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Erotico-->CONFISSÕES DE UM GAY - CAP. 27 (FINAL) -- 03/06/2016 - 23:01 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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XXVII

Aquela não fora a primeira vez a me embebedar, embora eu não fosse o tipo de pessoa a encher a cara com frequência. Aliás, eu nem era de beber. Em duas ou três oportunidades acabei exagerando na dose e ao final ficando tão ébrio que não fui capaz de me sustentar sobre as pernas. Uma dessas vezes foi por causa de uma desilusão amorosa, quando eu ainda era um rapaz de pouco mais de dezesseis anos; a outra foi por pura empolgação, para ver até onde eu aguentava. E quando me dei conta estava tão bêbado que tudo girava a minha volta.
Pouco antes de entrar no banheiro, perdemos o equilíbrio e só não fomos parar no chão porque as paredes do corredor serviu-nos de apoio. Embora Fred também estivesse bêbado, não estava tanto quanto eu. Aliás, se estivesse não teria tido condições de se ajoelhar diante de mim, ao lado do vaso sanitário, e abrir-me o zíper da bermuda jeans com tanta facilidade.
-- Nossa! Quanta virilidade! -- exclamou, assim que conseguiu arrancar-me o falo teso para fora. -- E ainda por cima molhado! Isso tudo por minha causa? Da história que acabei de te contar?
Talvez se eu não estivesse sob o efeito do álcool teria inventado uma boa desculpa. Aliás, eu nem o teria deixado fazer aquilo. Mas ele se antecipara dizendo-me para me apoiar na parede e deixá-lo abrir o zíper. E também não me ocorreu uma alternativa melhor, se é que cheguei a pensar em alguma coisa. De mais a mais, não esperava que ele fosse enfiar a mão pela abertura, agarrar-me o pênis e puxá-lo para fora, mesmo sabendo que isso para ele não era problema algum já que estava acostumando a fazer essas coisas.
Não tenho certeza e também não me ocorreu de indagá-lo do porquê daquele gesto. Mas no dia seguinte, refletindo acerca daquele episódio, ocorreu-me que havia uma grande probabilidade de Fred ter feito aquilo porque também estava sob o efeito do álcool. E o mais importante: ao me ver excitado, não foi capaz de conter a curiosidade em observá-lo e acariciá-lo.
Tudo que se passou naquela noite me é muito confuso. Embora eu tenha recorrido à memória dezena de vezes para entender nossos atos, não consigo discernir o que é de fato verdade e o que pode se tratar de fruto da minha imaginação que, naquelas condições, acabou misturando a fantasia com a realidade, como muitas vezes ocorre num sonho que, ao acordar no dia seguinte, ficamos na dúvida de realmente foi um sonho e se se trata de um acontecimento verídico. E quando inquiri Fred nos dias seguintes acerca daqueles fatos, ele me confirmou a maioria. De forma que talvez haja bem mais realidade do que eu queira admitir em tudo aquilo que fizemos.
Responsabilizar os outros por nossos atos é de uma covardia sem tamanho. Somente as pessoas abjetas e sem caráter fazem isso. E embora eu, como todo ser humano, tenha lá os meus defeitos e minhas fraquezas, não seria capaz agir assim. Por outro lado é preciso admitir a responsabilidade de Fred no desenrolar dos acontecimentos. Se por um lado não posso afirmar que não teria dado um passo em falso naquela noite, por outro ele desempenhou um papel fundamental.
Se apenas tivesse feito aquele elogio, talvez houvesse uma possibilidade, mesmo que pequena, de a coisa ter parado por ali, mas não satisfeito resolveu acrescentar:
-- Dá até vontade de chupar.
Nisso, senti a mão dele apertá-lo e deslizar ao longo de meu pênis até tocar-me a virilha e depois retornar. Instintivamente, deixei escapar:
-- Por que não chupa então? Mete logo a boca nele e mata tua vontade. Ninguém vai te impedir disso. E muito menos te condenar por isso.
Nem mesmo o efeito do álcool dissipou-me completamente a moralidade. Caso contrário eu teria sido mais específico e usado eu no lugar de ninguém, já que estando somente nós dois ali, o ninguém e o eu se referiam a mesma pessoa. No caso, a mim.
Fred por sua vez poderia ter dito: “Não. Só estava brincando” ou coisa parecida. No entanto, não foi o que fez. Fitando-o, vi-o mover a cabeça para frente enquanto sua boca abria num movimento suave e deleitoso.
O toque dos lábios e o deslizar da língua dele na glande só não me causou um prazer intenso porque a dor na bexiga era grande e a sensação de que fosse estourar me impedia de sugerir-lhe que tirasse toda a roupa e ficasse de quatro para eu trepar-lhe em cima como imaginara uma dezena de vezes nas últimas semanas. Todavia, isso não me impediu de confessar-lhe:
-- Venho sonhando com o teu rabo todos esses dias. E a cada dia minha vontade fica maior. Você não sabe a inveja que tenho de todos aqueles filhos da puta que te foderam.
Fred, talvez surpreso com aquilo, parou de me chupar e, olhando nos meus olhos, argumentou:
-- Mas nós somos amigos. Como você pode fazer isso?
-- Foda-se a amizade – foi o que consegui dizer. E virando de frente para o vaso sanitário, tentei me concentrar.
-- Você não está só dizendo isso porque está bêbado não, né? -- insistiu.
Mais uma vez eu poderia ter aproveitado a oportunidade e lhe dito que tudo não passava de uma brincadeira. Certamente ele também teria levado a coisa na esportiva, assim como eu considerado aquele impulso de me chupar como fruto do alcoolismo. Só que acabei dizendo:
-- Não, não. Pelo contrário: é a mais pura verdade. E do jeito que estou com vontade de comer teu rabo, não há boceta que me satisfaça.
-- Nossa! Nunca ouvi isso de um homem.
Nisso, houve um breve silêncio. Foi o suficiente para eu me concentrar. Então o jato de mijo começou a sair e, devido à pressão, acertou a tampa do vaso, fazendo com que se espalhasse ao redor e respingasse tanto em mim quanto em Fred.
-- Porra! Mira o vaso direito! -- ordenou. -- Quer que eu segure ele pra você?
-- Não, não é necessário. Com essa porra desse jeito? Nem se eu tivesse a melhor pontaria do mundo acertaria a porra desse vaso. Por isso banheiro público tem mictório. Para que o chão não fique ensopado de mijo.
E para sacaneá-lo, virei na direção dele e mijei-lhe nas pernas.
-- Filho da puta, viado! -- exclamou ele, dando um pulo para trás.
Apesar da falta de equilíbrio, fui na direção dele sem parar de mijar. Então, levantei o falo e o jato acertou-o na direção da barriga, molhando-lhe o calção.
-- O viado aqui é você, seu chupa pica! -- respondi, balançando o falo e molhando-o ainda mais. -- Algum dos teus machos já te deu um banho de mijo?
-- Não. Vai! Chega! Você está molhando o banheiro todo – disse ele, recostado à parede. -- Depois vou ter de lavá-lo.
-- Então eu serei o primeiro.
Nisso o jato perdeu força até estancar totalmente. No entanto, continuei a aproximar, cambaleante, quase perdendo o equilíbrio. E só parei quando encostei nele e nossos olhos se encontraram.
Sem dizer uma palavra, minha mão procurou-lhe a extremidade do calção azul. E ao encontrá-la, não tive pudor algum em enfiar a mão até encontrar-lhe o falo, o qual cresceu rapidamente. “Ele está gostando… Por isso está ficando de pau duro assim tão depressa”, pensei.
Se cheguei a experimentar algum prazer ao sentir aquele falo crescer na minha mão não me recordo. Todavia, hoje tudo me parece apenas um grande absurdo. O prazer que experimento é o deleite da ousadia, uma ousadia que, tenho de admitir, só foi possível devido ao estado de embriaguez no qual me encontrava. Não que eu fosse uma pessoa tímida e retraída, mas de posse de todas as minhas faculdades mentais, jamais teria dado um passo daquele.
Fred puxou-me pelos quadris e nossos lábios foram pressionados uns dos outros; na realidade, eu levei os meus aos dele. Talvez por timidez ou por não saber como proceder, não fiz como costumava fazer com as mulheres: introduzir-lhes a minha língua a fim de que ela se enroscasse à delas. Fred por sua vez não teve parcimônia. Aliás, como eu não também não tive em usar a outra mão para empurrar-lhe o calção para baixo, deixando-lhe as nádegas nuas, o que me levou a largar-lhe o falo e, com as duas mãos, apertá-las ambas para sentir a maciez.
Ao chegar àquele ponto não havia mais como recuar. Isso se aplicava tanto a mim quanto a Fred. Mesmo que eu exclamasse “Chega! Vamos parar por aqui”, ele teria insistido no contrário. Se havia algum fio de possibilidade de parar por ali, esse fio fora arrebentado bem mais cedo pelo efeito do vinho.
Seguindo o meu exemplo, Fred levou as mãos à minha bermuda e com relativa facilidade desabotoou-a e a empurrou para baixo com a cueca, a qual parou pouco acima dos joelhos enquanto a bermuda foi parar sobre os pés. Imediatamente eu me livrei dela.
Antes que eu tomasse a iniciativa de abaixar os quadris e introduzir-lhe o meu falo no meio das pernas, Fred agarrou-o e o empurrou para baixo. Talvez ele não esperasse que eu fosse tomar a iniciativa. Pode até ter sido uma reação instintiva dele, mas ele também deve ter achado que eu não tinha experiência suficiente com gays – embora todas aquelas narrativas me dessem pelo menos uma noção de como proceder – e por isso tenha me indicado o que fazer.
Se para um bom entendedor meia palavra basta, para mim um pequeno gesto foi mais do que suficiente. Dobrei levemente as pernas e meu falo foi-lhe parar entre as coxas, roçando-lhe os testículos, os quais eu os senti com a virilha.
Ambos sabíamos da dificuldade em penetrá-lo assim de frente; ainda mais que me faltava o equilíbrio, afetado pela bebida. Aliás, não era a minha intenção e acredito que menos ainda a dele. Eu apenas queria sentir meu falo deslizar-lhe no meio das pernas. Por outro lado, ele provavelmente tencionava me proporcionar esse prazer. Talvez tenha até pensado que, ao me deixar fazer aquilo, acabaria por me convencer a fodê-lo.
Movi os quadris umas três ou quatro vezes para frente, socando-o contra a parede, e para trás. Confesso ter realmente sentido muito prazer nisso, pois veio-me a memória a lembrança de já ter feito isso antes com Clarinha, uma colega de escola. E do jeito que estava excitado, se continuasse com aquilo por mais uma meia dúzia de vezes, provavelmente chegaria ao gozo. Mas Fred era um cara experiente. Sabia evitar isso. Aliás, como me confessara mais de uma vez.
-- Não é melhor a gente acabar de tirar a roupa primeiro? -- disse ele, empurrando-me levemente para trás e fechando as pernas em seguida, provavelmente para me impedir de voltar a pôr o falo no meio delas.
Não o questionei. Dei um passo para trás, tirei a camiseta e, curvando para frente e depois apoiando-me na parede, livrei-me do tênis e da cueca. Lembro-me de ter perdido o equilíbrio por mais de uma vez e quase ido ao chão, o que arrancou algumas risadas de Fred. Quando voltei a fitá-lo, ele estava nu, indo em direção ao box.
-- O que você está fazendo? -- perguntei. -- olhando para aquele par de nádegas movendo sensualmente, como se fosse as nádegas de uma fêmea.
Não eram as mais belas nádegas que eu já tinha visto – algumas jovens com as quais transei tinham nádegas mais belas e mais femininas --, mas achei-as belas e deliciosíssimas naqueles movimentos. Aliás, talvez eu tenha exagerado na impressão devido às circunstâncias. Afinal, tomado pelo desejo, supervalorizamos tudo aquilo que é captado pelos sentidos. Mesmo que tenha sido isso, tenho de reconhecer que, ainda mais pelo que Fred me contara de seus parceiros, suas nádegas eram de fato encantadoras como as de alguns transsexuais que se não fosse o fato de terem um pênis seriam belas mulheres.
-- Vou me lavar. Estou cheirando ao teu mijo.
Eu poderia tê-lo esperado sair. Mas ocorreu-me de recordar alguns dos episódios passados sob o chuveiro. “Se eles fizeram com ele e isso me deixou com muita vontade de fazer, por que não fazer? Vou lá”, pensei.
-- Também preciso de um banho – falei ao entrar no box.
Fred pegou o sabonete e começou a se esfregar. Não o deixei prosseguir. Tomei-lhe o sabonete e passei a ensaboá-lo. Ele me fitava e sorria com um sorriso tímido, com um ar de incredulidade, talvez não acreditando direito que fosse eu, seu melhor amigo, ali fazendo aquilo. Não tive o menor constrangimento em pegar o sabonete e depois deslizá-lo no falo dele. Nisso, comentei:
-- Para um viado, até que você também tem belo cacete.
-- O fato de eu ser gay e dar o rabo não altera a genética do meu órgão sexual. Meu pau é como o de qualquer outro homem. E como você pode ver, fica duro e jorra porra como qualquer outro; e às vezes nem precisa ser acariciado.
-- To vendo – falei.
-- Apenas não sinto prazer enfiando ele num buraco. Seja num homem ou numa mulher. E numa mulher nem me pagando.
Agarrei-lhe os testículos e dei uma apertadinha de leve.
Fred não disse palavra; apenas me abraçou e beijou-me. Ainda com o sabonete nas mãos, passei-o primeiramente nas costas, depois desci lentamente em direção às nádegas. Eu as ensaboei carinhosamente. Aliás, fazer isso me causou um deleite indescritível, o que me provocou até um desespero, o qual tive de fazer um grande esforço para conter para não virar Fred de frente para a parede e penetrá-lo naquele instante.
Se por um lado fui capaz de conter o ímpeto de possuí-lo, por outro não resisti a tentação de deixar cair o sabonete e, enquanto lhe apertava uma das nádegas com a mão, escorregar a outra com o dedo médio estendido no meio delas até o ânus.
Talvez se Fred tivesse feito alguma coisa eu não tivesse lhe introduzido o dedo. Mas ele não fez gesto algum para me impedir e muito menos me pediu para não fazê-lo ou tirá-lo dali. Aliás, tenho cá comigo que, vendo-me querendo muito fazer aquilo, acabou permitindo apenas para me agradar. Pois não acredito isso tenha lhe proporcionado algum prazer.
Não me recordo do que senti. Lembro-me apenas de que não consegui enfiar-lhe totalmente o dedo por causa da posição. Creio que quiçá não tenha enfiado nem a metade. Súbito porém, ele puxou minha mão, deu um passo para trás e disse:
-- Agora é a minha vez.
Agachou e apanhou o sabonete.
Após ensaboar-me os peitos e a barriga, fez o mesmo com o falo. E enquanto deslizava suavemente e demoradamente a mão ao longo dele, comentou:
-- Não sei o que as mulheres já te disseram sobre essa coisa dura aqui, mas é uma bela duma vara -- Agora ele o examinava atentamente. -- Não é muito grande e nem pequena demais; também não fina e nem tão grossa. É o que chamamos de cacete na medida certa.
-- As mulheres não são muito de elogiar o cacete de um homem. A maioria nem presta atenção nele. E as que prestam, preferem comentar sobre o formato, do porquê disso aqui, daquilo outro, do porquê dessa pele, da aspereza em volta da glande e coisas assim. Muitas vezes os testículos chamam mais a atenção delas do que o pau propriamente dito. Acho que o fato deles produzirem os espermatozoides lhe interessam mais.
Então Fred agarrou-me os testículos e, puxando-o levemente, acrescentou:
-- E os teus são bonitos.
Nisso, ele estendeu a mão até o chuveirinho, preso à parede, e, após ajoelhar-se diante de mim, enxaguou-me o falo.
Esperei.
De repente ele largou o chuveirinho e o meu falo voltou a ser envolvido por aqueles lábios. Novamente senti um prazer intenso. Nesse ínterim, pensei: “O filho da puta adora chupar! Pensei que ele estivesse exagerando quando me contou isso, mas pelo jeito é a mais pura verdade. Será que ele também vai querer que eu goze na boca dele. Ele disse que adora o gosto de porra”.
Mas isso não aconteceu. Fred largou-o pouco depois. Entrou bem embaixo do chuveiro e virou de costas para mim.
Qual era a intenção dele? Não faço a menor ideia. Qualquer coisa que eu diga não passa de conjecturas. Por várias vezes especulei acerca disso e cheguei inclusive a perguntar-lhe dias depois, mas ele também não soube me responder com certeza. Disse não se lembrar. Ainda sim chegou a dizer: vai ver eu queria que você visse a minha bunda toda ensaboada e me pegasse por trás como você acabou fazendo.
Independentemente de qual tenha sido a intenção, o ato foi praticado. De fato eu o agarrei pelos quadris e pus-lhe o falo no meio das nádegas embora sem penetrá-lo de imediato. Recuei e, com desespero, tentei novamente. Mais uma vez o falo roçou-lhe o ânus e escapuliu.
Fred resolveu facilitar as coisas e dar uma mãozinha. Curvou para frente, apoiando uma das mãos na parede e, levando outra a mão pelas costas, agarrou-me a vara e pediu:
-- Ponha devagar! Não é porque meu cu esteja acostumado a levar ferro que você vai ser bruto com ele. Imagine que você esteja fazendo isso pela primeira vez com uma mulher.
Talvez eu queira usa o fato de estar embriagado como desculpa, como fazem todos aqueles que, sob o efeito do álcool, praticam um ato do qual se arrependem profundamente assim que o efeito passa. E mesmo que isso seja verdadeiro, não justifica nada. Assim como o álcool não foi a causa do meu desejo por Fred, uma vez que esse desejo vinha de muito antes, o prazer que eu senti ao penetrá-lo também não foi fruto da embriaguez. O prazer me pareceu intenso. E talvez essa percepção tenha sido exagerada por influência do vinho, como também é fruto das minhas expectativas. Durante todas aquelas narrativas de Fred, as quais me excitaram e me provocaram as mais variadas fantasias, o desejo de experimentar foi ficando cada vez maior, mais intenso e mais recentemente inclusive me levando ao desespero. Assim, eu passei a acreditar que, quando o penetrasse, fosse sentir muito prazer. E ao penetrá-lo ali sob o chuveiro, meu subconsciente fez com que aquelas expectativas fossem verdadeiras, pois nosso cérebro tende a agir dessa forma. Só mesmo quando o inesperado acontecesse e nosso subconsciente não consegui lidar com aquilo que nos decepcionarmos.
Não vou dizer que meu prazer tenha sido maior do que aquele experimentado diversas vezes ao penetrar uma mulher. Não dá para comparar. São situações distintas. E qualquer tentativa de inferir, seja de que forma for, produzirá resultados irreais. Houve oportunidades onde o prazer foi tão intenso que acreditei não ser capaz de sentir outro maior. E dali algum tempo já estava chegando a mesma conclusão. De forma que o mais correto é afirmar: foi um prazer que me provocou sensações novas e algumas intensas por demais.
Mais uma vez não gozei porque Fred não permitiu. Ele apenas deixou que eu fizesse alguns movimentos para frente e para trás, para desfrutar daquelas sensações. Súbito, levantou-se e meu falo saiu. E, virando de frente para mim, afirmou:
-- Ainda não. Se queria tanto, imagino que queria experimentar de outras formas.
-- E quero mesmo – respondi. -- De todas. Só não sei se vou conseguir.
-- Tentaremos.
O que ele queria dizer com experimentar de outras formas”? Era bastante óbvio.
E ficou ainda mais óbvio quando chegamos a sua cama e ele, deitando de frente, abriu as pernas, dobrou-as e disse para penetrá-lo como ele tinha feito com a maioria de seus parceiros e me contado mais de uma vez. Olhando-o assim, atentei por alguns instantes ao seu ânus. Súbito, me lembrei de Marco Aurélio, o professor de Matemática, que o fodera por dois anos quando ele ainda era um adolescente. Embora Fred não fosse mais aquele garoto de 14 anos, não pude deixar de pensar enquanto ajoelhava atrás dele: “pelo menos, vou ter uma vaga ideia do que aquele professorzinho filho da puta sentiu”.
Fazendo exatamente como Fred me narrara pela primeira vez aquele ato, penetrei-o e me pus no lugar de Marco Aurélio.
Infelizmente Fred me privou da maior de todas as sensações: o gozo.
Senti um quê de frustração. Embora nossa noite só tivesse começando e ainda havia muito o que eu experimentar, estava disposto a trocar todas as demais sensações por aquela a qual eu considerava a maior de todas: o gozo da primeira penetração. Assim como daquela forma tinha sido a primeira vez de Fred com Marco Aurélio eu também queria que aquela fosse a primeira vez para mim. Talvez por isso eu tenha dito:
-- Porra, Fred! Eu queria tanto gozar assim e sentir o que aquele filho da puta sentiu.
-- Se a gente tiver outra oportunidade, eu deixo – respondeu, empurrando-me para o lado e ficando de quatro em seguida. -- Agora vem! Me pega por trás.
Mais uma vez a imagem de Marco Aurélio formou-se em minha mente. Dessa vez porém ela se misturou com a de João Paulo, o qual gostava de agarrar-lhe a cabeleira, puxá-la para trás e bater-lhe nas nádegas.
Nessa troca rápida de personagens, ora me pondo no lugar de Marco Aurélio, ora no lugar de João Paulo, não resisti e, levantando uma das mãos, acertei-lhe timidamente uma das nádegas.
-- Isso! Bate! Se te dá prazer – foi o que ele deixou escapar.
Diante desse pedido, deixei a timidez de lado. Talvez timidez não fosse a palavra certa. Receio seria o termo mais adequado, pois eu não me sentia tímido mas com receio de bater-lhe nas nádegas e estragar tudo. Afinal, o sadismo de João Paulo fora a causa do rompimento entre os dois. E eu não queria sob hipótese alguma deixar a mesma impressão
Não vou dizer que lhe acertei as nádegas com toda a força uma dezena de vezes, porque seria exagero. Mas é preciso reconhecer por outro lado que, se as primeiras palmadas foram contidas, as últimas, as quais antecederam ao gozo, não tiveram a mesma leveza. Tanto é verdade que, minutos mais tarde, quando jazíamos exaustos um ao lado do outro e só então me atentei ao local das palmadas, vi as marcas de meus dedos. Não, não o machuquei como costumava fazer João paulo. Longe disso! Talvez elas tenham se realçado devido à brancura da pele dele. Afinal, elas eram volumosas e completamente lisas. Aliás, se fosse fossem minhas nádegas no lugar das dele, essas marcas seriam bem mais sutis. Fred porém não se incomodou com isso, uma vez que não teceu comentários nem naquela noite e nem depois. E quando tive oportunidade de inquiri-lo, disse que “nem tinha percebido”.
Mais uma vez tenho de entrar no campo da especulação. Contudo, acredito que o meu gozo tenha levado ao dele. O espaço entre o meu e o dele não chegou a trinta segundos. E acredito que o fato dele também estar nos momentos que antecede ao gozo foi determinante para que ele não me impedisse de chegar ao meu, já que a intenção dele anteriormente era me fazer experimentar outras posições sexuais. Relembrando tudo que ele me contara de suas aventuras sexuais, chego a conclusão de que ele foi vítima de si próprio. Afinal de contas, por mais de uma vez, ele me disse que essa posição sexual era uma das que mais lhe dava prazer e consequentemente a que mais o levava ao gozo.
O meu prazer foi um prazer único. Foi também uma experiência ímpar. Não só pelo fato de praticar o sexo anal, pois já tinha feito isso anteriormente com uma de minhas namoradas, embora tenha sido uma única vez. Além do mais, a penetração não foi tão simples e, apesar do gozo, não me causara o mesmo deleite. Também dessa vez não houve aquela preocupação em machucar e causar dor no parceiro. Da primeira, tinha de parar todo instante, muitas vezes no melhor momento, porque Raquel estava sentindo dor. Outro fator que contribuiu para o meu deleite foi Fred saber como agir para aumentar o meu prazer, afinal era um rapaz muito experiente.
Ao fim do nosso gozo, Fred, já estirado sobre a cama, disse-me para não sair dele e ficar um pouco mais. Não havia porque lhe negar isso. E apesar de sentir o ânus pressionar-me o falo nervosamente, isso me dava algum prazer, pois se tratava de uma novidade que de fato eu experimentava pela primeira vez, pois ao gozar no ânus de Raquel ela me fez sair imediatamente. A essa curiosidade, que durou não mais que dois ou três minutos, sobreveio outra: ver se ele realmente ejaculava quando tinha um orgasmo.
E quando lhe levei discretamente a mão por baixo e peguei-lhe o falo, este, ainda teso, realmente estava molhado do próprio sêmen. O lençol, naquele lugar, também encontrava-se umedecido. “É verdade! Ele realmente goza”, cheguei a pensar.
Nossa noite terminou ali. Passamos por uma madorna. Quando acordei novamente, cerca de uma hora e meia depois, ele me chamava carinhosamente, indagando-me se eu ia para casa ou dormiria ali com ele. Ainda sem entender o que havia acontecido, pois parte do efeito do álcool já passara, levantei e disse ter de voltar para casa. Não precisava coisa nenhuma. Apenas fiquei sem jeito de continuar deitado nu ao lado dele.
Meio envergonhado com tudo aquilo, apanhei minhas roupas no banheiro, vesti e, pegando a chave do carro, disse que meus pais poderiam estar preocupados pois não os avisara de que voltaria tão tarde. Ainda nu, Fred me levou até a porta.
-- Você acha que pode dirigir até em casa?
-- Posso sim. O efeito já passou – menti, embora já não estivesse tão alcoolizado quanto mais cedo.
-- Vá devagar. Me sentiria culpado se alguma coisa te acontecesse – disse ele.
Fitando-o pela última vez, respondi.
-- Não se preocupe. Não vou correr. Sei que tenho de dirigir com muita atenção. -- Virei de costas e após dar dois ou três passos, acrescentei: -- Até terça.
Segunda-feira era feriado de Tiradentes.
-- Até terça. Isso não muda nada entre a gente, né?
-- Não. Claro que não – respondi ao atravessar a rua.

FIM


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