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Erotico-->Quando toquei em suas mãos pela primeira vez -- 03/10/2002 - 16:58 (Janete Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando toquei em sua mão pela primeira vez

Eles tudo fizeram para nos conhecermos. É sempre assim. Os amigos ficam tentando o tempo todo nos apresentar aos que já conhecem, achando que não sobreviveríamos sem novos contatos. Eu sempre fui muito tímida para essas coisas, mas não pude recusar a proposta tentadora. Falaram tanto de você que não resisti em conhecer alguém tão endeusado como você. Certamente as outras _ e os outros inclusive _ quereriam também a oportunidade que tive. Afinal de contas não é todo dia que podemos estar diante de um ser tão requisitado como você. Você é realmente fascinante, penso mesmo que tenha sido uma das melhores coisas que me aconteceu, haja vista o tempo que nossa relação tem durado e vem se alargando mais e mais. Nossos momentos íntimos que o digam!. Nosso primeiro encontro, no entanto, poderia ter sido menos traumático se eu não fosse tão medrosa, tão inibida, tão, tão... tão covarde. Sei que preciso aprender a me soltar mais, a me liberar mais. Mas, você sabe! Não é fácil! São anos de construção fobialógicas que não podem ser desconstruídos da noite para o dia.

Hoje revivi em sonhos, ou em pesadelos, o dia D. Você, ali, plácido, viril, ao mesmo tempo austero e quase estático, a me sondar. Tive a impressão de que você menosprezava meu corpo, meu olhar, mas por outro lado queria decodificar meu cérebro, testá-lo, sei lá. Entendi desde então que você não era o tipo fissurado em peitos ou ancas. Você queria alguém com uma mente brilhante para ousar decifrá-lo, desvendar seus mistérios, conhecê-lo a fundo e com você se envolver fugaz ou eternamente, enquanto pudessem se agüentar. Deixaram-nos a sós. Quase entro em desespero quando tive de tocar suas mãos. Mas consegui. Peguei em sua mão esquerda _ a minha, direita, trêmula_ e a acariciei com delicadeza até que me vi balançando-a timidamente... quando, de repente, na ansiedade, apertei-a com tal frenesi e joguei debilmente um de meus braços sobre seu colo cheio de nódulos que brequei você, PC* maneta.



Janete Santos


* PC = Computador



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