Saudades eu não tenho,
da chuva tão abundante
que de forma tão cruel
Tornou o encontro frustrante.
Mas não pense que de todo
A empreitada foi perdida,
Ali havia encontrado
O amor da minha vida.
Cada detalhe importava,
As marcas que o corpo trazia,
Eram só um argumento,
Pra o beijo que em breve viria.
Que beijo foi aquele!?
Que de forma tão encaixada,
Unia duas bocas,
De maneira apaixonada.
E em meio a tanto desejo,
A chuva que não parava.
Me faltava o poder
de fazer a chuva estancar,
E abrir todos os caminhos,
Pra o refúgio encontrar
E naquele mesmo dia
Inteiramente nos provar.
Os carros empilhados
Lá pelas bandas da Lapa
Travavam o nosso desejo,
traformava o encontro em saga.
E não há dia em que a chuva,
Não traga junto a lembrança,
E com ela, o gosto do beijo,
Que deixarei como herança.
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