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XXIII
-- Dias depois voltamos ao motel. A gente ia muito ao motel por falta de outro lugar mais seguro pra transar. A gente até transava no carro dele as vezes. Parávamos numa rua escura no meio da noite, eu ficava de quatro no banco de trás com a bermuda e a cueca arriada até os joelhos e ele me pegava por trás e me fodia, mas sempre havia o risco de alguém aparecer. E eu não gostava muito de transar com ele no carro porque normalmente a gente tinha que fazer depressa e só ele acabava gozando. Tinha vez que eu nem sentia prazer. Ficava observando se não vinha alguém enquanto ele me fodia.
-- E não é muito agradável mesmo. Eu mesmo já transei com umas garotas no carro e tinha que ser tudo muito rápido para não sermos surpreendidos – comentei, relembrando de ter feito isso uma dezena de vezes, principalmente quando era mais novo.
-- Outras vezes, a gente ia para uma balada e só voltava de madrugada. Aí parávamos diante de uma casa que tinha uma entrada, como fizemos eu e o Paulo André. Não era sempre, mas de vez em quando eu tirava a roupa de baixo toda e, invés do João Paulo me pegar por trás, ficávamos de frente, eu me apoiava nos ombros dele, firmava as pernas nas paredes daquele lugar e ele me fodia de frente. Eu gostava de transar com ele assim porque a gente se beijava e ele até me acariciava o falo. Teve umas duas ou três vezes que até cheguei a gozar, porque assim de frente ele demorava mais pra gozar. Ele é quem não gostava muito. Assim, na rua, ele gostava mesmo era de me pegar por trás, pra gozar logo. Eu sabia que ele era egoísta, mas não me importava muito.
-- E vocês nunca foram pegos?
-- Só uma vez. Devia de ser umas três da manhã. A gente passou por uma rua onde só havia algumas casas. E tinha um caminhão estacionado na frente de uma delas. Desses de caçamba. Olhei para aquele caminhão e me veio a ideia de subirmos nele e transarmos dentro da caçamba. Ninguém ia ver a gente ali. João Paulo estacionou o carro dele uns cinco metros atrás do caminhão. Saímos e com certa dificuldade conseguimos subir na caçamba. Tava sujo de terra lá dentro, mas usamos nossas camisetas para forrar. A gente já estava há uns cinco minutos ali quando ouvi um barulho. Ele estava tão compenetrado em me foder que não ouviu. Mas eu sussurrei no ouvido dele que tava saindo alguém do portão ali em frente.
-- Não vai me dizer que era o dono do caminhão – interrompi, dando uma risada.
Fred retribuiu o sorriso mas não disse nem sim nem não. Parecia querer me deixar em suspense por mais alguns instantes.
-- João Paulo parou sem sair de mim e ficamos ouvido. A gente nem se mexia com medo de que a pessoa ouvisse. Eu só sentia o pau dele inquieto no meu cu. Acho que ele já estava pra gozar. De repente escutamos alguém abrir a porta do caminhão e entrar. João Paulo saiu de cima de mim e balbuciou: E agora? Respondi-lhe baixinho: vamos ter que pular e dar o fora. Aqui é que não podemos ficar. Eu peguei a minha roupa, ele a dele e pulamos os dois ao mesmo tempo. Por sorte ele tinha deixado o carro dele destrancado e as chaves no contato. Precisava ver a cena: dos homens pulando nus da carroceria de um caminhão e correndo pela rua. Corremos até o carro dele, entramos e ele deu a partida. Ainda ouvi o dono do carro gritar: Seus viados filho da puta! Vão fazer putaria em outro lugar!A gente jamais imaginou que poderia aparecer alguém à aquela hora.
-- Que azar, hein! -- exclamei.
-- Azar? Põe azar nisso! Como a gente poderia imaginar que o cara ia sair com o caminhão as três e meia da manhã em pleno domingo? Entramos por umas duas ruas ali perto, João Paulo parou o carro e nos vestimos.
-- Mas e o sadismo? Você acabou mudando de assunto – relembrei-o. Embora tenha achado graça desse episódio, eu estava interessado mesmo era nos atos de sadismo. Sabia que deveria ter sido algo muito forte para levar o rompimento daquele relacionamento, ainda mais que Fred estava apaixonado pelo cara.
-- Ah, sim! Então... Fomos ao motel uns dias depois daquele dia e lá ele apanhou uma sacola no banco de trás antes da gente ir para o quarto. Perguntei: O que tem aí? Ele respondeu: È uma surpresinha. Lá ele me mostrou o que era. Tirou da sacola um par de algemas e umas cordas. Na hora não percebi se havia mais coisas na sacola, mas depois de me algemar as mãos, dobrou as minhas pernas nos joelhos para trás e amarrou os meus tornozelos às coxas, dando várias voltas. Enquanto ele fazia isso, eu dizia: olha lá o que você vai aprontar hein! Ele dizia que só queria dar uma esquentada na nossa relação. Deixei pra ver o que ele ia fazer. Eu ainda estava virado de frente. Ai ele tirou uma cordinha fina, tipo um cadarço, e disse: agora vamos amarrar esses ovinhos aí. Então ele pegou o saco, segurou os meus testículos, deu duas voltas, deu um laço e puxou. Senti uma dorzinha na hora. Disse pra ele: Tá apertado demais. Mas ele disse que não, que dali a pouco e me acostumava.
-- E pra que ele fez isso?
-- Pra me causar dor.
A gente já tinha terminado de comer. Por isso veio o garçom e recolheu os pratos, perguntando se desejávamos mais alguma coisa. Eu disse que não, mas Fred pediu mais um suco.
-- Eles já estão querendo fechar. Só tem a gente aqui. Assim ganhamos mais uns quinze minutos até que venham nos importunar de novo – disse Fred.
-- Talvez fosse melhor a gente continuar a conversa em outro lugar – obtemperei.
-- Ele vai levar mais uns cinco minutos para trazer o suco. A gente fica aqui mais uns quinze de depois vai embora. Não posso chegar muito tarde. Minha mãe já deve estar preocupada. Ainda mais que não estou cem por cento – falou.
-- E depois de amarrar tuas bolas, o que ele fez?
-- Ele pegou meu pau e me excitou. Não era a primeira vez que me excitava, mas pude ver que ele estava fazendo isso com malícia, como se estivesse planejando alguma coisa. Então ele me virou de bruços. Aí apanhou a sacola e tirou um chicote e começou a bater na minha bunda com ele.
-- Te dando chicotadas? -- indaguei com espanto, imaginando que se tratasse desses chicotes usados por cavaleiros para disciplinar seus animais.
-- Foi. Mas não chegava a doer. E enquanto me batia, dizia: isso aqui é pra você saber que essa bundinha gostosa é só minha, meu bichinha e de mais ninguém. Se eu souber que você anda dando ela pra mais alguém, eu juro que vou bater nela de verdade, hein!
-- Além de sádico, o cara ainda era ciumento?
-- Era. Ciumento é uma palavra suave demais para esse tipo de Gente. O termo mais correto é “possessiva”. Porque o ciúme não é nada mais nada menos que a sensação de posse levada às últimas consequências. O ciumento teme a perda de sua posse muito mais do que aquele que trancafia suas joias num cofre do banco por temer que inclusive as pessoas mais próximas possam surrupiá-las. O ciumento não é só uma pessoa insegura, é antes de tudo alguém que, tomada de uma imaginação sem limites, vê em qualquer pessoa do mesmo sexo um inimigo em potencial, alguém que só está esperando uma oportunidade para lhe roubar a pessoa amada. Embora ele tenha dado alguns sinais de ser alguém assim, sinais com os quais eu não tinha me importado até então, ali comecei a perceber isso.
-- E você? O que fez?
-- Disse um monte de coisas para agradá-lo. Que só ele era meu macho gostoso, que só ele tocava na minha bunda, que só ele deitava em cima dela, que só ele a penetrava, que só a porra dele ficava em mim e coisas desse tipo. Isso o excitou, pois em dado momento ele deixou o chicote de lado e trepou em mim. Aí me penetrou e me fodeu com vontade. Ele parecia fora de si. Súbito, levou a mão no meu falo e o apertou. Isso me deu prazer, muito prazer, porque a medida que ele afundava os quadris no meu rabo, meu corpo balançava e meu falo ia e vinha na mão dele. Era como se ele me masturbasse, mexendo levemente a mão. Não tive dificuldades em gozar. Gozei antes dele até. E ao me ver a beira do gozo, largou meu pau e agarrou meus testículos e apertou-os, dizendo: Goza, meu bichinha gostoso! E quando a porra jorrou, ele apertou pra valer. Foi uma sensação muito estranha. Tenho que reconhecer que, às vezes, a dor e a sensação de prazer podem resultar num deleite raro e intenso. Foi o que eu senti naqueles três ou quatro segundos. Talvez se ele não tivesse apertado eles novamente quando teve o seu orgasmo, eu poderia ter aceitado de bom grado seus atos de sadismo. Mas ele pôs tudo a perder. Após o meu gozo, eu sentia apenas o desconforto daquele laço apertando os meus testículos, os quais latejavam. E quando no primeiro gemido, ele tornou a fechar a mão, agora com mais força, foi como se ele quisesse esmagar meus ovos. Foi uma dor dos diabos e eu soltei um grito e tentei me desvincilhar. Mas não encontrei apoio e tive de suportar aquela dor por alguns segundos, segundos que me pareceram longos minutos. Por sorte, ao gozar, afrouxou a mão. Então consegui empurrá-lo para o lado e xingá-lo de tudo enquanto era nome. Disse-lhe para desamarrar meus testículos que estava doendo muito. Ele me virou de frente e enquanto soltava o laço disse-lhe que ele ia ficar um mês sem me foder.
-- E ficou?
-- Claro. Foi como eu tinha feito com o Marco Aurélio. Lembra que eu te contei. Então? Cumpri a minha promessa. Ele insistiu diversas vezes, pediu desculpas não sei quantas mais, dizendo que não faria mais aquilo, mas não arredei o pé. A única exceção foi uns vinte dias depois que de tanto insisti acabei chupando o pau dele. Mas com a condição de enfiar um vibrador no meu cu e ficar indo e vindo com ele até eu gozar.
-- E ele cumpriu a promessa de não fazer mais aquilo?
O garçom aproximou-se com o suco. Entregou-o a Fred e se afastou.
-- Não por muito tempo. Cerca de um mês e meio depois veio com a mesma história de me amarrar. Dizia que me possuir todo amarrado lhe dava mais prazer.
-- Ou seja: admitiu que era um sádico.
-- Foi. Mas eu fui bem categórico. Avisei-lhe: se você me machucar de novo, nunca mais eu te deixo me amarrar. Disse que não ia me machucar. E de fato cumpriu a promessa daquela vez. Não chegou a me algemar, mas me amarrou as mãos nas pernas, me deixando de certa forma mais imobilizado ainda. Só que dias depois, pouco mais de duas semanas, ele não conseguiu se controlar. Foi numa terça-feira de feriado. A gente ia fazer seis meses de namoro no outro dia. Ele estava sozinho em casa. A família tinha ido viajar no dia anterior e só voltaria dali há dois dias. Ele tinha me convidado para passar a noite com ele lá. E eu estava muito feliz, pois era a primeira vez que passaria uma noite e um dia todo com ele. Ele alugou um filme e pediu uma Pizza. Antes de irmos para cama, ficamos os dois ali na sala, nus, deitados no sofá assistindo o filme. Ele estava de pau duro o tempo todo, o qual, por ele estar deitado atrás de mim, não saia do meio das minhas pernas. Vez ou outra, ele me abraçava fortemente, a gente se beijava e o pau dele procurava o meu cu, mas eu não deixava ele me penetrar. Quando o filme acabou, não sei quem desejava mais um ao outro. Eu estava tão excitado que o meu pau pingava. Minhas nádegas também estavam lambuzadas do líquido do pau dele.
-- Nossa! Que desejo! -- deixei escapar. Nisso, não pude evitar o pensamento: “Que nem o meu agora. Se ele imagina como estou todo molhado. Como vou pra cama nesse estado? Será que uma punheta só vai resolver? Nossa! Como eu queria ser esse sortudo!”
-- Põe desejo nisso! Então ele me apertou fortemente entre seus braços e, aproveitando o beijo, penetrou-me. Eu não tive forças para dizer não. Então ele, por estar excitado demais, não conseguiu segurar o gozo. Foi o gozo mais rápido que ele tivera. Confesso que fiquei frustrado naquele momento. Mas logo depois ele disse que aquele era só o primeiro. Vou te foder a noite toda, meu bicinha gostoso!, disse ele. E acrescentou: vou arregaçar tanto esse cu delicioso que você nem vai aguentar sentar amanhã. Achei que ele estava exagerando, mas não era exagero.
-- E ele te arregaçou mesmo?
-- Arregaçou. Mas não com o pau dele. Mesmo que ele me fodesse a noite toda, ele não conseguiria me arregaçar daquele jeito.
-- O que ele usou? -- apressei em perguntar.
-- Já já chego lá. Me deixa contar o que se passou antes, senão perco o fio da meada.
Procurei não interrompê-lo, embora minhas interrupções fossem o menos possível. Muitas vezes para não deixá-lo falar indefinidamente como se tratasse de um nomólogo ou de alguém que conta uma história para um interlocutor mudo.
-- Ficamos uns minutos ali, mas a porra dele começou a sair e a escorrer pelo rego do meu cu e descer pelo saco. Com medo de melar o sofá, disse que precisava me levantar e ir até o banheiro me lavar. Ele se levantou e fomos juntos para o chuveiro. Então eu me recordei do Marco Aurélio. Lemba que te contei que a gente vivia transando embaixo do chuveiro? E que eu adorava?
-- Lembro – Respondi. “E como não me lembrar? Me fantasiei várias vezes te enrabando do mesmo jeito”, pensei.
-- Então. Ensaboei ele todinho. Depois pedi para ele fazer o mesmo comigo. Excitado eu estava, excitado eu continuei. Ao ensaboar minhas nádegas e o meio delas, ele acabou ficando excitado de novo. Nossa! Como fiquei feliz ao ver o pau dele crescer! Imaginei-o me pegando ali como o Marco Aurélio tinha feito anos antes e me levando um orgasmo inesquecível. E de fato ele me pegou e me penetrou. Senti seu pau ir e vir dentro de mim e senti um prazer que não sentia há muito tempo. Mas quando eu estava pra gozar ele simplesmente parou, saiu de mim e disse que não queria gozar ali. Então, me deu dois tapas nas nádegas e disse pra gente ir pro quarto dele. Lá, ele me jogou de bruços na cama dele e me fodeu desesperadamente. Eu não sei se ele estava consumido pelo prazer ou por algum tipo de raiva. Nossa! Ele me enrabou com vontade. Quando terminou, meu cu latejava.
-- E você? Gozou?
-- Quase. Não sei se a decepção de não gozar no chuveiro me afetou ou se foi a surpresa com a brutalidade dele. Só sei que perdi a concentração e quando consegui me concentrar e sentir novamente aquelas sensações que antecedem ao gozo, ele gozou e saiu de mim. Xinguei ele de filho da puta e tantas outras coisas mais em pensamentos. Pensei até em me levantar, ir ao banheiro me limpar e bater uma punheta lá. De uma coisa eu tinha certeza: precisava gozar de qualquer jeito. Mas quando ele percebeu que eu ia me levantar, disse para eu não me mexer. Então ele abriu o guarda roupa e tirou uma caixa de madeira, a qual estava trancada com um cadeado. Ele a abriu e tirou dois maços de cordas lá de dentro. Aí me mandou estender os braços para trás.
-- E você deixou?
-- O que eu poderia fazer? Sabia que depois de me amarrar ele ia me foder de novo. Vi aí a oportunidade de finalmente chegar ao gozo porque deduzi que depois de gozar duas vezes na terceira ele demoraria. E mesmo que não fosse por isso, ainda sim eu teria deixado. Eu o amava. E quem ama acaba se sujeitando, mesmo contra a vontade. Enfim... Ele amarrou minhas mãos e meus braços com aquela corda. Aí pegou outra, me virou de frente na cama e amarrou a perna como tinha feito da outra vez, deixando cera de meio metro. Aí pegou mais uma na caixa e amarrou a outra perna. Também deixou cerca de meio metro dela. Por último, ele espichou as duas cordas, passando elas sobre meus peitos e deu um nó por trás do meu pescoço. Ao fazer isso ele puxou ela e minhas coxas vieram para frente, fazendo com que elas quase encostassem na minha barriga. Após me amarrar, ele ficou me olhando e, após uma risada maliciosa, disse: agora você é todo meu, meu bichinha gostoso. Posso fazer o que quiser contigo. Ele voltou a enfiar a mão na caixa e tirou uma mordaça, na qual havia uma bola. Disse para eu abrir a boca e me amordaçou. Nunca alguém tinha feito isso comigo. Por isso senti um grande desconforto com aquele troço enfiado na minha boca e a mordaça me apertando. E o pior. Eu não conseguia falar. Tentei dizer para ele que não queria aquilo, que não gostava daquele tipo de coisa, mas o máximo que consegui foi soltar alguns grunhidos incompreensíveis.
-- E pra que ele te amordaçou desse jeito? Pra você não reclamar e mandar ele parar? -- Embora eu não soubesse o que teria se passado em seguida, não me foi difícil deduzir que aquele rapaz de alguma forma cometera atos violentos de sadismo. Por isso não pude deixar de pensar: “Filho da puta! Se eu pego esse desgraçado, juro que castro ele”.
-- Também. Mas isso fazia parte de seus jogos sádicos. Não precisa nem dizer que ele amarrou meus testículos novamente. Só que dessa vez ele também deu duas voltas no meu falo, bem na virilha. Disse que assim eu ia sentir mais prazer. De fato aquilo não me causou dor; pelo contrário: quando ele ficou friccionando o meu falo, senti um prazer dos diabos. E isso aprisionou o sangue, deixando o meu pau mais grosso do que costumava ficar quando bem duro. A porra dele, que ele tinha gozado minutos antes, tava escorrendo pelo meu cu e provavelmente sujando a cama dele, mas João Paulo não se importou com isso. Examinou me cu, mexeu nele e disse: assim todo melecadinho, vai ser mais fácil. Não entendi o que ele queria dizer com aquele “mais fácil”, mas eu não tinha como perguntar. Então só me restava aguardar para descobrir. Me foder é que não seria. Olhei para o pau dele, pelo canto dos olhos, e ele estava ficando mole. Nisso, João Paulo se levantou e saiu do quarto, me deixando ali.
-- E ele não disse nada?
-- Não. Apenas saiu. Pouco depois escutei ele abrindo a geladeira e procurando alguma coisa lá. Nesse ínterim, tentei me soltar, mas mal consegui me virar um pouco para os lados. Eu estava totalmente nas mãos dele, essa era a verdade. Súbito, ele apareceu, trazendo não um ovo de galinha e um pepino. Não me foi difícil deduzir suas intenções. Quanto ao ovo não temi, pois este não era grande e ele não encontraria dificuldade em me introduzi-lo. Mas o pepino, ah, este não era muito pequeno. Não era mesmo! Embora as pontas fossem mais finas, era grosso o bastante para me fazer um estrago no cu. O filho da puta ainda olhou para minha cara, deu um sorriso e disse: olha nossos brinquedinhos. Eles vão te fazer gozar. Olhei para o pepino e balancei a cabeça negativamente, tentando lhe dizer que não queria que ele o enfiasse no meu cu, porque ia doer muito e ia me machucar. Meu cu já estava um pouco dolorido da violência de minutos antes. Ele não entendeu ou fingiu não entender. Quando ele me desamarrou mais tarde, eu gritei para ele que tinha avisado para ele não me enfiar aquilo, mas ele disse que não tinha visto e que pensara que não ia me machucar. É sempre assim, o sádico nunca consegue se por no lugar do outro e por isso não é capaz de enxergar a dor que causa. Se ele soubesse não teria me enfiado aquele pepino.
-- Eu não sei como tem gente que consegue enfiar coisas ainda maiores no cu. Tem gente que enfia até garrafa de refrigerante, copo de vidro, tubo de perfume, garrafas de cerveja e não sei o que mais. Não era mais fácil ir num sex shopping e comprar um pênis de borracha? Não sei como aguentam.
De fato eu já tinha ouvido através de amigos vários relatos de homens que chegavam ao hospital com objetos enterrados no ânus. Aliás, é possível encontrar na internet várias dessas imagens, algumas delas inclusive inacreditáveis.
-- Quem enfia essas coisas, normalmente vai fazendo ao poucos, aumentando o tamanho aos poucos. Ele simplesmente me enfiou um pepino cuja espessura era bem mair daquela que o meu cu estava acostumado. Embora ele possa se dilatar para ajustar à grossura do que foi introduzido, essa dilatação não é instantânea e tem um limite. O cu não é a vagina, que se dilata com uma facilidade muito maior. Bem. Ele se abaixou atrás de mim e me introduziu o ovo lentamente. Doeu um pouco, principalmente no começo. Eu fazia careta e me contorcia para dizer-lhe que estava doendo, mas ele não se importava. Depois de empurrá-lo bem fundo com o dedo médio, o filho da puta disse: agora bota ele pra mim. Quero ver ele saindo do teu cuzinho.
-- E a bichinha obediebte obedeceu? -- interrompi-o indignado e com raiva tanto dele quanto do parceiro.
Fred até se surpreendeu com a minha reação. Vendo-o surpreso, eu me apressei em me desculpar, dizendo que me exaltara de indignação. Então o pedi que prosseguisse.
-- Não. Disse a mim mesmo que não ia botar aquele ovo coisa nenhuma. Ele ficou esperando e vendo que eu não me esforçava em botá-lo para fora, me deu uma palmada bem forte e disse que se eu não fizesse ele ia bater com mais força até eu obedecer. E disse mais, disse que eu era a mulherzinha dele e portanto tinha de obedecê-lo e fazer suas vontades. Nossa! Como fiquei com raiva dele por isso. Mas para não ser mais humilhado e evitar que ele me batesse, acabei obedecendo. E não é que o desgraçado ficou excitado quando me viu botar aquele ovo? Não satisfeito, empurrou-o novamente para dentro de mim e novamente tive de “botá-lo”, como se eu fosse uma galinha botadeira. Ele se levantou por alguns instantes para por o ovo sobre o criado mudo e foi aí vi que ele estava de pau duro novamente.
-- Aí voltou e te enfiou o pepino no rabo?
-- Foi. Ele sabia que o pepino era grosso, por isso o introduziu bem lentamente. Como meu cu estava dilatado por causa do ovo, a ponta entrou facilmente, mas a medida que ele ia introduzindo a parte mais grossa, além de ficar mais difícil, era uma dor dos diabos. Eu grunhia e me contorcia todo na tentativa de fazê-lo parar, mas ele simplesmente não me dava ouvidos. Mais tarde, durante a discussão, ele me disse que achou que eu estava sentindo prazer. Ele não chegou a me enfiar o pepino todo, passou da metade. Não satisfeito, ainda puxou ele e tornou a enfiar novamente, fazendo isso várias vezes. Com o tempo a dor diminuiu um pouco, mas como ele tinha me machucado, ela dera lugar a uma ardência. Agora uma coisa que me chamou a atenção foi o fato de o pepino me provocar uma espécie de ejaculação. Ele sabia que isso aconteceria, por isso tinha momentos antes que aquilo ia me fazer gozar. Por ser muito grosso, o pepino acabou pressionando a região da próstata, o que fez com que o esperma fosse expelido. Tenho de reconhecer que houve sim uma sensação de prazer. Ainda mais que ele pegou o meu pau e começou a me masturbar. Isso de fato me levou ao gozo. E se por acaso ele tivesse tirado o pepino do meu cu naquele instante, talvez eu nem tivesse ficado chateado com ele, mas ele não fez isso. Apanhou o celular dele e foi fotografar e filmar aquele troço enfiado em mim.
-- O cara te filmou com o pepino enterrado? -- perguntei, não querendo acreditar no que ele me contava.
-- Filmou. Pelo menos não filmou o meu rosto. Também se tivesse feito isso, eu teria matado ele. Mas o problema foi que, ao me filmar depois de bater umas fotos, ficou empurrando e puxando aquele troço enfiado em mim. Nossa! Como foi dolorido! Quando finalmente ele tirou o pepino, tinha um buraco desse tamanho no meu cu – Fred mostrou, usando as duas mãos. -- Sei disso porque fiz questão de ver as fotos e o video depois.
-- Não. Não faço a menor ideia.
-- Me fodeu mais uma vez. Ainda tive que aguentar aquele pau no meu cu. Ah, mas depois de gozar e me desamarrar, quebrei o pau feio com ele. Disse que ele era um sádico, um doente e que nunca mais queria olhar na cara dele e não sei o que mais. Tomei o celular da mão dele dizendo: Me dá essa porcaria aqui. Foi quando vi as fotos e o video. Depois, me troquei e voltei pra casa chorando de raiva.
-- E depois acabou perdoando ele? -- perguntei. Fred me dissera que relacionamento deles durara mais de um ano, portanto deduzi que não acabara ali.
-- Garçom! -- chamou ele, fazendo gestos com a mão para chamar-lhe a atenção.
O rapaz se aproximou e então ele pediu a conta.
-- Perdoei. Mas ficamos mais de uma semana sem se falar. Ele me ligava várias vezes ao dia, mas eu não atendia. Chegou a ir na minha casa e eu disse para minha mãe que era para dizer que eu não estava. Mas com o passar dos dias, a saudade foi aumentando, dois dias depois o meu cu já não estava mais dolorido e, a medida que o tempo foi passando, fui achando que a coisa não tinha sido assim tão grave. Talvez ele até estivesse com razão quando disse que não imaginou que o pepino era grosso demais e que ia me machucar. Claro que eu disse a mim mesmo que não o deixaria fazer mais aquilo. Talvez umas chicotadas ou umas bofetadas de leve quando a gente estivesse transando, mas nada além disso.
-- Não me leve a mal, mas no fundo você gosta de ser mulher de malandro. Porra, Fred! O cara te arregaça todo e você ainda o perdoa? E o pior? Você o aceita de volta. Não precisa nem me dizer que ele não parou por aí. Se eu conheço bem o ser humano, pessoas assim setem que tem o outro nas mãos e portanto podem fazer o que for que não vai perdê-lo. Aposto como ele deve ter feito coisas ainda piores.
-- Você tem razão.
-- E você foi atrás dele?
-- Fui. Nove dias depois, telefonei pra ele disse que queria conversar. A gente se encontrou num bar e, enquanto tomávamos uma cerveja, expus as minhas condições.
O garçom se aproximou com a conta. Tirei o cartão de débito do bolso e fui até o caixa. Quando voltei, Fred já me esperava do lado de fora da porta.
-- Não vou te perguntar mais nada, porque já é tarde – falei, consultando o relógio. -- Mas a gente poderia combinar alguma coisa para amanhã, para você me contar o resto.
-- Só se for depois de amanhã. Amanhã fiquei de ir a São Paulo com minha mãe e não sei a que horas voltaremos. Talvez a gente volte muito tarde. Mas a gente pode sair, ir até um barzinho e aí eu te conto o resto da minha história com João Paulo.
Lamentei, mas não quis pressioná-lo. Disse-lhe apenas que telefonaria por volta do meio dia para combinarmos melhor. Nos despedimos. A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi correr até o banheiro e bater uma punheta, imaginando não a cena do pepino, mas aquela em que ele estava com o namorado na sala.
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