Perdido entre quem
poderia ser aquele homem que tocava seu ombro, bem como a estranha confiança,
para não dizer intimidade, que demonstrava ao fazê-lo, e a visão de sua esposa
permitindo que outro homem se servisse de seu corpo em sua cama da forma que
bem entendesse, Rômulo desvia a atenção do quarto e se vira para o estranho,
que não demonstra qualquer temor, permanecendo tão firme quanto confiante,
embora não possua qualquer tipo de artefato que pudesse lhe garantir uma
imediata redenção do dono do apartamento. Entretanto, talvez por ainda estar
chocado pelas revelações da noite, bem como pela visão do sexo tão barulhento
quanto despudorado em seu quarto, ele não demonstra qualquer estranheza à
presença do homem, acreditando ser ele mais um dos que pretende fazer uso de
Cristiane esta noite. O homem é alto, de porte físico aparentemente
privilegiado e é o primeiro a quebrar o silêncio entre os dois:
- Pode falar livremente
comigo. Os dois sabem que estamos aqui e, independente disso, Cristiane é
tarada demais por ele pra interromper o sexo antes que tenha gozado mais umas
dez vezes. O garoto tem mesmo potencial.
- Então, esse é o tal
Rafael? Eu tava imaginando que ela ia trazer o cara pra cá, voltei pra casa já
praticamente com certeza... – Rômulo deixa de falar quando Rafael retira o
membro de dentro de Cristiane e ela, como se sua vida dependesse disso, avança na
direção do falo e o leva a sua boca, tomando-o com as duas mãos, deixando uma
distância de meio palmo entre as duas,
ajoelhada em frente a ele, de olhos fechados, às vezes abrindo-os para
observar o amante, que acaricia e puxa seus cabelos enquanto ela o fita com um
olhar submisso, quase implorando pela atenção e posse do membro gigantesco que
há pouco a penetrava com uma permissão concedida sem qualquer remorso. Rômulo
não consegue disfarçar o espanto pelo desempenho da esposa, a forma como se
entrega sem qualquer pudor e permanece parado à porta do quarto até que ela,
como que incomodada pela presença do marido, retira o colosso da boca e passa
masturba-lo, dirigindo-se ao homem com quem divide a cama quando o amante não
está:
- Volta pra sala, corno,
você não tá fazendo falta aqui. Deixa o homem de verdade trabalhar... – Rômulo
baixa a cabeça e o homem na sala de estar toca novamente em seu ombro,
levando-o até a sala.
- Vamos, rapaz, sentir-se
inconsolável não vai adiantar nada. O que está acontecendo com seu casamento é
uma inevitabilidade humana, algo que você está vivendo na prática enquanto
muitos ou não sabem que vivem ou passam por isso apenas em teoria, passando
suas existências em uma queda na qual eles nunca sabem quando vão atingir o
chão.
- Acho que a minha cabeça
já tá perturbada demais pra eu ainda escutar coisas que eu não vou entender...
que conversa é essa? Você é algum outro amante da minha mulher? – os dois se
sentam e o estranho prepara dois copos de uísque, servindo Rômulo para, logo em
seguida, ambos retomarem a conversa enquanto bebem.
- Não necessariamente,
pode-se dizer que eu sou o pai de Rafael. Ele foi concebido por mim em
circunstâncias um tanto bizarras e foi criado por outro homem, só descobrindo
quem eu sou quando já era adolescente. Mas aceitou bem a situação e eu poderia
dizer que, hoje em dia, ele está muito melhor que antes de ser encontrado por
mim.
- O pai do Rafael?
Circunstâncias bizarras? Não entendi... – como se não houvesse já ouvido a
história do rapaz que possui sua esposa no quarto onde dormem, Rômulo questiona
o estranho.
- Eu sei que Cristiane já
lhe contou minha estória. Há alguns anos eu conheci a mãe dele em uma despedida
de solteiro. Ela e o marido tinham essa fantasia de que ela seria possuída por
um homem superdotado enquanto ele poderia apenas assistir. As amigas dela
assistiam, faziam torcida e o seguravam enquanto eu me servia da futura esposa
e ela se entregava a mim, na intenção de mostrar ao corno manso o que ele nunca
seria capaz de fazer com ela. Tudo com muito humor, claro, o marido traído tem
de ser humilhado com todo respeito. Mas, como a natureza tem suas próprias
regras e nenhum contraceptivo foi usado, o que tinha que acontecer acabou
acontecendo e, meses depois do casamento, a mãe de Rafael deu à luz a um filho
meu. Rafael. Imagino que ela tenha contado mais sobre mim do que o que eu
acabei de lembra-lo, não? – Rômulo toma um gole do uísque duplo, sem gelo, e
responde ao estranho.
- Ela fez um comentário
sobre Rafael ter nascido desse jeito, sim... mas também que o garoto de
programa na festa, na verdade, era o diabo... acho que justamente por isso eu
não botei tanta fé na conversa de que ela tinha um amante, achei meio que ela
talvez estivesse com alguma conversa, querendo que eu pensasse que ela é louca
pra que eu ficasse motivado a me separar e ela ficar com o outro...
- Não, ela não mentiu. E
jamais teve qualquer intenção de se separar de você ou terminar o casamento.
Ela realmente te ama, e não existe nada de extraordinário nisso, uma vez que o
amor humano nada mais é que lobo vestido de cordeiro. Quando se pensa na
felicidade e bem-estar de quem mais se ama, na verdade, se visa o próprio
conforto antes de tudo, mesmo que isso implique na cessão da própria vida ou de
determinados atos que, na verdade, nos são menos importantes. Mas não vamos
entrar neste assunto agora. O fato é que tudo o que ela disse sobre querer a
manutenção do casamento é verdade, conforme já concluiu há pouco quando estava
no parque observando as mulheres que possivelmente procuram amantes pra suprir
seus casamentos com maridos que não as satisfazem e se indagando sobre os
rapazes que poderiam ser amantes de sua mulher.
Rômulo quase engasga com
o uísque. Não havia feito qualquer comentário com o homem a respeito de ter ou
não pensado algo e tampouco dito a esposa que foi ao parque. Ele não poderia
ter chegado àquela conclusão sem conhece-lo e sem que qualquer informação lhe
tivesse sido dada. O susto e uma súbita atmosfera de terror que a aparência do
homem passam a lhe causar, que é ainda reforçada pela intensidade cada vez
maior do sexo no quarto, bem como dos rangidos da cama, lhe causam uma sensação
de espanto e de terror que ele nunca havia sentido.
- Eu não fiz nenhum
comentário a respeito disso. Como...?
- Surpreso? Provavelmente
tanto quanto aterrorizado, eu posso sentir isso, como deve saber. Não existe
emoção humana que seja segredo para mim, tanto quanto seus pensamentos mais
íntimos. Não sou eu quem os cria, tampouco os estimula, mesmo porque não obtenho
lucro nenhum ao fazê-lo. Mesmo porque, ao contrário do que pensam, não sou o
pai da mentira ou um anjo caído, entrando e saindo da casa daqueles que vocês
chamam de meu criador quando quero, como está escrito em Jó. Só na mente
daqueles que precisam de esperança e de uma solução pra seus problemas eu sou
culpado por alguma coisa ou detentor de alguma vontade de destruir Sua criação.
Eu cago e ando pros mortais, no final das contas eu sou, no máximo, um promotor
da justiça divina, talvez o síndico do condomínio de almas podres que é este
mundo. Se é que chego a tanto. – Rômulo acende um cigarro antes de beber mais
um gole de seu uísque. As mãos estão trêmulas e ele não sabe o que dizer ao
estranho.
- Então, você é o senhor
do inferno?
- Inferno? Quer dizer um
lugar pra onde se vai depois da morte pra se pagar por ações que dependem dos
seus próprios conceitos de bem e mal? Foram conceitos parecidos com estes que
te prenderam a uma série de crenças em instituições como o casamento e que te
levaram a estar aqui, agora, sustentando uma mulher que se realiza na vara de
outro homem na cama onde você dorme com ela, pra não falar de todo o passado
que vocês têm juntos e que se revelou uma mentira. Fora uma série de situações
mundo afora que revelam que, se o ser humano é mesmo a imagem e semelhança de
Deus, então Ele deve ser o pior dos monstros. E, já que a palavra Dele diz que
eu sou o Príncipe deste mundo e considerando os fatos que citei... onde mais
seria o inferno, senão aqui? E não seria esta espécie que se diz feita à
semelhança de Deus diabo de si mesma, uma vez que se impõem uma série de
códigos de ética, crenças e convenções com o objetivo de domesticar seus
próprios desejos, como se estes pudessem ser domesticados? Qual a lógica de se
querer reger sobre os desejos de alguém? Por que o sexo tem de ser algo tão
demonizado ou transformado num tabu tamanho que muitas vezes até falar no
assunto se torna algo mais demoníaco que um homicídio? Se isso não é um
inferno, não sei o que é.
A estranha atmosfera que
há pouco passou a ingressar o ambiente agora parece tornar-se cada vez mais
densa, quase palpável. Não resta mais dúvida a Rômulo que algo diferenciado
passou a tomar conta do lugar, quase como se houvessem sido transportados a
outra dimensão. Ele se pergunta se seria efeito do uísque, mas a dose que
consumiu não deveria fazê-lo sentir-se daquela maneira. No quarto, o sexo entre
Rafael e Cristiane continua cada vez mais intenso e ela geme alto enquanto é
penetrada por ele, gritando palavrões que o marido sequer imaginou que ela
soubesse.
- E, já que estamos
falando de ética, códigos e tudo o mais, que tal falarmos de você também,
Rômulo?
- Hã? De mim?
- Certamente. Afinal,
você não chegou aqui disposto a perdoar sua mulher unicamente porque percebeu
que não seria conveniente afastá-la por ela ter se entregue a outros homens;
você está pensando também em si mesmo, em como não conseguiria viver sem a
companhia dela tanto quanto ela sem a sua... que é preferível consentir que ela
te faça de corno sempre que achar conveniente, já que, no fundo, traição, ao
menos no tocante à que ela pratica, não
existe e é apenas algo limitado ao físico. Mas existe algo mais além disso. Eu
me pergunto se você prefere falar sobre o assunto ou se quer que eu faça
isso...
- Não sei do que está
falando... que segredos eu poderia ter?
- De coisas que, pra
alguém como eu, não valem nada, mas que, pra um mortal, valem muito em face dos
códigos de ética, de pudor e religiosos de que falamos. Coisas que tornam
difícil pra alguém com um reputação, casado e disposto a manter uma aparência o
mais familiar possível e que tem um desejo oculto de se tornar mulher nas mãos
de um homem bem dotado, ainda que só ocasionalmente. – Rômulo se espanta.
Novamente, quase engasga com o uísque, e, ao ouvir a voz do estranho, agora
identificado como o diabo, que ele praticamente acredita ser quem é, ele treme
e coloca uma nova dose da bebida em seu copo.
- Eu já disse, não sei do
que está falando. Eu só amo minha mulher, só o que eu quero é que ela seja feliz
e ser feliz com ela... mesmo que isso signifique que esse sujeito ou mesmo
outros tenham que estar com ela uma vez ou outra...
- Mas isso não te
bastaria, não é? Você tem necessidade de saber como uma mulher se sente, pensa
em como seria estar no lugar dela, qual seria a sensação... ou não se lembra
daquela visita que fez ao sex shop quando tinha quinze anos e já namorava
Cristiane?
- Não! Digo... sim, eu
fui, mas...
- Você tinha que fazer
aquilo, não é? Tinha que sentir aquele cacete de borracha entrando pelo cu,
saber qual era a sensação e, então, descobriu que era melhor do que imaginava
que seria. Não conseguiu mais ficar sem depois disso e até hoje se pergunta por
que nunca mais encontrou aquele pinto preto de borracha que comprou no sex shop.
Bem, eu digo porque não conseguiu mais encontrar; sua mãe o achou, fazendo
limpeza no seu quarto. Ficou estarrecida no início, achou que o filho era
efeminado, mas, ao ver você com Cristiane com tanta frequência, achou que
talvez fosse uma brincadeira dos dois. E como seu pai estava sempre ocupado com
o trabalho e ela precisava de uma distração, acabou fazendo uso daquele
instrumento que você enfiou dentro do próprio rabo tantas vezes. O duro é que
isso acabou atiçando a curiosidade da sua velha e aí, qual a surpresa...
enquanto seu pai saía pra cuidar dos negócios da empresa, um dos funcionários
dele cuidava dela. Mas, pra ser corno, basta casar, assim como, pra morrer,
basta estar vivo... não é?
- Minha mãe... – com o
choque das revelações, Rômulo não nota Cristiane chegar à sala, trazendo Rafael
puxado pelo membro cavalar. Ambos riem e o visitante junta-se ás risadas dos
dois, enquanto a esposa masturba o amante, cujo falo logo se endurece novamente,
aos poucos, diante dos olhos estarrecidos do marido traído, que bebe o gole
final de seu copo.
- Pois é, papai
trabalhava pra comer e o empregado comia a mulher dele... quem via dona Vera
toda família, quase uma mãe, nem ia imaginar que vira e mexe ela tava de quatro
pro negão que trabalhava na empresa do marido. Mas a vida é assim mesmo, pra
que julgar se a gente pode gozar, diz ela, dando um beijo na cabeça do membro
de Rafael. É como no seu caso, mozão... tá aí, com água na boca por causa dessa
rola que fez pela sua mulher coisa que você nem podia sonhar em fazer, doido
pra ele te fazer de puta igual acabou de fazer comigo. Pra que se privar disso,
né? – Cristiane se ajoelha diante de Rafael e mama seu cacete uma vez mais,
deixando-o em riste, e então se ergue novamente, puxando o amante pelo membro
descomunal até o marido, que puxa do sofá e coloca de joelhos. Talvez pelo
efeito da bebida ou mesmo por não desejar fazê-lo ele não oferece resistência
alguma quando vê Rafael ereto a menos de um palmo de seu rosto e a esposa tira
sua roupa, deixando-o nu e desorientado diante da situação. Cristiane, então, o
pega pelo cabelo, de forma a mostrar domínio da situação, tendo o colosso de
Rafael na outra. O estranho observa de longe e sorri, sem esboçar qualquer
reação extravagante, deixando toda a diversão para a esposa adúltera e seu
amante:
- Acho que já sabe o que
fazer com isso, né, diz ela, guiando o pênis de Rafael até a boca do marido,
que não reage, exceto por estar boquiaberto de espanto, pois só havia limitado
suas fantasias a consolos artificiais e nunca havia experimentado um homem de
verdade, ainda mais um com aquele dote sobre-humano. Agora encontrava-se ali, à
mercê da vontade daquele que era soberano do desejo de sua mulher, que sorria
enquanto ela segurava seu membro e o levava à boca do marido traído, que naquele
momento era apenas uma mulher à disposição do homem que foi presenteado com o
desejo daquela com quem Rômulo se casou, visualizando não apenas o tempo
presente mas também o que seria de seu futuro, totalmente submisso à esposa e,
consequentemente, a seu amante e a qualquer outro homem que viesse a dividir a
cama com ela.
- Olha que putinha
safada, diz ela, enquanto o marido chupa o membro de Rafael, de forma cada vez
menos tímida. É mesmo uma bichona, ninguém é tão ruim de cama se não tiver
vocação pra servir uma pica de tudo que é jeito. Tá sentindo esse gostinho na
piroca do meu macho? É a boceta e o cuzinho da mulher com quem você casou, mas
que não é sua, porque você não é homem pra fazer ela ficar contente por ser
mulher. É por isso que de hoje em diante você paga as contas, mas o homem da
casa, que divide a cama comigo e usa meu corpo como quer é o dono dessa rola
que você chupa... e que agora vai comer a sua bunda!
Rafael toma Rômulo com
ambas as mãos e o coloca de quatro no chão, de frente para o sofá, onde
Cristiane se senta e posiciona sua vulva em frente de sua boca, levando-o a
suga-la. Como que por instinto, o marido cornudo passa a usar a língua,
passando-a por toda a extensão do sexo da mulher e sem estranhar o líquido que
escorre de dentro dela. Ao mesmo tempo sente o membro gigantesco de Rafael
batendo contra uma de suas nádegas, como se para avisá-lo da iminente
penetração ou mesmo ameaça-lo, considerando o estrago que pode causar.
- Gosta, né, vagabunda,
de saborear a porra do macho da sua mulher escorrendo de dentro dela? Tá
sentindo o pau dele no seu rego, pronto pra entrar rasgando nesse seu cu
virgem? – tão logo a esposa termina de falar, Rafael posiciona a cabeça do
membro no ânus do marido traído e o empurra para dentro, de forma vagarosa e
constante, deixando dúvida sobre se procurava prolongar o sofrimento do passivo
ou torna-lo o mais suportável possível. Cristiane puxa o cabelo do marido,
levando-o de encontro a sua vagina e abafando um gemido de dor, que a faz
sorrir e o leva a apertar suas coxas, que ele abraça, enquanto Rafael empurra
para dentro do reto o membro descomunal, que chega até a metade quando Rômulo
parece já não conseguir mais suportar a agonia da penetração. Quanto mais a dor
no reto parece aumentar, mais tanto Rafael como o visitante e a esposa adúltera
parecem se divertir com a situação. Logo o membro está completamente agasalhado
entre as nádegas do marido, que leva vários tapas em uma delas enquanto Rafael
começa os movimentos de entrada e saída, sentindo os testículos baterem contra
a bunda de Rômulo, segurando seus quadris e testemunhando as risadas de
Cristiane, que segura o cabelo do marido com mais força, puxando-o com a mesma
intensidade com que Rafael o penetra. A velocidade dos movimentos aumenta e o
marido morde o sofá, deixando visível o sofrimento, enquanto a esposa ri, faz
comentários, e o amante parece não se cansar.
- Vai, puta, mexe... tá
doendo, mas a gente sabe que você vai agradecer depois. A primeira vez é
difícil, mas a gente vai arrancar esse cabaço hoje. Agora você já é mulher e o
Rafinha vai te fazer feliz toda semana! – Finalmente, em meio aos gemidos
abafados de Rômulo, o visitante resolve quebrar o silêncio e, como se o
consolasse em meio à aflição do prazer, conversa com o marido traído:
- Entenda, Rômulo, você
está agora passando por um momento de aflição... mas isto nem de longe deve ser
visto como um castigo da vida ou uma demonstração do que o inferno reserva a você,
mesmo porque este lugar que você chama de mundo já é um inferno devidamente
administrado por vocês de forma que eu não poderia sequer sonhar em fazer. E um
marido humilhado perante sua esposa, transformado numa mulher pelo mesmo homem
que passa mais tempo na cama com ela que você nada mais é que uma metáfora da
existência, algo pelo qual todo homem passa por ter seu desejo, físico ou não,
entregue às mulheres, de quem acabam se tornando algo igual ou pior ao que
Rafael faz com você neste momento. Não há sequer uma alma viva que possa
apontar o dedo em seu rosto e acusa-lo do que quer que seja, pois são todos
amantes passivos com quem a vida faz o que quer que queira, tendo como álibi o
livre arbítrio que seria dado por um Deus que faz de mim a máscara que veste
para se tornar quem realmente é... e que faz do mundo uma metáfora do que é
feito de você agora. – Rômulo perde o ar enquanto Rafael estoca no interior de
seu reto, agora com velocidade reduzida.
- Putinha ficou sem ar,
foi, diz Cristiane, antes do marido lançar um último gemido, quase chorando.
Não chora, infeliz, você tá aqui pra isso. E era o que você tava querendo
mesmo...
- Já basta disso. Após
esse esclarecimento, que eu acredito ser útil a essa prostituta travestida de
homem, acho correto que eu conclua o que meu filho começou, mesmo como uma
forma de ser agradecido pelo esclarecimento prestado. – o estranho retira sua
roupa, deixando um membro pouco maior que o de Rafael e de uma ereção
assustadora aparecer. O amante sorri para Cristiane enquanto seu pai se
aproxima e permite que ela beije o membro e o sugue com avidez. Em seguida, ela
se levanta e Rafael se retira do reto de Rômulo, tomando o lugar de Cristiane
no sofá enquanto o outro visitante se posiciona atrás dele.
- Não... – por um
instante, Rômulo tenta resistir, mas Rafael o segura pela orelha, como que no
intuito de discipliná-lo, e ele, como se consciente de seu papel ali, leva o
membro do amante de sua esposa à boca, chupando-o apoiado nas coxas musculosas
do rapaz.
- Não devia ter se
manifestado dessa forma. É assim que demonstra seu agradecimento após a
sabedoria que lhe transmiti, negando a um visitante a única coisa que teria a
lhe oferecer? Ingrato! – Sem hesitar, o demônio empurra seu membro em direção
ao interior mais íntimo de Rômulo, que tem um grito abafado pelo membro de
Rafael, que chega quase até sua garganta. Cristiane leva as mãos à boca e tem
uma risada abafada enquanto os dois usufruem do corpo de seu marido da forma
como bem entendem, até que, subitamente, talvez pelo efeito da bebida, das
revelações da noite ou das consequências dela, o advogado desmaia.