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Erotico-->SOB AS BRUMAS DE SANTA PAULA -- 19/06/2002 - 20:13 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SOB AS BRUMAS DE SANTA PAULA

Desde que Antunes partira de Santa Paula aos doze anos para morar na cidade, poucas vezes voltou ao pequeno distrito. Nos primeiros anos ainda voltava amiúde, mas à medida que os anos transcorriam, as visitas tornavam-se esparsas. Antes retornava uma vez por mês, depois de três em três meses e finalmente passou a voltar uma ou duas vezes por ano. Com isso, ao se escoar os anos, os conhecidos se tornaram estranhos.
Na única data em que Antunes podia ser visto decerto em Santa Paula era na festa em homenagem a padroeira.; festa essa que se realizava todos os anos no último final de semana do mês de julho.
Não obstante aos quinze anos que partira de Santa Paula e ter se tornado um homem de 27 anos, estava ele mais vez presente aos dois dias de festejos. Muitas coisas haviam acontecido em sua vida nesses quinze anos.; contudo, não mudara muito fisicamente. Daquele menino magro, tênue e extremamente tímido pouco mudara. Seu rosto fino de nariz comprido, olhos negros e misteriosos ainda permaneciam o mesmo. Afora ter crescido, a única mudança foi que perdeu considerável parte da timidez. Talvez em vista disso nunca obtivera sucesso com as garotas e continuava solteiro.
Naquele 29 de julho Antunes partiu cedo com destino à Santa Paula. Guiava um Audi A3 preto. Fazia bastante frio e ele havia vestido a melhor roupa para impressionar os moradores daquele lugarejo. Havia muita neblina pelo caminho e quando chegou ao distrito a serração era tão densa que não se enxergava meio metro diante do nariz.
Ao correr do dia, as pessoas iam chegando e não havia quem não reparasse naquele rapaz tão elegantemente trajado. Podia-se asseverar que era o homem mais elegante daquela festa. E se havia um tipo de pessoa que mais reparava nele, certamente eram as mocinhas do lugar. Muitas delas eram crianças quando ele partiu. Não tinham a menor idéia que aquele rapaz chique fora outrora aquele moleque que ninguém reparava, que passa despercebido.
Em dado momento, por volta das dezoito horas, Antunes já fatigado de subir e descer as ruas resolveu sentar-se num dos bancos da praça para descansar. Naquele instante a neblina voltava a se formar densamente feito um véu branco. A noite caia lentamente. Não se enxergava muita coisa.
Ao longe, ouvia-se o som de um alto-falante tocar uma música sertaneja. A presença daquele nevoeiro negro e a canção fizeram com que aquele homem que tinha de quase tudo na vida se sentisse demasiadamente só. Absorto, ele procurava se lembrar dos momentos de alegria que vivera naquele lugarejo em sua infância. E quanto mais ele relembrava, tão mais só se sentia.
A súbitas seus pensamentos cessaram, a solidão foi esquecida e o som da música perdeu-se quando, meio que num passe de mágica, veio em sua direção, surgindo daquela neblina que parecia se condensar, uma jovem vestida de branco. Seus cabelos da cor do ouro e o rosto branco lembravam as ninfas da mitologia grega. Seus olhos castanhos de olhar penetrante, a boca rosada e os lábios cobertos com um batom meio que roxo davam um ar de enigma àquela jovem. Era como se ela estivesse sendo criada a partir da neblina. O vestido branco com detalhes em pérolas e a sandália alta e transparente a deixavam numa esbelteza admirável.
Lentamente e com passos firmes, com olhar fixo, ela foi caminhando em sua direção e sentou-se ao lado daquele rapaz triste e solitário. Antunes tão surpreso que ficou sem saber o que dizer e fazer. Paralisara-se ante tamanha beleza e formosura. Durante alguns segundos, aqueles pares de olhos se cruzaram. E então uma torrente de sensações e emoções passou diante de seus olhos feito um filme.
Tomando a iniciativa, uma das mãos dela escorregou até a dele e o silêncio foi quebrado.
-- Oi! – exclamou ela. Sua voz era doce e suave, capaz de provocar tamanho encanto que só poderia ser superado pelo canto das sereias. – Me chamo Marcela.
-- Oi! – respondeu ele meio que sem jeito, dominado pelo encanto da jovem. – Me chamo Antunes. Prazer em conhecê-la.
Destarte, começaram a conversar. Aos poucos Antunes ia se soltando e perdendo a inibição. A bem da verdade, à medida que o tempo ia passando, o encanto e o mistério daquela jovem exercia um domínio cada vez maior sobre ele.
Não tardou para que aqueles dois corpos fossem se aproximando um do outro a tal ponto que formaram um único vulto naquela noite escura. Quando aqueles doces lábios dela se tocaram aos dele, Antunes foi invadido por uma sensação de incapacidade, de perda de domínio sobre si mesmo. Seu corpo tremia de desejos lúbricos. E ao mesmo tempo em que era tomado por essas sensações, sentia-se culpado, feito um indivíduo temente a Deus que comente um pecado. Sentia-se impuro e não merecedor da felicidade que Deus lhe dera. Todavia, que culpa tinha ele de ser dominado por tais sensações? Nunca havia sentido tamanho enlevo e exaltação. Agora não era momento de ficar pensando no que era certo ou errado. Deveria tão somente, deixar-se seguir seus instintos.
Sentados ali, beijaram-se longamente e por diversas vezes. E a cada beijo, mais quentes e ardentes eram as chamas que ardiam em suas entranhas. Através da justa calça Jeans podia-se ver com clareza os contornos e o volume da masculinidade dele. Ele não sabia disso, porém aquela jovem, num olhar perdido, havia se dado conta disso. E a mesma chama que consumia aquele rapaz também fazia ela se arder feito uma herege na fogueira da inquisição. E se o corpo dele pedia desesperadamente o dela, o mesmo acontecia com ela. Marcela tinha sorte de sua excitação não ser tão visível quanto a dele. Do meio de suas entranhas porem, brotava um liquido viscoso e incolor que pouco a pouco ia umedecendo a sua mais íntima peça de roupa. E não era só isso.; seus pontudos seios haviam se tornado rijos, como se estivesse sob a ação direta do frio que fazia. Ela, porém, sabia que não era por causa disso. Conhecia perfeitamente aqueles sinais.
Sem que Antunes se apercebesse, suas mãos, como se tivessem vida própria, foram tateando o corpo dela até encontrar os contornos dos seios. E ali no banco da praça ele lhe apalpava as mamas. Assim que Marcela sentiu os toques, um frenesi percorreu-lhe o corpo de cima abaixo e ela desejou conhecer aquele homem mais intimamente. Não obstante, não queria parecer fácil e oferecida demais.; caso contrário, poderia ele inferir que ela fosse uma qualquer. Ele não percebeu, mas aqueles pômulos salientes se afoguearam e então empurrou as mãos dele para baixo.
Ele, por sua vez, não se deu por vencido e porfiou em seus propósitos. Voltou a tateá-la sobre o vestido branco. Ambos tinham ciência de que não havia viva alma perto o bastante para vê-los.
-- Vamos sair daqui e ir para um lugar onde podemos ficar mais à vontade? – ele indagou.
-- Vamos! Mas para onde? – quis ela saber.
-- Não sei! Eu não conheço nada por aqui – enunciou ele, levantando os ombros e as mãos. Antunes não se recordava mais dos esconderijos de Santa Paula.
Marcela parou para pensar um instante. Naquele horário e com aquela neblina toda, onde poderiam arrumar um lugar seguro para ficar as sós?
-- Só se formos até o campo de futebol – sugeriu ela sem encontrar outra opção.
-- Ah! É mesmo! Eu nem me lembrava mais dele.
Antunes se levantou e, pegando nas mãos dela, ajudou-a a se levantar. A seguir puxou-a contra si, e tascou um longo e ardente beijo nos quentes lábios.
Era por demais arriscado dirigirem-se juntos para o campo. Com medo de que fossem vistos juntos, por precaução, combinaram que iria um por vez. Assim que cruzassem a última casa do distrito ela o aguardaria e então terminariam o trajeto juntos.
Foi o que fizeram. Ela foi à frente. Ele aguardou por volta de um minuto e então foi atrás.
Enquanto o aguardava ficara imaginando quão carinhoso era aquele rapaz. Seu corpo tomado por uma inquietação indescritível e incontrolável a incutia a ter pensamentos que não condiziam com seus modos. Ela, porém, não era a única. Ele também. Enquanto enlevado descia a rua, ia maquinando em sua cabeça situações que poderia vivenciar as sós com aquela jovem no campo de futebol.
Quando se encontraram pela segunda vez, simplesmente um tomou o outro nos braços e deixaram que seus lábios se entendessem. Suas línguas rolaram em suas bocas feitas duas crianças brincando de se agarrarem e rolar no chão. Dessa vez ele não se satisfez. Tocou-lhe o busto, escorregou num malabarismo circense os dedos pelas bordas do vestido em direção aos arfantes seios. E, ao fazer isso, ele a puxou fortemente contra si premendo o corpo dela contra o seu como se quisesse mostrar o seu poder. E ela, de forma cálida, aceitou sua condição.
-- Vamos até o campo. É aqui perto – chamou ela em tom simplório.
-- Então vamos! – concordou ele, sem pestanejar.
E foram.
Já era noite escura. Além de toda a escuridão, ainda havia a densa neblina que os impossibilitavam de enxergar ao redor. Era uma loucura tudo aquilo. Há algum tempo que um forte poder os dominava. Dir-se-ia que não eram mais eles. Tanto um quanto o outro em sã consciência não se arriscariam se perder em um lugar tão afastado. Aliás, não era justamente isso que estavam procurando? Se afastarem ao máximo da civilização e em contato com a natureza deixar suas naturezas fluírem.
De início caminhavam unicamente de mãos dadas.; todavia, um poder imenso os puxava um contra o outro.; então ele a enlaçou pelos quadris e seguiram lado a lado feitos dois apaixonados. Vez a vez meneavam a cabeça e se beijavam.
Deixaram a rua e seguiram por uma trilha. A iluminação era insuficiente e mal enxergavam por onde pisavam. Pouco tempo depois, avistaram a lateral do campo.
-- Chegamos – disse ela.
-- Eh! Nem me lembrava mais dele – comentou sorrindo.
Andaram mais alguns metros em direção ao centro do campo. Mas, ao invés de parar no centro, seguiram até a outra extremidade e pararam quase na lateral. Alguns passos adiante havia um denso matagal.
Agora estavam realmente as sós, jamais alguém poderia imaginar que duas pessoas iam parar ali para se encontrar. Havia tantos outros lugares. Mas esse era justamente o objetivo deles. Não serem encontrados.
E naquele lugar sozinhos, num breu e sob uma densa bruma, foram inundados por uma força estranha, por um desejo de fazer parte da natureza. Um desejo de deixar seus corpos sentirem o doce frescor da grama úmida e sentir o calor e a maciez um do outro. E foi assim que sentaram no chão.
Com o braço em volta do pescoço dela, Antunes foi deitando-a serenamente por sobre a verdejante grama. E ele a deitou como se ela fosse as gotículas de neblina que vão vagamente se depositando nas folhas. Ela deitou sem se preocupar se o seu branco vestido ia ficar manchado, molhado ou amarrotado. Ela simplesmente parecia que hipnotizada e transformada uma marionete nas mãos daquele rapaz. Só que ele não havia percebido isso e assim puderam agir com mais naturalidade e espontaneidade. Tal qual ela, ele também estava sob uma força ímpar que o impedia de entrever diante do nariz.
Ao vê-la submissa estendida na relva, ele foi se rastejando para cima dela e principiou a beija-la nos lábios, na face, no pescoço e até nas bordas do vestido. Ela por sua vez, correspondia com deleite aos seus mimos. Poderiam ter ficado naquela posição por mais tempo, afinal de contas eles não estavam com pressa, mas seus corpos na ânsia de querer ir mais adiante, de querer correr atrás do novo, do desconhecido desejavam que fossem além.
Então ele se levantou, ficou de joelhos e retirou a camisa. Marcela contemplava passivamente o dorso desnudo dele. Era um corpo franzino, nada atlético, com poucos pelos. Felizmente ela não estava preocupada com isso.; queria toca-lo, senti-lo colado a sua tez e beija-lo. Antunes jogou a camisa para o lado sem se importar onde iria cair, e tateando vagarosamente, foi à procura dos botões da roupa dela.
-- São atrás – indicou ela, enquanto se levantava e voltava a ficar de pé.
Antunes fez o mesmo e se levantou. Esperou até que ela se virasse de costas. Assim que ela o fez, levou as duas mãos ao primeiro botão e o desprendeu.
Um a um os botões foram desabotoados. À medida que iam se desprendendo, as costas dela iam ficando descobertas. E ao ver isso, ele ia sendo consumido por uma sensação de felicidade e de grandeza. Não era mais como todos os outros homens.; agora possuía algo que nenhum deles conquistara. E isso o fazia sentir-se superior a eles.
Marcela, ao se dar conta que seu vestido se tornava mais frouxo, notara seu coração disparar mais, mais e mais... Apesar da temperatura baixa, sentia, na verdade, um calor intenso percorrer-lhe as veias. Vez a vez, seu corpo era sacudido por um calafrio. Tinha consciência que tudo aquilo era uma loucura, mas não possuía força suficiente e nem poder para interromper o destino que lhe aguardava. Acontecesse o que acontecesse, ela ia até o fim. Esse era o seu objetivo. Se ela não estava preocupada com o seu futuro e com sua reputação, ele é que não haveria de estar. Que se danasse o futuro e a reputação dela! Ambos não conjecturavam isso. Ela sabia que nada, nada ia impedi-la de ser desabrochada por aquele homem bonito, terno e donairoso. Ele também sabia que se ela perdesse aquela oportunidade ímpar, teria que se contentar com algum tosco, grosseiro e rude rapaz dali da vila.
Após desabotoar o último botão, Antunes com vagar, empurrou as mangas do vestido dela braços abaixo. Ao ver os ombros descobertos, não se conteve, abraçou-a fortemente por trás, beijou-os e os mordiscou suavemente. Ela pendeu a cabeça para o lado e colou o rosto ao dele. Aquele gesto tão suave e delicado o encheu de júbilo. Ah! Que sensação magnífica sentir a face dela colada a sua! Ainda assim, suas mãos escorreram para dentro do vestido e tocou os quadris dela. Elas, porém, não se sentiram repletas. Queriam avidamente explorar outras partes.; partes mais além e acima. Por isso foram de forma astuta subindo até encontrar os dois seios dela.
Debalde ele tentou conter a curiosidade, contudo foi em vão. Ao toca-los experimentou algo que nunca havia sentido. Foi como tocar a mais augusta e rara criação da natureza.; foi como tocar algo até então intocável.; foi como viajar no tempo e por mão nos seios de Eva. Nada, nada além do deleite se apossava de seu cérebro.
Marcela, também se percebia arrebatada. Experimentar o doce deslizar dos dedos dele em contato com sua delicada tez foi como sentir a mão do criador, um poder único e arrebatador. Uma sensação indizível. Seu frágil corpo tremulou, as pernas afrouxaram-se e os olhos anuviaram-se e ela achou que desfaleceria. Um frio cortante lhe brotou das entranhas e ela aspirou em desespero para que aquele homem findasse com sua agonia. Puxou as mangas e as fez deslizar braços afora. O vestido vergou ao meio e a parte superior pendeu para baixo. Agora a tez branca de seu tronco estava desnuda.
Antunes ainda a cingia por detrás, o que não o impossibilitou de resvalar os olhos nos ombros da menina e contemplar os dois cônicos seios. A brancura e a forma pontiaguda fizeram-no se recordar de uma flor que crescia no jardim de casa quando era criança. Sua mãe a denominava por Copo de Leite. Envolto por tais devaneios, apeteceu tocar com os lábios os delicados montes. Almejava sentir o aroma, o tato e o sabor de tão fina tez. Desprendeu-se, demoveu-se por alguns instantes e parou diante dela. Por um curto espaço de tempo, eles se entreolharam.; mas como que pesados, os olhos penderam até fitar os pontudos seios. Assim teve uma visão mais clara da beleza e formou mentalmente a figura deles. Gravou consistentemente aquela imagem em seu cérebro feito uma marca indelével, uma marca que poderia ser reproduzida décadas depois com precisão computadorizada.
Ela se lisonjeou ao perceber que ele a contemplava com deslumbramento. O coração acelerado fazia com que os seios arfassem, o que provocava uma enorme quentura. Quentura essa que lhe arrancava mais e mais desejos por aquele homem. O tempo transcorria lento. Até o coaxar de um sapo bem próximo, o chilrar de pássaros a distância parecia movimentar-se em câmera lenta. Em oposição, o pequeno coração dela aumentou os batimentos quando Antunes levou as mãos às duas formas cônicas e vagarosamente achegou os semicerrados lábios num dos mamilos dela. Pouco antes de toca-lo, os lábios dele se abriram, foram envolvendo o bico do seio tal qual um bebê faminto e premeram a pontinha tão sensível. Os seios dela enrijeceram mais e mais. Dir-se-ia que se tornaram tão rijos feito pedras do mais puro diamante. O cérebro meio que embevecido, narcotizado e confuso jogou nos trilhos sanguíneos grande quantidade de adrenalina. E foi aí que ela experimentou uma incógnita sensação. Cerrou os olhos, contraiu fortemente os lábios, forçou os lábios dele contra seus seios, balbuciou algo inaudível e dum instante a outro, tomada por um desespero, a tensão deu lugar a uma sensação de paz, de contentamento. As pernas pareciam que ia faltar-lhe as forças. Teve o seu primeiro momento deleitoso.
Antunes notou que ela experimentara algo arrebatante. Sorte sua que ela não se fartara. No fundo ela não queria experimentar somente uma única vez o acme, desejava com avidez ir até o fim. Havia tomado aquela resolução e nada seria capaz de persuadi-la do contrário. Foi por isso que mais que rapidamente se desprendeu do vestido. Agora apenas uma calcinha branca e quase transparente lhe cobria as partes pudicas.; uma calcinha tão minúscula que parecia mais que ela havia furtado de uma de suas bonecas. Ele, em toda sua existência, jamais vira tanta beleza num único ser. Sentiu-se o homem mais feliz do mundo.
Aquela menina que dava ares de ser por demais ingênua e pura, agora se denotava uma mulher decidida e ousada. Após estender o vestido na grama, voltou ela até o parceiro e lhe foi desabotoando a calça. Primeiro desprendeu o cinto, em seguida descerrou o botão e finalmente empurrou o zíper da braguilha para baixo. A calça afrouxou-se. Num gesto de delicadeza, ela arriou a calça dele bem devagar. Ele á ajudou e em poucos segundos a calça estava livre nas mãos dela. Da mesma forma que fizera com o vestido, estendeu-a por sobre a orvalhada grama verdemusgo. Após estender a calça, Marcela volveu de volta para ele e contemplou admirada a protuberância por baixo da peça intima dele. Não que fosse algo espesso e longo. Não, nada disso. A bem da verdade, Antunes amiúde sentia-se inferiorizado diante de outros homens por causa do tamanho de sua masculinidade. Achava que as dimensões não eram suficientes para corresponder às aspirações das parceiras. Debalde, ele tentava se convencer de que o tamanho não era documento, mas bem no fundo de sua alma, sabia que a coisa não era bem assim. Para alguns, o volume da virilidade masculina era um detalhe considerável. Naquele momento, porém, ele não estava preocupado com essas minudências. Sentia-se sim um pouco acanhado por estar se expondo tão intimamente diante de uma jovem desconhecida.
Parada diante dele, Marcela agachou e, com as mãos trêmulas, expôs toda a masculinidade daquele rapaz. Ao ter diante de seus negros olhos o cetro nervoso, teso e reluzente, ficou encantada e encabulada. Então era aquilo que semeava a semente da vida no fértil terreno feminino? Então era aquilo que as mulheres tanto ansiavam? Ela principiou a fazer cogitações e uma enxurrada de dúvidas brotou em sua mente. Nunca fora tomado por tamanha curiosidade. Tal qual uma criança pequena que pega um objeto pela primeira vez, segurou-o candidamente e passou a examina-lo. Viu o quanto era rígido, imponente e poderoso. Tocou os contornos e movimentou a mão num vai-e-vem. Examinou outras partes e teve outras impressões.
Ao sentir-lhe o tato, Antunes perdeu o pouco que restava da razão. Ardia em desejos voluptuosos. Almejou que ela, naquela posição, achegasse os lábios e ocultasse seu falo. De maneira infeliz ela não o fez. E ele não quis rogar-lhe algo que quiçá não estivesse apta a executar.
Não querendo que a última peça de roupa viesse a lhe estorvar, acabou por empurra-la até se desprender. Atirou-a a esmo na direção da calça que jazia estendida sobre o gramado. Tal qual se desprendera de sua mãe, agora só lhe restava despir a parceira de todo. Tirar-lhe a calcinha branca.
Foi o que fez.
Silentemente abaixou-se diante dela e admirou com olhos perscrutadores e flamejantes a inefável beleza do corpo da jovem. O arroubado coração atulhou-se de júbilo e sentimentos transbordaram. Sentimentos que fluíram até os confins de seus membros incitando-o a agarrar os traços da calcinha e faze-la deslizar em direção ao chão.
Marcela abrasou-se. As maças do rosto tornaram-se rosadas e salientes. Dir-se-ia uma situação constrangedora, não fosse o querer arrebatante de unir-se a Antunes num corpo só. Todavia facilitou-lhe a retirada da pequenina peça de roupa. De posse da calcinha, ele a pôs de comprido, ergueu-a no ar, a estudou por alguns instantes e a lançou contra o vestido estendido sobre a grama.
Volveu. À sua frente, o ébano triângulo era agora o alvo de suas atenções. No seu interir via-se dois grandes e imponentes lábios desunidos por uma reta fenda. Via-se com clareza que daquela fenda, feito uma rachadura numa tubulação, minava um liquido incolor e viscoso, que umedecia toda aquela vegetação tornando-a mais viçosa, tal qual a grama molhada do campo. E ao se formar esta imagem em seu cérebro, foi possuído por um único anseio: provar o sabor do líquido incolor. Agachou-se proximamente diante dela, segurou-se no quadril daquele dorso escultural e conduziu os sedentos lábios à suave fenda.
A muito custo conseguiu uni-los. Munida de uma força esplendida, a pontuda e áspera língua dele abriu passagem por entre seus lábios e, tal qual uma cunha, fendeu a vulva. Grande volume de plasma deslizou através dos poros da nervosa língua dele. Então ele sentiu o querente gosto e sua língua se tornou um tanto mais inquieta. Movimentava-se desordenadamente em todas as direções.
A posição em que estava era desconfortante e Marcela tomou consciência disso. Assim sugeriu:
-- Vamos deitar na grama.
Ele cessou as carícias.
- Mas deve estar gelada – ele conjeturou.
- E quem está preocupado com isso – asseverou. Ela sentou-se por sobre a relva verdemusgo. – Aí!... Está gelada mesmo!
- Espere! Deixe-me forrar com a camisa. – Antunes se ergueu, catou a camisa e a esparramou atrás dela.
Marcela amparou-se com o braço direito, e, usando-o como suporte, envergou-o para que seu dorso pendesse para trás. Serenamente deitou-se. Seu corpo estendeu-se por sobre a camisa e ela, como que instasse que ele prosseguisse, dobrou os joelhos e desuniu as pernas. Ao faze-lo, os grandes lábios súplices descerram. E ele pode ver com olhos arroubados o quanto eles eram rosados e enigmáticos. Assim que seu cérebro pode discernir as informações fotografadas, salivou feito um cão faminto. Ajoelhou-se entre os dois ângulos formados pelas pernas dela e descaiu a parte dianteira do tronco até que seus lábios encontraram os lábios sorridentes da vulva.
Por alguns minutos ele beijou, mordiscou, perpassou a inquieta língua e sorveu o liquido incolor. Ela por sua vez torcia e retorcia a parte dianteira do tronco de um lado para outro, meneava a cabeça como se estivesse num agitado sonho, apertava e pungia os seios com as próprias mãos e tartamudeava sons muitas vezes incompreensíveis. Via-se quão elevado era o seu deleite. Afirmar-se-ia indubitavelmente que se ele não interrompesse as pungentes carícias, ela atingiria o ápice imediatamente.
Mas quiçá ele fosse experiente o bastante para saber quando parar. Interrompeu os movimentos linguais e ergueu a cabeça atirando seu olhar aos olhos dela. Viu-a em arroubos. Então seus olhos, tal qual fachos de luz, descaíram até mirarem os pontudos seios brancos. Aos modos de um bebê, foi engatinhando para cima e por entre as pernas apartadas até os seios. Ela inteligentemente deduziu o que ele estava por fazer e removeu as mãos oferecendo-os. Escravo de seus devaneios, ele os aceitou e feito um jovem cão brincalhão, deliciou-se.
Durante todo o tempo ela o envolveu com os braços. Ora um o envolvia a cabeça e outro o pescoço, ora um envolvia o tronco e outro o pescoço, ora de um jeito ora de outro.; sempre o premiando contra seus seios como se quisesse que ele os devorasse.
Em dado momento, quando o corpo dele pendeu um pouco para frente e o teso falo tocou meio que invicto os dois grandes lábios, ela num gesto inesperado, levou as mãos às nádegas dele e o inclinou para si. Sem como se opor e medir as consequências, deixou seu corpo pender gentilmente para baixo.
No interior da carteira no bolso traseiro da calça devia haver um par de camisinhas. Isso se já não as usara em outro ensejo. Contudo, não houve tempo. A lembrança delas só veio-lhe a memória ao sentir sua virilidade escorregar pelo úmido e restrito orifício no meio das pernas dela e seu púbis chocar-se contra os dela. Agora era um pouco tarde, Marcela o havia introduzido em si sem medo ou receio, até de forma corajosa. Como se não titubeasse, se soubesse com convicção o que queria.
Antunes não fez conjecturas acerca da virgindade dela. Foi um erro, porque teria tido oportunidade de deleitar-se por mais tempo e com mais requinte. Em conseqüência disso, não teve a chance ímpar de vê-la semicerrar os olhos e contrair os músculos da face numa expressão passageira de dor e prazer. Aconteceu no instante em que o frágil hímen era estilhaçado. Foi uma dor seguida dum prazer intenso. Tão intenso que ela passou a soltar grunhidos e a movimentar freneticamente os quadris como se almejasse acompanhar os movimentos pélvicos dele. Ao fazer isso, ela lhe instigou mais e mais o enlevante desejo. Fez com que aquele rapaz, como que possuído por um poder avassalador, violentamente arremessasse os quadris para cima e os puxasse de volta incontáveis vezes.
Envolta pelas brumas do êxtase, sentindo o ápice fluir em seu corpo, Marcela cravou as unhas nas costas dele, amarfanhou o corpo dele contra o seu e soltou um grito agonizante de prazer. Foi um grito desesperado, tão alto que pode ser ouvido nas ruas de Santa Paula. Um grito que parecia preso na garganta daquela jovem por décadas.
Nunca em toda sua existência Antunes havia escutado um som de alívio tão agonizante quanto aquele. E ao penetrar em seus ouvidos, aquele som teve o efeito de uma válvula. Válvula essa que ao ser aberta provocou um colapso no seu dominado cérebro e jorrou uma torrente de emoções que culminaram num êxtase indizivelmente majestoso. Mais majestoso ainda por estarem eles enrolados numa bruma misteriosa e densa, deitados num tapete verdemusgo ao ar livre.; em tão puro contato com a natureza. Ele nunca havia experimentado tamanha sensação e talvez nunca experimentaria outra. Isso transformou aquele momento mágico num momento ímpar. Tão impar que ele não quis que aquilo acabasse.
Ainda sentia seu corpo ofegar. Apesar do frio, o suor corria-lhe pelo corpo quando ela num movimento inesperado e rápido empurrou-o para o lado e se levantou. Sentiu em suas costas o quão úmido e gelado estava o gramado. Rapidamente sentou e se arrastou para cima da estendida camisa. Então a ouviu dizer:
-- Tem um riachozinho que passa do outro lado, perto daquela trave. Vou lá me lavar. – Marcela ficou de pé e caminhou.
Antunes a contemplou pela derradeira vez. Pouco a pouco ela foi desaparecendo na bruma. Ainda ouviu os passos dela por mais alguns instantes até que tudo ficou silencioso. Pensou em acompanha-la, mas decidiu aguarda-la chegar de volta. Estava muito frio e não queria se lavar. Afinal que havia recebido as sementes da vida era ela e não ele. Enquanto a aguardava, resolveu vestir a roupa. Vez ou outra um calafrio percorria-lhe o corpo enrijecendo seus pelos ainda mais. Trocou-se e aguardou.
Os minutos passaram e nada dela retornar.
Cerca de quinze minutos depois, Antunes por demais impaciente decidiu ir atrás de Marcela. Chegou a beira do riacho e não encontrou o menor vestígio da jovem. Voltou ao gramado, pegou as roupas dela e retornou ao centro de Santa Paula. Uma torrente de interrogações pairava sobre sua cabeça. O que teria acontecido com ela? Por quê ela desaparecera sem dizer nada? Como saíra por aí desnuda? Essas e tantas outras indagações passavam por sua cabeça.
Guardou as roupas dela no seu carro e foi procurar alguém que pudesse lhe dar notícias de Marcela. Indagou um e outro. Até que alguém lhe fez a revelação mais incrível que poderia ouvir:
-- Essa menina, que você está falando, já morreu faz alguns anos. Foi enterrada de branco para representar a pureza dela. Nunca foi tocada por homem algum. Seus pais eram muito rígidos. – contou o homem.
-- Mas como ela morreu?
-- Morreu de amor. Estava enrabichada por um rapaz que não era boa praça. Para preservar a pureza da filha os pais trancaram a menina em casa. Aí ela foi ficando cada vez mais triste até que certo dia amanheceu morta.
-- Que história mais triste.
-- É verdade. Dizem as más línguas que ela chegou a ser deflorada pelo rapaz. Mas isso nunca chegou a ser confirmado. No fundo, isso deve ter sido só boato mesmo. Mas que mal lhe pergunte, por que o senhor está tão interessado nesse assunto?
-- Não, nada demais. Foi porque ouvi duas senhoras conversando essa história e fiquei curioso. Como não sou daqui, fiquei com vergonha de pergunta-las.; então resolvi perguntar a outra pessoa. – respondeu ele. Antunes estava cadavérico e pasmado. Dir-se-ia que acabara de ver um fantasma. Ainda bem que o homem havia bebido o suficiente para não conseguir prestar atenção em muita coisa. “Meu Deus! Que coisa mais Louca!... Eu transei com um fantasma!?... Por isso ela parecia tão misteriosa... Mas porque foi escolher logo eu?...” pensou ele.
Tantas e tantas outras dúvidas surgiram em seu pensar. Antunes se tornou estranho. Começou a investigar o passado da jovem Marcela. Vinha todo fim de semana à Santa Paula e, a cada vinda, fazia nova descoberta. Mostrou as vestes a alguns moradores mais antigos e estes afirmaram que realmente eram dela. O boato se espalhou pelo lugarejo e a certeza foi mais surpreendente ainda.
A pedido dos pais, foi feita a exumação do cadáver. E ao se abrir o caixão que ainda permanecia intacto, encontraram Marcela sem o menor estado de decomposição. Ao invés de estar usando o vestido como mortalha, estava inteiramente nua. Todavia, uma única coisa chamou atenção dos presentes: algum tipo de liquido incolor escorrera de suas entranhas e ressecara nas proximidades dos grandes lábios pubianos.

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