão e consequentemente demissões não houve clima para que Fred continuasse a me contar suas aventuras eróticas. Afinal, não se falou a manhã toda noutra coisa que não fosse nessa maldita reunião, marcada no pátio para depois do almoço. Comentava-se de forma aberta que a empresa passava por dificuldades, devido à redução de encomendas, e por isso teria de reduzir o número de funcionários. Falava-se na demissão de pelo menos trinta trabalhadores de cerca de quase trezento.
-- Pode ter certeza: um de nós dois vai ser demitido – asseverou Fred.
-- Será? -- perguntei.
-- E aposto que serei eu: sou mais novo e ainda por cima um gay!
-- Mas ninguém pode ser demitido por se gay – retruquei.
-- Pois trata-se de uma demissão coletiva. Não poderão acusá-los de me ter demitido por ser gay. Nesse caso, a empresa tem justificativas.
-- Bom, talvez nenhum de nós seja – falei com otimismo.
E de fato a reunião tratou das dificuldades da empresa, mas os diretores procuraram não demitir ninguém por enquanto. Uma proposta de redução de vinte por cento nas horas trabalhadas e um corte de dez porcento nos salários por um período de seis meses seria levado ao sindicato. Se aprovada, as demissões seriam canceladas, caso contrário estas seriam invetáveis.
-- Achei que teria de começar a procurar um novo emprego amanhã mesmo – disse ele, ao fim da reunião, quando voltávamos para o almoxarifado.
-- Por enquanto não. Nem eu nem você.
Alguns minutos depois, não resisti e pedi:
-- Agora que as coisas acalmaram, pode continuar.
-- Bom – disse Fred, puxando a cadeira e sentando. -- Como você já sabe, passei a frequentar a casa dele três ou quatro vezes por semana. Dizia para minha mãe que ia para a aula de reforço, mas aula mesmo ele só me dava duas vezes por semana. E durante as férias e no segundo semestre, como eu já não tinha mais dificuldades em matemática, era de vez em quando. Eu ia mesmo lá era para ficar com ele, para sentir seus beijos, seus carinhos e seu corpo no meu. Eu o amava apaixonadamente. E ele também gostava de mim.
-- Isso até parece papo de mulherzinha – comentei, rindo.
-- É verdade! Tenho de reconhecer isso. Eu agia como uma menininha romântica e apaixonada. Não via as dificuldades e as implicações sociais de um relacionamento homossexual e o pior: ele era um homem de meia idade e eu apenas um garoto. Aquilo não tinha a menor chance de futuro. Aos olhos de todos, ele estava cometendo um grave crime, pelo qual poderia ser preso e condenado a vários anos de prisão. Por outro lado, eu por ser menor de 16 anos, tinha de obedecer meus pais. Não havia outra saída pra gente. Se nosso caso viesse a público, estaria tudo acabado.
-- E vocês não falavam disso?
-- Não abertamente. Ele apenas me dizia para não comentar nada a ninguém, porque senão a gente não poderia mais se ver. E eu respondia que ele não precisava se preocupar porque eu não queria ficar sem ele por nada desse mundo. Eu jamais falaria alguma coisa pra alguém. Acho que ele confiava em mim, pois sabia dos meus sentimentos. E para te ser sincero, acho que usava eles para manter o meu silêncio.
-- Depois daquele dia, quando vocês transaram de novo?
-- Na outra semana. Dois dias depois do nosso último encontro, voltei a casa dele, mas apesar da minha insistência, ele não quis fazer amor comigo. Disse que havia machucado o meu rabinho da última vez e ele não estava em condições de ser penetrado. Era melhor a gente esperar mais uns dias. Se a gente transasse, meu rabinho poderia sangrar de novo.
-- Ele disse seu rabinho?
-- Disse. Na realidade ele não usava a palavra “cu” e sim algo mais delicado. Às vezes, ele usava o termo bundinha ou rabinho. Ele gostava de falar bundinha deliciosa ou rabinho gostoso, apertadinho. Só teve uma vez que ele usou a palavra cu, mesmo assim no diminutivo.
-- E aí ele não comeu o seu rabinho? -- perguntei, dando uma entonação jocosa à última palavra.
-- Não. Mas eu insisti tanto que ele acabou dizendo que me deixaria fazer qualquer coisa, menos enfiar o pau dele em mim. Então eu pedi pra ele me deixar chupar. Ele concordou. Enfim, fomos tomar um banho e depois pra cama dele.
-- E por que você não fez isso ali no banheiro mesmo!
-- Porque eu queria me deitar com ele. Eu sabia que, na cama, ele ia rolar para cima de mim. E desde a época do João Carlos, eu gostava de ficar por baixo e sentir ele por cima. Embora não seja regra, a maioria dos gays passivos, gostam de ser dominados e ficar sob o parceiro, sentindo o corpo dele sobre o seu com todos aqueles movimentos, causa prazer.
-- Isso nunca me passou pela cabeça.
-- Algumas mulheres também são assim. Preferem que o homem fique por cima. Mas nem todas são assim. Algumas querem ficar por cima, com o controle da situação. O mesmo ocorre com alguns gays passivos. Eu falo passivos porque a maioria dos ativos preferem ficar por cima.
-- Interessante. Mas, aí depois dos pombinhos se beijarem e trocarem carícias, você foi e fez um boquete no professorzinho?
-- Foi. Como eu te disse, o pau dele não crescia assim tão rápido. E quando agarrei ele, ele ainda estava meio mole; mas foi só eu começar a chupar, que ele foi ficando duro. Apesar já ter chupado o João Carlos algumas vezes, aquele filho da puta do último ano e até o Marco Aurélio uma vez, eu não tinha muita experiência, pois nenhum deles me ensinaram. Aí ele deve ter visto que eu não sabia fazer direito, disse que ia me ensinar. E me ensinou mesmo.
-- Como?
-- Dizendo como eu tinha de fazer. E quando eu fazia certo, ele dizia: Parabéns, é assim mesmo, meu anjo! Ele me ensinou a usar não só os lábios como a língua para provocar prazer no parceiro. Disse que mais cedo ou mais tarde a gente ia ter que se separar e era bom que eu estivesse preparado para levar aquela vida.
-- Uma vida de bicha? -- perguntei, arrependendo-me de ter dito “bicha” em tom jocoso. Por sorte ele não se ofendeu.
-- Isso mesmo! Uma vida de bicha. Um bicha que teria de lutar para mendigar atenção, carinho e prazer. Lembro-me de ouvir ele dizer: Um rapaz sexy como você será alvo de muitos homens, a maioria heterosexual que só vão querer se aproveitar de você. E até que realmente consiga um parceiro de verdade, será apenas um objeto nas mãos de aproveitadores. E eles vão querer de você tudo aquilo que as esposas, namoradas e parceiras sexuais não fazem por pudor. Na época, não compreendi direito esse alerta, mas o tempo me ensinou que ele estava certo. Fui iludido e usado por muitos homens que me prometiam algo e na hora H mas só queriam prazer, e depois do prazer alcançado, me descartavam com desprezo, como se eu fosse portador de uma grave enfermidade.
-- E você chupou o professorzinho até ele gozar?
-- Foi. Enquanto ele ficou me ensinando, eu fiquei ajoelhado no meio das pernas dele. Mas depois de algum tempo, acho que uma meia hora, ele pediu para eu virar e ficar com a bunda de frente para ele. Assim, os ombros dele ficaram entre meus joelhos; e minha bunda ficou na cara dele. Depois que virei, comecei a chupar ele de novo. Enquanto isso, ele começou a acariciar minha bunda. Dali a pouco, senti o dedo dele passando em volta do meu cu. Pensei até que ele fosse enfiar ele em mim. Isso me deu prazer e o meu pau, que estava murcho, começou a crescer. Então ele aproximou a boca e ficou lambendo o meu cu. Enquanto fazia isso, agarrou o meu pau e ficou acariciando ele, como se estivesse me batendo uma punheta. Isso me deu tanto prazer que acabei gozando. Mas não parei de chupar ele. Ele sim, parou de me acariciar e acho que se concentrou para gozar. Dali a pouco, ele começou a gemer e minha boca encheu de porra. Levantei a cabeça, olhei para ele e ele me deu um sorriso de satisfação. Tonei a virar e deitei nos braços dele como uma criança buscando aconchego. Ele me abraçou e ficamos algum tempo assim, até que ele disse para levantarmos e tomar outro banho.
-- E ficaram nisso?
-- Foi – confirmou Marco Aurélio.
-- E na outra semana?
-- Saí mais cedo de casa para ter mais tempo de ficar com ele. Cheguei uns quinze minutos mais cedo. Ele me recebeu só de cuecas. Entrei, joguei o caderno e o estojo no sofá e pulei nos braços dele. Entre um beijo e outro, confessei-lhe que não aguentava mais de saudades. Ele disse: Meu bobinho! Tão apaixonado! Eu disse que estava mesmo e que sofria todos os dias que não ficava com ele. Como eu era mais baixo que ele, ele tinha me pego no colo. E ali mesmo ele foi empurrando o meu shorts para baixo e começou a apertar minhas nádegas. Alguns instantes depois, foi a vez dele confessar: Eu amo essa bundinha linda, meu anjo! Aí eu disse: Ela é sua, toda sua. Pode fazer o que quiser com ela. Ele deu um sorriso e falou: Posso mesmo? Respondi afirmativamente. Ele me pôs no chão e me ajudou a tirar a camiseta. Depois disse: Então hoje você vai ficar de quatro e eu vou te possuir assim.
-- E ele disse porque queria que você ficasse de quatro para ele te foder?
-- Disse sim. Disse que é uma das posições que mais dá prazer ao homem. Além dele ter controle total da situação e dos movimentos, o parceiro está em completa passividade, dando a sensação de dominação e poder ao outro. E além disso, ao possuir alguém assim, o homem tem uma visão privilegiada da penetração. Ele não só vê a reação do cu, ao ser penetrado, como vê o próprio pau entrando e saindo... Tudo isso foi ele quem me disse quando, depois de trocarmos carícias na cama dele, me mandou ficar de quadro na beirada dela. E disse mais: disse que uma sensação parecida pode ser experimentada pelo parceiro ao foder a boceta de uma mulher.
-- Ele simplesmente te pôs de quatro e te enrabou? -- perguntei, com o intuito de fazê-lo dar mais detalhes.
-- Como já disse, eu era menor do que ele. E quando ficava de quatro, mesmo que ele ficasse de joelhos, ele teria que se abaixar para que o pau dele ficasse na altura do meu cu. Assim, para resolver o problema, ele disse para eu ficar de joelhos em cima da cama, mas na beirada dela, de forma que ele ficasse de pé em frente a cama e minha bunda. Quando fiquei do jeito que ele queria, os meus pés e metade das minhas pernas ficaram para fora da cama. Eu me apoiei sobre as mãos e fiquei olhando ele atrás de mim, lubrificando o meu cu e o pau dele. Quando foi me penetrar, pediu para eu dobrar um pouco as pernas e abaixasse um pouquinho a bunda. Depois que ajeitou o pau dele e começou a enfiar ele em mim, ele me segurou pelos quadris e foi empurrando. Ele parecia estar tão fascinado com aquilo que não tirava os olhos dali. Enquanto ia pondo devagarinho, deixou escapar: ah, meu anjo! Que prazer! Não há nada mais gostoso. E quando ele enfiou tudo, a pélvis dele encostou nas minhas nádegas. Aí ele parou por alguns instantes e disse: Se eu não ficar quieto por alguns instantes, vou gozar. Eu não resisto. E de fato não resistiu muito. Não mais de um minuto. De repente, ele apertou meus quadris com as mãos, agarrando com força, indo e vindo com toda a força. Tenho certeza de que ele sentiu muito prazer, porque pouquíssimas vezes eu vi ele gemer daquele jeito.
-- E você não gozou?
-- Naquele momento não, mas não muito tempo depois. Quando ele gozou, ele sai de mim logo em seguida. Disse que estava sem forças nas pernas. Aí deitou na cama de barriga para cima, bem ao meu lado. Após se refazer, ele perguntou: agora eu deixo você escolher como quer gozar. Aí ele perguntou como eu queria. Pensei por alguns instantes. Então, disse que queria sentar no pau dele e bater uma punheta. Ele se ajeitou na cama e disse para eu aproveitar enquanto o pau dele ainda estava duro. Aí sentei em cima do pau dele. Além de arreganhado, o meu cu estava cheio de porra, por isso entrou fácil e fácil. Bem, aí eu comecei a me mexer para frente e para trás, para que eu sentisse o pau dele deslizando dentro de mim. Então peguei o meu pau e comecei a me masturbar, com ele assistindo eu fazendo aquilo. Assim como aconteceu com ele, o meu gozo veio rápido.
-- E depois?
-- Eu deitei por cima dele, ele me abraçou e demos um rápido beijo. Aí eu disse: Te amo, sabia? Você me faz tão feliz. Ele deu um sorriso, me empurrou para o lado, me virou de costas, deitou em cima de mim e me penetrou novamente. Dessa vez porém ele não gozou tão rápido e, quando gozou, também não saiu de mim. Apesar do peso dele, estava feliz por ele ter permanecido em cima de mim. Não sei quanto tempo a gente ficou assim. Tiramos um cochilo. Quando acordei, ele ainda roncava sobre mim. Tentei me mexer bem devagarzinho para não acordar ele, mas ele acabou acordando. Disse pra ele que não queria acordar ele. Ele me chamou mais uma vez de “bobinho” e saiu de cima de mim e consultou o relógio. A hora tinha passado rápido. Confesso que nem vi o tempo passar. Disse que já estava quase na hora de eu voltar para casa. Aí levantamos, fomos tomar um banho pois minhas nádegas e minhas pernas estavam todas meladas de porra. Dessa vez não havia marcas de sangue. Enquanto eu me trocava, ele preparou um lanche rápido. Enquanto comíamos, ele disse: na quarta-feira você vai se comportar. Você precisa se preparar para as provas. Prometi me comportar.
-- E você se comportou na quinta-feira?
-- Ah, isso vou te contar só amanhã. Você vai dormir com essa curiosidade.
-- Pô, Fred! Vai fazer isso comigo? -- perguntei, abrindo os braços.
-- Pode ter certeza que sim.
-- Então só mais uma pergunta: Você ficou com o cu doendo aquele dia?
-- Não, não. Apenas um desconforto.
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