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XII
Durante o resto do dia tentei imaginar o que o professor teria feito com Fred para marcá-lo tão profundamente. Puxando na memória – embora eu não tivesse uma memória proustiana como ele mesmo alcunhara a sua facilidade em se lembrar de fatos --, procurei resgatar em minhas lembranças a descrição desse homem feita por ele e assim criar uma imagem que eu supunha tratar-se de Marco Aurélio. E através dela, procurei recriar uma situação que pudesse tê-lo afetado a ponto de se tornar especial. E ao transformar detalhe das narrativas contadas até então, acabei eu mesmo afetado; o que deu mais forças aos meus devaneios. Contudo, não cheguei a uma conclusão definitiva, pois embora fosse um homem bastante imaginativo, não fui capaz de ir muito além do que ele me havia narrado.
A minha excitação acabou atingindo um ponto onde não pude controlar o impulso de me colocar no lugar naquele professor. E com certa inveja, desejei ter tido a oportunidade de compartilhar com Fred algumas daquelas experiências. Sabia ser impossível, já que Fred não era mais o garoto de suas narrativas e também eu não compartilhava do gosto peculiar que o professorzinho tinha por rapazes. Isso porém não fez diferença e não impediu meus devaneios.
O devaneio é tão instável quanto as mudanças climáticas. Nunca sabemos o que de fato resultará. Sabemos apenas que, ao se adaptarmos, elas deixam de nos afetar como nas primeiras vezes e então procuramos tirar o máximo de proveito daquilo. Com os devaneios não é muito diferente. Noite adentro, na cama, tentei por-lhes um basta, a fim de pregar o olho. Mas como não temos controle algum sobre nossos devaneios, ou quando muito um controle tão frágil que não se sustenta por muito tempo, acabei vencido. Meu cérebro insistia no deleite que me proporcionavam. E apesar de ter repetido inúmeras vezes a mim mesmo que "Fred é meu amigo. Não está certo me ver fodendo-lhe o rabo", tais pensamentos simplesmente não de dissipavam.
Vencido e inclusive um tanto irritadiço por isso, tomei a drástica decisão de me levantar, ir até o banheiro e bater uma punheta. Assim acabava com aquele desatino de uma vez por todas.
Como eu estava de pé, diante do vaso sanitário, imaginei-o ali. Ele jazia de joelhos sobre o vaso, com as mãos apoiadas na parede, enquanto eu, segurando-o pelos quadris, fodia-lhe o cu. A imagem ganhava intensidade a medida que o prazer aumentava, aproximando-me do gozo, o qual de fato veio pouco depois. "Que loucura, tudo isso! Se não bastasse o fato dele ser um homem, ainda por cima é meu amigo! Nem tenho coragem de contar isso pra ele", pensei, limpando o falo com um pedaço de papel higiênico.
De fato não lhe contei. Quando o avistei no outro dia ao chegar no trabalho, a mesma fantasia que eu usara para me masturbar materializou-se em minha mente, o que me levou a menear a cabeça negativamente, como se me recriminasse. Essa imagem retornou inclusive várias vezes não só ao longo do dia como também nos dias seguintes. Ainda mais que suas narrativas continuavam a me afetar cada vez mais.
-- Fred, você é muito mal. Saí daqui ontem com aquilo na cabeça e fiquei remoendo, tentando imaginar o que o teu professor te fez para te marcar tanto, que custei dormir -- falei pouco depois, já no almoxarifado.
-- E a que conclusão você chegou? -- perguntou ele jovialmente, deixando escapar um sorriso deleitoso.
-- Pra ser sincero, nenhuma. Pelo que você já me contou, esse Marco Aurélio é capaz de qualquer coisa. Não posso imaginar o que ele foi capaz de fazer.
-- Se você se recorda de tudo que te contei, não fica difícil assim de adivinhar.
-- Mas, vai! Conta logo! Não aguento mais de curiosidade – puxei a cadeira para ele sentar e sentei na outra, do outro lado da mesa. Era assim que vínhamos passando a maior parte do tempo nas últimas semanas, desde que o trabalho diminuíra.
-- Marco Aurélio tinha me convencido a participar da seleção da escola para a olimpíada de Matemática. Passei na primeira seleção, mas não na segunda. Afinal, não era bom aluno de matemática como você já sabe. E quem passasse na segunda, ia competir em São Paulo. Ele disse para eu falar para os meus pais que ia para São Paulo, competir. Mas não ia coisa nenhuma. Ia era ficar com ele. Ele até conseguiu uma autorização para meus pais assinar, pra coisa ficar mais real. Entende! Seriam dois dias de competição e os competidores viajariam no sábado cedinho e só voltariam no domingo à noitinha. A gente ia passar dois dias juntos. Ele chegou até a ligar para minha mãe, dizendo Olimpíada de Matemática seria um incentivo para mim, para eu me esforçar mais nos estudos. Eles deixaram.
-- Que filho da puta! Te incentivando a mentir para seus pais -- exclamei com indignação, gesticulando o braço.
Embora de fato não fosse uma atitude de professor, o motivo de minha revolta era a aversão por aquele homem. Talvez eu não quisesse reconhecer, mas dir-se-ia um que de inveja na minha antipatia. Claro que eu não tinha a menor intenção de estar no lugar dele, mas o fato de Fred ser meu amigo acabava me levando a revoltar contra qualquer tipo de ato que pudesse tê-lo prejudicado. Aliás, era um julgamento que não condizia com os fatos, uma vez que Fred não se sentira prejudicado; pelo contrário, se beneficiara daquelas travessuras.
-- Ele não agiu bem, mas foi uma forma da gente passar mais tempo um com o outro. Mas a gente acabou indo pra São Paulo, só que ficamos num hotel. Era um hotel bem chique, com um quarto amplo, TV, frigobar, camas confortáveis e um banheiro enorme. Tinha até banheira de hidromassagem e tudo. Ali, para todos os efeitos, eu era filho dele. Foi assim que ele se referiu a mim na portaria e durante o tempo em que ficamos lá. Por mais de uma vez ele me chamou de filho, para que as pessoas pensassem que eu era mesmo. O quarto tinha duas camas de solteiro, mas a gente juntava elas para formar uma de casal. Fazíamos isso quando voltava para o quarto e separava novamente no dia seguinte antes de sair.
-- Então a lembrança inesquecível, foi essa viagem para São Paulo?
-- Foi. Mas não foi só isso! Foi o que ele fez comigo lá.
-- E o que ele fez assim de tão interessante? -- perguntei, tentando imaginar o que Marco Aurélio poderia ter feito com um garoto num quarto de hotel que já não teria feito em sua casa. Mais uma vez nada me ocorreu.
-- Assim que chegamos, fomos dar um passeio por São Paulo. Ele tirou umas fotos nossa e outras de mim sozinho, pra eu levar pra casa e mostrar aos meus pais. Dessa forma eles iam realmente acreditar na minha mentira e jamais desconfiariam de alguma coisa. À tarde, voltamos ao hotel e ele disse que queria fazer uma coisa que já vinha com vontade há tempos. Perguntei o que era. Tirar todos os teus pelos daqui, respondeu ele passando a mão pelas minhas nádegas. A gente estava nu na cama. Deslizando a mão pelo meio das minhas coxas, acrescentou: vou deixar ela bem lisinha, como a de uma mocinha. Abriu minhas nádegas e falou: esses aqui do meio também. Aí me pediu para virar. Virei de barriga pra cima e ele, agarrando o meu saco, disse que também ia tirar dali. Quero você delicioso pra mim, falou. Ele me acariciou e, olhando nos meus olhos, perguntou: você deixa eu tirar? Sorriu e eu sorri de volta, balançando a cabeça afirmativamente. Ele já tinha comentado do desejo de fazer isso há algum tempo.
-- Lembro de você já ter mencionado isso – interrompi. De fato ele tinha me contado há uns quatro o cinco dias antes.
-- Aí ele mandou eu me levantar e entrar na banheira. Ele pôs ela pra encher e entrou nela comigo.
-- Então ele planejara aquela viagem para te depilar longe de casa, pois assim ficaria mais fácil para te convencer?
-- Talvez tenha sido. Mas não tenho certeza. Na época não vi isso por esse ângulo; só muito depois tive a mesma sensação. Longe de casa e numa cidade desconhecida eu me tornava mais dependente dele e assim inclinado a atender seus pedidos. Mas do jeito que estava apaixonado por ele, aquela viagem não contribuiu em nada com a minha concordância. Em qualquer outra oportunidade que ele tivesse me pedido eu também teria deixado.
-- Prossiga.
-- Ficamos algum tempo ali na banheira. Ele disse que era pra os meus pelos ficarem macios. E que assim ficava mais fácil de raspá-los. Entre uma carícia e outra, a gente se beijava, eu dizia que o amava e ele respondia que me amava também, apesar de não ser com o mesmo entusiasmo. Na realidade, ele preferia falar do futuro, de como seria bom se a gente pudesse ficar juntos para sempre. Ele dizia que me transformaria numa outra pessoa, embora não tenha dito que outra pessoa seria essa. Lembro apenas dele dizer que ele mesmo ia me depilar todinho, que ia me dar uns hormônios e até pagar uma cirurgia estética para mim
-- Cirurgia estética? Pra quê? -- perguntei surpreso.
-- Não sei. Estava tão feliz e apaixonado nos braços dele naquela banheira que essa curiosidade não me ocorreu. Confiava cegamente nele e acreditava que tudo que ele fizesse era em benefício do nosso amor. Mas depois do nosso rompimento e do que aconteceu antes, não tenho muita dificuldade em deduzir.
-- Ele ia te transformar numa mulher. Ou melhor: em quase uma – antecipei-me
-- Não, não creio que ele desejasse isso. Se assim fosse, era melhor ele ter seduzido uma menina e não um garoto. O prazer dele consistia em transar com alguém do mesmo sexo. Acho que já te disse que o ânus masculino proporciona um prazer diferente do ânus de uma mulher. Talvez não haja diferença e seja apenas uma questão psicológica, mas todos os homens que transaram comigo e tinham feito o mesmo com uma mulher afirmaram isso. E também havia um detalhe a mais: Eu tinha um pênis, e, embora Marco Aurélio não se importasse tanto com ele; de vez em quando, gostava de acariciá-lo, principalmente antes de me possuir. E por diversas vezes chegou inclusive a beijá-lo e a chupá-lo um pouquinho.
-- Mas então o que ele queria?
-- Não posso afirmar com certeza, mas tudo indica que queria me transformar num travesti, desses que se parecem com uma mulher. O fato dele querer me transformar “numa outra pessoa”, me oferecer hormônios e pagar uma cirurgia reforçam essa hipótese. Não há dúvida de que a cirurgia ocorreria numa segunda ou terceira etapa. Por ser “estética” me leva a crer que se tratava de implantação de próteses de silicone para que eu ficasse com seios.
-- E você gostaria de ter se transformado num travesti? -- Não resisti a tentação de fazer-lhe esta pergunta. E olhando para ele, também não pude evitar imaginá-lo com seios, cabelos longos, rosto pintado e dentro de uma roupa feminina. Aliás, imaginá-lo assim, Fred me pareceu irreconhecível. Talvez porque, ao ter convivido com ele todos esses meses, a imagem que eu tinha dele não condizia em nada com a imagem de um travesti. E de mais a mais, sabia que ele poderia ser tudo, menos um travesti.
-- Não. Não é o que quero pra mim. Até uns 18 ou 19 anos ainda almejei isso algumas vezes. E confesso que tentei umas duas vezes a levar essa vida. Eu te contarei sobre isso mais pra frente. Mas vi que não era pra mim. No fundo, eu sentia estranho naquele papel. Acabei desistindo e aceitando que sou apenas um gay e nada mais. Acho que me falta aquele desejo de ser mulher. Não sei se é verdade, mas dizem que a maioria dos travestis sentem inveja das mulheres e tentam imitá-las ao máximo. Eu não as invejo e jamais quis imitá-las. Gostamos ambos de homens, mas a coisa para por aí. Quando era mais novo, até queria ter nascido uma mulher. Mas passou. Aliás, devo isso ao Marco Aurélio. Dentre as tantas coisas que aprendi com ele, a de aceitar o fato de que não sou uma mulher, mas um homem que deseja e sente prazer com outro homem, foi uma das mais importantes. Aprendi a gostar de mim assim como sou. Por isso, hoje, na medida do possível, eu me sinto um gay feliz – disse Fred rindo, movendo os braços e desmunhecando em tom de brincadeira.
Não pude deixar de rir também. Havia um clima de profunda descontração e cumplicidade entre a gente, desde que ele resolvera me contar suas aventuras sexuais. Talvez ao respeitá-lo e tratá-lo sem um quê de reserva por ele ser gay, ele tenha visto em mim alguém em quem ele pudesse confiar plenamente. Tanto que não me pediu em nenhum momento para não espalhar aquelas confidências. Sabia que eu as guardaria tão bem quanto um segredo.
A gente poderia ter prolongado aquela palestra por mais tempo, mas eu estava interessado mesmo era no seu envolvimento com o professor de Matemática. Por isso perguntei:
-- E aí, como ele te depilou?
-- Saímos da banheira e ele se secou. Mas disse para eu não me secar, que era pra eu ficar molhado que ficava mais fácil para me raspar. Voltamos pro quarto e ele pediu para eu deitar de bruços sobre a toalha que ele estendera na cama. Aí, ele usou um spray e foi esguichando espuma de barbear pelas minhas nádegas. Depois, ele espalhou elas com a mão. Fiquei com a bunda e as coxas, até quase a metade, cobertas de branco. Então ele pegou um aparelho de barbear e foi me raspando. Quando terminou, me pediu para virar de frente e fez o mesmo com toda a pelugem que eu tinha no púbis. Até os que estavam nascendo no saco ele raspou. Fiquei tão peladinho quanto um garotinho de cinco anos.
-- Às vezes, eu penso que esse cara era um pedófilo! Será que ele não queria que você ficasse sem pelos para se parecer mais novo, como um garoto de nove, dez anos?
Quando eu o interrompi, havia formado em meu cérebro a imagem de um homem se deitando sobre um garotinho por volta dos nove anos. Embora eu nunca tenha visto uma imagem assim, o fato da pedofilia ser um tema amplamente divulgado nos meios de comunicação hoje em dia pode ter contribuído. Marco Aurélio não se encaixava no caso clássico de um pedófilo, mas a minha antipatia por ele ignorava isso. Apesar do que ele tinha me contado pouco antes, ainda mantinha a convicção de que a intenção daquele homem era fazer com que Fred se parecesse mais novo.
-- Não era nada disso! Não se lembra que te contei que ele me fez por um vestido? Então. Ele só queria que minha pele se parecesse mais feminina. Era um fetiche dele me ver se parecendo com uma jovem. Tanto é verdade que, quando terminou e me limpou com a toalha, olhou para minhas nádegas e disse: Agora estão lisinhas como as de uma mocinha. Aí, ele deitou sobre mim e eu senti o pau duro dele no meio delas. Ele não estava excitado quando começou a me depilar, mas ao final o pau dele estava muito duro. Percebi isso quando ele pôs ele na minha bunda. Achei até que ele fosse me penetrar naquele momento. Mas não foi isso que ele fez.
-- Não vai me dizer que ele resolveu te vestir de menina? -- perguntei, achando que o professor tinha mandando seu pupilo se vestir de menininha.
Fred deu uma gargalhada. Em seguida acrescentou:
-- Mas você não acerta uma, hein!
-- Eu tento. Mas seu ex-professor é imprevisível.
-- A gente voltou pra banheira, para eu me lavar. Ele também entrou comigo, mas aí ficou me passando a mão, pra ver se eu tava bem lisinho mesmo. Enfim, eu acabei no colo dele e o pau em mim. Enquanto ele me possuía, a mão dele deslizava pelo meu corpo, principalmente meio das minhas pernas, ao redor do meu sexo. Vez ou outra ele até pegava meus testículos e apertava eles. O tempo todo eu ouvia ele grunhir no meu ouvido que eu estava tão delicioso e macio. No calor do momento, porque eu também estava muito excitado e a beira de um orgasmo, acabei repetindo mais deu uma vez que ele poderia me deixar lisinho toda vez que ele quisesse. E quando eu acabei dizendo que ele podia raspar até minhas pernas, ele se contorceu todo num gozo.
-- Que esquisitice! Fico imaginando quantas esquisitices esse cara não fez – interrompi.
Fred por sua vez acabou de contar. Disse que Marco Aurélio, instantes depois, agarrou-lhe o falo e o masturbou até que também ele gozasse. Confessou-me ter achado estranho o gozo em baixo d`água. E acrescentou rindo que o orgasmo fora tão intenso que ele quase desmaiou no colo do amante.
-- Me deu uma moleza ali. Tombei a cabeça pra trás como se estivesse meio desmaiado – disse por fim.
-- E depois?
-- A gente saiu dali e fomos tirar um cochilo. Quando acordamos, já estava anoitecendo. Aí, ele disse que a gente ia sair pra jantar. Antes de eu me vestir ele me fez andar nu de um lado para outro para ele ver como eu tinha ficado sem pelos. Na realidade, quando parei diante do espelho e fiquei me observando, achei muito estranho. Já estava acostumando com aquele monte de pelos pelo meu corpo. E agora tudo pelado, sem nada. Mas esquisito mesmo tinha ficado minhas pernas. Pois até quase a metade das coxas não tinha nada e o restante estava peludo. Ele estava com um tubo de um produto na mão. Então, ele me chamou e passou aquele produto em mim. Hidratante pra pele. Disse que era pra deixar a minha pele ainda mais macia. E até acrescentou que ia me dar um de presente para eu passar toda noite antes de dormir.
-- E você passou?
-- Passei. Ainda hoje continuo passando – confessou ele com naturalidade. -- De fato gosto da minha pele macia.
-- E aí?
Nisso, bateram à porta e um rapaz entrou. Disse que necessitava de 4 lixas grossas e 2 finas. Fred se levantou e foi apanhá-las. O rapaz, um tal de Ademir, enquanto aguardava olhava para todos os lados, como se estivesse impaciente. Vendo-o assim resolvi puxar conversa, a fim de distrai-lo. Ele não estava de papo e respondia-me com monossílabos. Por sorte, Fred não demorou, entregou-lhe o material. Ademir disse-lhe obrigado e saiu.
-- Mas e aí? -- tornei a perguntar, assim que ele voltou a sentar.
-- Bom. Ele passou o hidratante em mim. De fato me senti melhor. Tava um calor danado aquele dia; e em São Paulo ainda parecia mais quente. E o hidratante me deu aquela sensação de frescor. Bom, depois da gente se vestir, ele me levou a um restaurante chique não muito longe dali. Eu me senti o máximo ao lado dele ali. Foi difícil resistir a tentação de pular nos braços dele e beijá-lo. Mas eu sabia que, em público, eu tinha de me comportar. Não cheguei a confessar-lhe, mas aquele jantar ficou marcado. Ainda posso ver o sorriso tímido dele quando me olhava entre uma garfada e outra. Nunca um jantar me foi tão especial. Do restaurante, voltamos caminhando pro hotel. Levamos uns vinte minutos pra chegar.
-- Aí, antes de dormir, ele te enrabou mais uma vez? -- interrompi.
-- Dessa vez você quase acertou! Ele fez isso mesmo, mas antes me fez algumas surpresas.
-- Ainda teve mais?
-- Disse para eu tirar a roupa e deitar na cama. Enquanto eu fazia isso, ele foi até a mala dele e tirou uma sacola. Pensei até que fosse o vibrador e pênis de borracha que ele tinha levado na viagem, mas não foi isso que ele tirou da sacola.
-- Nem me arrisco a tentar adivinhar – falei.
-- Pois você não ia acertar mesmo! Era um rolo de esparadrapo, uma tesoura, uma calcinha e uma camisola.
-- E o que ele ia fazer com aquilo?
Outro rapaz entrou. Olhei para Fred e comentei:
-- Hoje o negócio está mais animado!
Antes que ele pudesse dizer alguma, o rapaz disse que o sr. Manoel estava chamando um de nós dois. Eu e Fred entreolhamo-nos como quem indaga: quem vai? Chegue a ameaçar a me levantar, mas Fred se antecipou:
-- Deixa que eu vou lá ver o que ele quer.
Saíram.
Fiquei ali sozinho, relembrando tudo que ele me havia contado até então. Ao mentalizar a cena em que Marco Aurélio o depilava, não pude conter o riso. “No fundo, ele parece ter se divertido muito. Mesmo que esse professorzinho tenha abusado e se aproveitado dele, ele soube tirar proveito da situação. Esse caso não é um como aqueles, onde o cara abusa do moleque e este fica traumatizado pelo resto da vida. Não consigo ver nele como esse relacionamento pode tê-lo prejudicado. Talvez nem todo envolvimento entre uma pessoa mais velha e um adolescente seja prejudicial...”, pensei.
Fred só retornou uma hora depois. Disse-me que uns gringos estavam visitando a empresa a fim de fechar um grande negócio. Ele tinha sido encarregado, por falar fluentemente o inglês, de servir de intérprete.
Cheguei a abrir a boca para pedir que ele continuasse sua narrativa, mas ele consultou o relógio e disse que eram quase três da tarde e que estava na hora da gente fazer um lanche. Chamou-me para ir até o refeitório. Acabei aceitando.
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