Só a luz tênue do abajur
Mostrava a silhueta dela.
O cheiro exalado do seu corpo
Denunciava o frescor
Da sua pele após o banho.
Sua camisola transparente
Delineava seu belo corpo
Onde os fartos e rijos seios
Projetavam-se tentadores.
No seu caminhar macio
Tal gata angorá no tapete persa
Aproximou-se sorrateira
Do nosso leito de cetim.
A penumbra era conivente
E a música do silêncio denunciava
Minha ofegante respiração.
Num gesto de extrema sensualidade
Despiu-se da única peça que lhe cobria,
E maravilhosamente fêmea
Tornou-se minha erótica parceira.
Jogou o seu desejo no meu corpo
Espalhou o seu prazer em mim
Usando todos seus truques de mulher
Na sua entrega total e voluntariosa.
Nos gritos dos nossos orgasmos
Nosso amor varou a madrugada.