Pelo modo como entrou no quarto, soube que seu objetivo fora plenamente alcançado. Quase começou a rir ao imaginar a cena.; ele chegou em casa e assim que tirou o casaco e foi banhar-se, ela vasculhou todos os bolsos até encontrar a folha dobrada com a declaração de amor dedicado ao amado. Foi um esforço conter o riso. Pobre infeliz. Ela deve ter ido até o banheiro e perguntado porque daquela declaração de amor que havia encontrara no bolso . Ele todo molhado e nú, deve ter dito que não sabia do que se tratava, e
que ela deixasse de ser tão ciumenta, o tempo de ser já ia longe, não havia motivo para que tivesse crises de ciúmes, não agora. Então ele saiu, alegando uma desculpa qualquer. E aqui estava ele, pronto para mata-la, coberto de raiva e indignação. Mas ela sabia o que fazer para te-lo a seus pés. Ela conhecia bem o seu homem. Colocou o perfume que sabia que ele não resistiria. Tomou banho e o esperou nua. Se ele ainda fosse o mesmo, e tão previsível, não resistiria . Não ele. Muito menos ele. O seu homem. Era a sua vida que estava em jogo. Mas seria o máximo morrer de amor. O MÁXIMO.
Ela sabe que se ele fizesse amor e atingisse o orgasmo com a outra, as palavras escapariam todas, e certamente seu nome seria proferido, não uma, mas varias vezes, até o último grito de frenesi incontrolável,
até o instante em que nada mais tem importância
na vida, só o prazer partilhado a dois. Ela sabia
que a relação deles não era a do tipo tradicional, papai
mamãe.
Certa e confiante no seu intento, fingiu que
dormia e o resultado foi imediato. Ele caiu na
armadilha preparada.
Ante a aquela visão sedutora, deixou o rancor de
lado e percorreu com o olhar toda a nudez que lhe
era exibida e oferecida. Como sempre acontecia,
deixava-se dominar pelo desejo, pensava com
cabeça errada, aquela que não raciocinava.
Aproximou-se da cama sem perceber como fizera e
nem que porque, tocou de leve a coxa lisa e roliça,
foi subindo até onde as duas se encontravam,
deteve-se por um breve segundo, não fora para isto
que tinha vindo ate ali.Buscou algum resquício da
raiva que antes comandava seus pensamentos e atos,
não a encontrou. Outro sentimento agora lhe
consumia. E este ele não resistiria. Aquele cheiro
tão dela,cheiro de sexo, de prazer, dominava e
dificultava a conclusão premeditada. Era só apertar
o delicado pescoço até o último suspiro e pronto,
estaria vingado.Mas ela gemia, sonhava talvez,mesmo
indefesa parecia que uma força a dominava, que
convidava, que clamava por um contato seu, por
beijo que só ele sabia dar, por um prazer que
só eles podiam sentir.