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XIX
Fred não apareceu para trabalhar no outro dia, uma quinta feira. Aguardei-o ansiosamente até nove horas. Então me dei conta de que não viria mais. E isso me inquietou, pois ele não era de faltar ao trabalho sem uma razão muito forte. E nos últimos dias esta era a segunda vez a não aparecer. Peguei o celular e telefonei-lhe.
-- Ontem à noite eu já não estava me sentindo bem, mas hoje acordei com febre e dor por todo o corpo. Ainda não fui ao médico, mas irei daqui a pouco. Pode ser algo sério.
Pensei tratar-se de um forte resfriado, mas ele disse que muito provavelmente seria outra coisa. Explicou-me não haver razão para ter pego um resfriado e acrescentou:
-- Um resfriado não me deixaria nesse estado.
Não quis contrariá-lo. Quem estava se sentindo mal era ele e portanto deveria saber exatamente o que estava sentindo.
-- Me liga quando você retornar do médico – pedi.
Feliz por eu me preocupar, prometeu me telefonar.
Foi duro passar o dia sozinho naquele almoxarifado. Estava por demais acostumado com a presença dele ali. Por isso, eu me senti inquieto e irritado com a falta do que fazer, pois pelo menos isso me distrairia. Não por acaso, resolvi retirar os produtos das prateleiras, limpá-las e depois recolocá-los no lugar. Assim me distrairia e o dia passaria mais rápido, pois na ociosidade também o tempo parece não ter pressa.
De fato isso me ajudou a passar o dia.
À tarde, a ansiedade aumentou a medida que a hora passava e nada de me telefonar. Lá pelas quatro horas, cheguei a achar que algo mais sério poder-lhe-ia ter acontecido, razão pela qual ainda não me telefonara. “Será que ele piorou e teve que ficar internado? Será que é algo tão grave assim? Talvez fosse melhor tentar falar com ele. Ele pode estar precisando de mim”, lembro-me de pensar, sem me dar conta de que se ele realmente estivesse precisando de alguém, eu seria a última pessoa a poder ajudá-lo. Afinal. Era tão somente um colega de trabalho.
E a minha preocupação aumentou quando lhe telefonei e ele não atendeu. Fiquei inquieto, temendo inclusive pela sua vida. Disse a mim mesmo: “Se não conseguir falar com ele até o fim do expediente, vou direto a sua casa, atrás de notícias”.
Por sorte ele me ligou uns quinze minutos depois.
-- Acabei de sair agorinha da consulta – disse ele com certa dificuldade na voz. -- Fui ao pronto socorro. Nossa! O que é aquilo? Gente que não acabava mais. Levei mais de três horas para ser atendido. Aonde esse país vai parar? Não é à toa que tantas pessoas morrem por falta de atendimento.
-- E o que o médico disse? -- apressei em perguntar, sem esconder minha preocupação..
-- Ele acha que estou com dengue. Mandou fazer um exame de sangue para confirmar e disse para eu ficar de repouso. Me deu um atestado de 5 dias. Portanto, só volto a trabalhar na semana que vem.
Embora os casos de dengue tenham diminuído no último ano, ainda sim são frequente o relato de surtos em alguns bairros.
-- Só na semana que vem? -- repeti, como se não tivesse entendido.
-- Só!?
Aquilo me desanimou. “Então eu terei de passar esses dias sem a companhia dele, sem suas histórias repletas de detalhes picantes? Detalhes que me excitam e me provocam devaneios? Vai ser uma merda. Como hoje já está sendo...”.
Até me senti aliviado quando finalmente terminou o expediente. No entanto, voltei para casa desanimado, o que não passou despercebido pelos olhares atentos de minha mãe.
-- Não foi nada não – respondi. -- Só um colega que está doente – acrescentei.
À noite, Fred dominou meus pensamentos, mas não cheguei a ter fantasias como vinha acontecendo nos últimos dias. Aliás, ao pensar em me fantasiar com ele, experimentei uma sensação de desconforto, como se o fato de fazer isso fosse não só a mais clara demonstração de egoismo como também um ultraje, já que ele se encontrava enfermo e era meu amigo. Assim, afastei-as todas as vezes que me invadiam os pensamentos.
Na sexta-feira telefonei-lhe por volta das dez e meia. Sentia-me entediado e abandonado naquele ambiente fechado. Apesar de ter atendido por duas vezes uma requisição, ainda sim a sensação de solidão não diminuíra em nada. Pelo menos, falar com ele me deu algum ânimo e me fez suportar o resto do dia. Ainda mais que ele me convidou para ir visitá-lo no sábado.
Ao retornar para casa relembrando suas narrativas, acabei ficando excitado. Dessa vez porém não senti a culpa do dia anterior. Entrei no banho com o falo teso e cheio de fantasias na cabeça. Embora de forma tímida, sem aquele ânimo das últimas vezes, acabei batendo uma punheta.
Para chegar ao gozo, imaginei-me na cama de Fred. Estávamos ambos nus. E após uma rápida troca de carícias (nelas não havia as preliminares, das quais ele tanto gostava de falar), acabei escorregando para cima dele e então o penetrei. Foi um gozo rápido, tão rápido quando aquele provocado pelos movimentos da minha mão no falo, embaixo do meu chuveiro.
“Se ele imagina o que ando fazendo, vai ficar magoado comigo”, pensei mais tarde na cama. Embora eu tivesse me masturbado mais cedo, o que muitas vezes continha os meus devaneios, não deixei de pensar nele até adormecer.
No outro dia fui à sua casa.
Fui recepcionado por uma senhora alta, de cabelos longos, olhos claros e modos muito delicados. Devia ter uns 46 anos. De início, ela me olhou com certa desconfiança, talvez achando que eu fosse namorado do filho ou algo parecido; mas quando lhe disse que tinha sido encarregado pelos colegas da empresa para fazer uma visita ao seu filho (ocorreu-me de contar essa mentira na hora em que percebi o olhar desconfiado dela), deu um sorriso e tratou-me afavelmente.
Levou-me até o quarto do enfermo.
Fred jazia sentado na cabeceira da cama, recostado sobre o travesseiro e com um livro na mão. Tratava-se de Ainda Estamos Vivos de J. M. Simmel. Conhecia vagamente esse escritor alemão, autor de vários best-sellers nas décadas de 70 e 80. Meu pai tinha em sua estante Ainda resta uma esperança, um volume de pouco mais de 200 páginas, o qual, apesar do título interessante, não cheguei a ler.
-- Então você veio mesmo!
-- Não disse que viria – respondi, aproximando-se.
-- Dá pena de ver esse menino assim – disse a mãe de Fred – Tem dois dias que não come quase nada e mal sai da cama.
-- Não exagera, mãe. Saio sim. Vira e mexe, vou pra sala e fico lá fazendo companhia a senhora. -- Virando-se para mim, acrescentou: -- Senta! E aí? Como vão as coisas lá?
-- Na mesma. E sem novidades.
A mãe de Fred saiu e nos deixou as sós.
-- Mas e aí? Como você está? Melhor? -- perguntei.
-- Não sabia que essa porra deixava a gente tão ruim assim. É dor em tudo enquanto é lugar. É uma fraqueza, uma vontade de nada. E ainda por cima estou cheio de manchas vermelhas. -- Fred se levantou com alguma dificuldade e tirou a camisa. Além da camiseta, usava uma cueca branca.
A primeira coisa a me chamar a atenção foi a falta de pelos nas pernas. Pareciam lisas como as de uma mulher. Aliás, era a primeira vez a vê-las desnudas, pois no trabalho somos obrigados a usar calças compridas.
-- Olha só! -- virou para me mostrar as costas.
De fato haviam pontos vermelhos espalhados pelo corpo. Meus olhos porém escorregaram pelo seu dorso nu até as nádegas. Embora encobertas pela peça íntima, pude perceber que de fato eram mais volumosas que as nádegas masculinas. Súbito visualizei Paulo André, os dos homens que transaram com ele recentemente, Willian, e principalmente o ex-professor de matemática em cima delas, deixando o fruto do seu gozo ali no meio. Foi apenas alguns segundos, mas tempo suficiente para que várias cenas se passassem pela minha cabeça. Talvez tenha sido isso a causa de uma vontade inquietante de pedir-lhe para abaixar a cueca e me mostrar as nádegas.
Por sorte, consegui me conter e desviei os olhos no exato momento em que ele se virou.
Fred voltou pra cama. Disse-me para sentar ao seu lado.
Por mais de meia hora jogamos conversa fora. Falou-me com indignação das condições no Pronto Socorro, o que levou a conversa para uma discussão acalorada acerca do descaso do poder público com a saúde no Brasil. Embora concordássemos que uma das razões para essa falta de profissionais na área de saúde fosse o rápido aumento da renda da população na última década e consequentemente um maior acesso à saúde, o que não foi acompanhado pelo aumento na formação de profissionais, ele não concordava com a solução encontrada pelo Governo Federal para amenizar a situação.
-- A contratação de médicos estrangeiros, principalmente os cubanos, é uma solução, mas não da forma que foi feita. Ficou parecendo que o governo brasileiro fez isso não para resolver o nosso problema da falta de médicos, mas para ajudar o governo Cubano. Ainda mais com a história do porto financiado pelo BNDS. Mesmo que não seja, fica parecendo que o Brasil está investindo em Cuba para tirar aquele país da crise – afirmou.
– Mas é o que parece mesmo.
-- A oposição ainda vai usar isso contra a presidenta nas eleições. Pode ter certeza.
Embora procurasse manter a naturalidade, nem sempre isso era possível. Estar com ele ali naquele quarto me afetava de alguma forma. E apesar de procurar resistir aos meus devaneios, na maioria das vezes fracassava. E a lembrança do que me contara, do que fizera com aqueles homens, transformou-se em imagens, como se aqueles homens estivesse ali naquela cama.
-- Estou sentindo falta das tuas histórias – deixei escapar.
Fred deu uma risadinha.
-- Assim que retornar para o trabalho, volto a contar.
-- Com certeza! Vou aguardar. Quero ouvir o resto todinho. Até sonhei com uma dela esses dias – deixei escapar. Não lhe contara nada temendo que talvez ele se sentisse ofendido. E de fato tencionava jamais lhe contar. Mas acabou me escapando e quando percebi já era tarde.
-- Quando?
-- Foi no sábado passado ou domingo de madrugada. Não me lembro exatamente. Acordei e esse sonho me veio à cabeça.
Interessadíssimo, ele me fez contar.
Não o relatei da forma como ocorreu. Procurei suavizar em alguns pontos, temendo que Fred se aborrecesse. E quando acabei de narrar, comentou:
-- Rapaz. Não sabia que minhas aventuras andavam mexendo contigo assim.
-- Não, mas não anda – menti.
-- Para você ter um sonho desses, é porque andam. Mas tudo bem. Não vou ficar chateado por isso. Pelo contrário, sinto-me até lisonjeado. Afinal, você é um cara legal e eu te admiro demais.
Fiquei sem reação. Não tive coragem de encará-lo por alguns instantes.
Fred percebeu minha surpresa e, para me tirar daquele embaraço, pulou da cama dizendo:
-- Quer tomar um café?
-- Aceito.
Enquanto ele abria a porta do guarda-roupa e se abaixava para pegar shorts, não pude deixar de observar-lhe as nádegas mais uma vez. O fato de ter se curvado para baixo, fez-me imaginá-lo nu e aquelas nádegas ali, esperando que meu falo penetrasse no meio delas. Ele levou apenas alguns segundos, abrindo a gaveta e apanhando a peça de roupa, mas foi tempo suficiente para iniciar-me uma excitação que perdurou todo o tempo em que passei em sua casa.
Apesar da companhia dele e da atenção da mãe, a qual parecia querer me agradar mais do que se eu fosse a namorada do filho – uma namorada que ele jamais terá --, aquele excitamento, o qual me provocara constantemente fantasias, acabou me inquietando de tal forma e provocando-me um desatino tão grande que eu não via a hora de voltar para casa a fim de bater uma punheta.
Já que Fred não poderia me socorrer, então só me restava a solidão de uma punheta, a qual não me satisfaria de todo, mas pelo menos, não me deixaria naquele estado.
Despedi-me deles minutos depois. Fred me convidou para voltar no dia seguinte e passar a tarde de domingo com ele. Disse que a mãe costumava passá-las com as amigas. A minha companhia evitaria que ele se sentisse só em casa.
-- Odeio a solidão. Para alguns ela é uma ótima companhia, mas para mim não pode ter nada pior – afirmou.
Não dei certeza, mas prometi pensar.
Ao entrar em casa, corri direto ao banheiro, e arriando as calças até os joelhos diante do vaso sanitário, bati uma deliciosa punheta, imaginando-o curvado diante da cama, como o vira diante do guarda-roupa, enquanto eu o possuía por trás. Aliás, no momento do gozo (eu também o imaginava gozando como ocorria quando ele transava com o seu professor), a gente tombava sobre a cama e ali permanecíamos, pois me falara diversas vezes que adorava não só que o parceiro permanecesse nele como também o abrasasse.
Naquela noite, enquanto aguardava o sono chegar, o qual teimava em não vir, novas fantasias invadiram-me os pensamentos. Lembro-me inclusive de indagar: “Mas o que está acontecendo comigo? Sempre gostei de mulheres. Duma bela boceta. Ou dum rabo, dum traseirão. Tudo bem que adoro comer o cu delas de vez em quando, mas desejar um homem? Não. Isso só pode ser falta de mulher? Preciso sair com uma garota urgente. Nem que seja com uma puta!”
Ao longo do domingo, fiquei naquele dilema entre visitar Fred e encontrar uma parceira de sexo. Cheguei a pegar no celular e procurar na agenda o número de alguém que já tivesse saído nos últimos meses. Muitas vezes, mantinha o número delas na intenção de combinar outro momento de prazer. E aquele domingo me pareceu uma boa oportunidade. Por que não ligar para uma delas e convidá-la para sair? A maioria dizia que gostaria de sair comigo novamente, embora eu não compartilhasse da mesma opinião.
Liguei para a primeira da lista. Bianca. Não tivera mais notícia dela, desde o frio e chuvoso sábado de julho, onde passamos a noite no motel, há quase um ano. Era uma mulher de 26 anos, mas com aparência de 20. Encontrei-a na festa de casamento do meu primo. Trocamos alguns olhares, uns sorrisos, depois algumas palavras e finalmente convidei-a para sairmos dali e irmos para outro lugar. Acabamos amanhecendo num motel. Não era nenhum mulherão, mas rebolava como poucas. Aliás, não demonstrou receio quando, agarrando-lhe a longa cabeleira por trás, posicionei-lhe o falo no ânus e ameacei penetrá-lo. Qualquer outra me teria dito para tirá-lo dali ou não fazer aquilo. Ela, no entanto, não disse nada. Enfim. Acabei comendo o cu dela.
Pena que o telefone tocou, tocou e tocou até a ligação cair. Liguei novamente, mas não obtive sucesso. Embora chamasse, ninguém atendia.
Procurei por outra. Débora. Fazia uns cinco meses que saíra com ela. Aliás, cheguei a sair com ela por duas vezes. Gostei tanto de foder aquela boceta ruiva e chupar aqueles peitões brancos que não resisti e telefonei-lhe dias depois. Apesar dos 28 anos, e de já ter tido um filho, cuja guarda era compartilhada com o ex-marido, mantinha tudo no lugar. Se não fosse o fato dos seios terem arriado um pouco, ninguém diria que era mãe de um menino de 6 anos.
Dessa vez a operadora informava que o celular estava desligado ou o número não existia. Ainda tentei mais uma vez, mas o mesmo aviso. Desisti e passei os olhos pela lista de contatos no meu celular. Fabíola. “Não, essa não! Muito fresquinha. Tinha nojo de porra. Não dá pra esquecer aquela cara, quando gozei na boca dela”, pensei. “Sabrina. Por que não?”. Disquei.
Saíra com ela há uns oito meses mais ou menos. Conheci-a na danceteria. Tratava-se de uma jovem de 22 anos, cabelos castanhos longos e olhos de cor de mel. Havia um sorriso enigmático naqueles lábios que me fez insistir até convencê-la a sair comigo. Apesar da idade e da inexperiência, proporcionou-me momentos inesquecíveis. Quando lhe perguntei o motivo de aceitar ir para a cama com um homem quase dez anos mais velho, respondeu-me que gostava de homens assim, maduros e experientes. “Já não deve ser mais tão inexperiente”, pensei enquanto o telefone chamava. “Mas tenho certeza que vai ser delicioso fazer a minha porra escorrer por aqueles lábios inocentes”. Ela atendeu.
De início, disse não se lembrar de mim. Mas depois acabou admitindo. Perguntei se estava disponível e se não estava a fim de sair comigo. Contudo, confessou-me estar namorando e não sair mais com outros homens. Eu me desculpei, desejei boa sorte e desliguei.
-- Puta merda! Hoje não é o meu dia mesmo! -- Falei. Irritado, atirei o celular sobre a cama.
Duas horas e meia depois, toquei a campainha da casa de Fred.
A mãe já não estava. Foi ele quem atendeu a porta.
-- Pensei que você não vinha mais. Já estava até me sentindo só – confessou-me.
-- E quase não vim mesmo! Tinha outros planos, mas deram errado. Como você era a segunda opção, estou aqui.
-- Mulheres?
-- Já estou na casa dos trinta, mas preciso de um rabo de vez em quando – deixei escapar. Aliás, minha intenção não era usar a palavra rabo. Usei-a apenas com a intenção de lembrá-lo sobre a minha preferência por sexo anal.
Fred deu uma risadinha tímida, mas não teceu comentário. Convidou-me para sentar, apontando o sofá menor e deitou-se no outro.
-- E aí? Com você está?
-- Hoje estou me sentindo melhor. Meu corpo já não dói tanto quanto ontem. Até consegui tomar um café caprichado mais cedo – explicou.
Falamos de política e futebol por algum tempo, até que fez-se um breve silêncio, como se já estivéssemos cansado daquele assunto. Súbito, indaguei-o:
-- Tua mãe não diz nada quando te vê assim com as pernas depiladas?
-- Depois de saber da minha homossexualidade naquele dia na casa do Marco Aurélio, andou brigando comigo por um bom tempo. Mas depois da morte do meu pai, deixou a coisa de lado e não diz mais nada. Mas sei que ela ainda não aceitou totalmente o fato de eu ser gay.
Fred me contara há mais ou menos três meses sobre a trágica morte do pai num grave acidente de trânsito. Segundo me dissera na época, o pai estava no ponto de ônibus, quase em frente de casa, quando um carro desgovernado, em cujo volante estava um rapaz de 19 anos com sinais de embriaguez, avançou sobre o ponto de ônibus e atropelou as três pessoas. Duas sofreram apenas ferimentos leves, mas a outra – seu pai – ficara prensado entre o carro e o poste, sendo partido ao meio.
-- E sobre seus namorados?
-- Não falamos disso. Eu jamais trouxe algum deles aqui pra casa. E muito menos contei pra ela que tinha um namorado. Quando saía para um encontro, apenas dizia que ia encontrar um amigo. Claro que ela deve achar que esse amigo é algo mais do que um amigo, mas nunca falou nada. Aliás, o fato de eu o chamar de amigo a deixava na incerteza. Isso era convinha tanto a mim quanto ela.
-- De fato. Se ela nunca quis realmente aceitar a tua homossexualidade, melhor não saber a verdade – comentei. -- O que os olhos não veem o coração não sente – acrescentei jovialmente.
-- O que você achou das minhas pernas depiladas? Fico estranho?
Fiquei surpreso com aquela pergunta. Não imaginei que a minha opinião tinha alguma importância para ele.
-- Não reparei direito. Olhei só de relance...
-- Por curiosidade? -- interrompeu-me.
-- Isso. Mas não vi nada demais – afirmei.
-- Quer ver melhor? -- perguntou ele se levantando. Apesar do shorts, pude observar suas pernas lisas.
-- Realmente. Parecem tão lisas quanto as pernas de uma mulher – comentei, após observá-las. Súbito, ocorreu-me de perguntar: -- Mas você depila tudo? Não deixa nem um pelinho? Nem lá?
-- Você quer dizer no saco? Ao redor do pênis?
-- É. Não fica esquisito não?
-- Não sei. Já faço isso a tanto tempo que se não fizer é que me sinto esquisito. -- Fred foi até a janela e puxou a cortina. -- Quer dá uma olhada?
Pensei em dizer-lhe que não seria necessário, mas a curiosidade era grande demais. E talvez eu não tivesse outra oportunidade.
-- Se você não se importar – falei de forma tímida, embora não sei se ele percebeu.
Ele se aproximou, prostrando a minha frente. Agarrou a borda do shorts e o empurrou para baixo, até o meio das coxas, pondo os órgãos sexuais para fora. Embora um tanto constrangido, não pude furtar de observar-lhe o pênis. Era mais ou menos do tamanho do meu, embora um pouco mais claro. Reparei também no saco escrotal. De fato não havia pelugem alguma ali. Era tudo tão liso quanto suas pernas. Fred ainda fez questão de levantar o pênis, agarrar os testículos, apertando os testículos, para me mostrar como ele removera os pentelhos.
-- E aí?
-- Estranho – deixei escapar. -- E atrás também não tem nada? -- Perguntei apenas na intenção de que ele se virasse e me mostrasse, pois me falara várias vezes de como mantinha as nádegas depiladas. Aliás, meu interesse estava justamente nas nádegas dele.
-- Olha – disse ele, virando de costas. -- Só não vou mostrar o cu, viu?
-- Não precisa. E pra que eu ia querer olhar teu cu? – perguntei.
-- É verdade! Não tem porquê.
Meus olhos se dilataram ao ver aquelas nádegas redondas. Não resisti a tentação e passei levemente uma das mãos sobre uma delas. Isso me provocou um desejo quase incontrolável, como se diante de mim não estivesse meu amigo e colega de trabalho mas uma deliciosa garota. E nem mesmo as manchas vermelhas provocadas pela dengue tiravam-lhes a beleza. Meu falo começou a crescer imediatamente.
-- Nossa! Como é lisinha! Parece a bunda de uma mulher – comentei.
-- E o que você achou? -- perguntou ele, puxando o shorts e tornando a virar de frente para mim.
-- Sinceramente! Não é à toa que gostam tanto de foder teu rabo. Até eu, se não fosse teu amigo, ia te chamar pra sair comigo – falei brincando, embora houvesse um quê de verdade em minhas palavras.
-- Sem sacanagem – respondeu, voltando ao outro sofá e sentando.
-- Bem que você disse que tinha uma bunda privilegiada. Achei que você estivesse exagerando, mas vi que não. Se tirarem uma foto só dela e mostrar para qualquer homem, não tenho a menor dúvida de que vão dizer que é a bunda de um mulherão. Olha! O que tem de mulher por aí que gostaria de um rabo desses! Você não faz ideia!
-- Sem exageros! Se não daqui a pouco vou achar que você está querendo me comer – afirmou Fred.
-- Mas os homens que saem contigo não elogiam tua bunda?
-- Com certeza! Todos eles. Acho que já te falei sobre isso.
-- E não é pra menos.
Fred mudou de assunto e chamou-me para fazer um lanche. Levantamos e fomos até a cozinha.
Acabei por ajudá-lo a arrumar a mesa e sentamos os dois.
Ele me pediu para contar um pouco sobre as minhas aventuras sexuais com as mulheres. Disse-lhe não ter muito o que contar, mas ele insistiu em ouvir.
Contei de forma resumida, uns três casos.
Súbito, ouvimos um barulho de chave e a mãe dele chamando pelo filho.
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