Ao aproximar-me dela, algo especial acontece dentro de mim. Seus lábios carnudos abrindo-se num doce sorriso, parece denunciarem o desejo de tocar os meus. Sua cútis macia, arrepiando-se como em um dia de forte inverno, parece expressar sensação correspondente à minha. Ao tocar sua delicada mãozinha, sinto percorrer minhas artérias, até os mais finos capilares, algo que eu poderia denominar o fluido da felicidade. A energia que se me transmite, como forte ímã, me mantém ligado a ela, como se, atado, fosse-me impossível dela desprender. A vontade é permanecer inerte a desfrutar os indescritíveis efeitos daquele contato. Ao passar aqueles momentos, depois de nos despedirmos fica aquela sensibilidade aguçada, que me leva a sentir o fluxo sangüíneo pelos corpo inteiro. Cuido para que tudo se repita muitas vezes, o que mais almejo. Mas a vontade é ir além. Oportunamente, acontece. Com o contato daqueles lábios ardentes, meu corpo, qual metal supercondutor, fica todo aquecido, aguçando-se sobremodo a libido, que pede mais e mais. Outras vezes, esse segundo estágio se repete docemente. Chega o dia. Ah, aquele dia! Enfim sós, longe dos olhares alheios. É a vez de nos tornarmos uma só carne, momento em que os corpos se agitam, as ordens dos corações, ou melhor, dos cérebros, são obedecidas pelo sangue, que converge com mais força para os devidos lugares, abastecendo os órgãos indicados a entrar em ação. Carícias e mais carícias preparam o campo. Cada curva de seu corpinho é um motivo a mais para me sentir nas nuvens, ou melhor, no céu. Chega o clímax. Alguma coisa como um fluido ao mesmo tempo excitante e relaxante percorre a coluna e invade o corpo inteiro. É um momento extasiante, em que parece não haver mais nada além de nós dois. Ela se contorce, me aperta com força, solta gemidos, morde-me como se quisesse me devorar, os corações batem mais aceleradamente, e, finalmente, uma explosão de prazer, indescritível a sensação daquele fenômeno, que se convencionou chamar orgasmo.
O Sexólatra
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