Fazia alguma tempo que tínhamos chegado ao local. Um quarto acolhedor. Clima agradável. Luz de penumbra. Estávamos quietos. Entre sonolentos e ligeiramente acordados. Abraçados. Enrolados. Estávamos despidos. Minhas coxas por entre suas coxas. O contraste de minha pele morena, queimada do sol, com sua pele clara, macia, aveludada e de curvas atraentes. Eu estava do lado direito da cama. Deitado de lado sobre o braço direito. Ela de encontro ao meu corpo. Na mesma posição. Sua perna direita por cima de meu lado esquerdo. Sentia o calor de sua genitália sobre o meu corpo. Meu braço esquerdo por sobre o seu corpo, alisava, de vez em quando, seus cabelos aloirados. Beijávamos de tempo em tempo. Um beijo silencioso e tremido. Um selinho demorado. Um sorriso. Rápido e silencioso. Vez por outra pequenos movimentos para acomodar os corpos. Permanecíamos calados. Falávamos com as mãos. Carícias. Apertos. O roteiro pelo caminho de suas curvas sinuosas de seu belo corpo. Amávamos. Não tínhamos pressa. Curtíamos o prazer de estar juntos. Deitados. Enrolados. Dorminhocos. Desligados. Quase suados. Ligeiramente apaixonados. Emocionados. Sim, era a primeira vez que assim ficávamos. Sem pressa para o término. Para o fim. Apenas ficávamos. Suas mãos pegavam o meu pênis. Suavemente. E o soltava. E sua mãos iam em direção de outras partes de meu corpo. Isto me fazia bem. Uma delícia. E eu corria as mãos por suas costas. Até encontrar suas nádegas. Desde a subida daquela montanha de carne e de prazer. Bem repartida. Bem dosada. Bem arredondada. Bem não sei o quê. Bonita. Ela era bonita. Toda bonita. E muito carinhosa. Meiga. Adormecemos. E não me lembro de mais nada. Amanhecemos molhados e suados. Em meio aos lençóis desenrolados e amassados. E nossas roupas ainda estavam no chão do quarto. Nos esperando. Também estavam abraçadas. Enroladas. Imitando-nos. Foi assim que, devagar e aos pouquinhos acordamos. Com uma pequeno facho de luz vinda do sol que conseguiu penetrar pela janela para bisbilhotar. Deixamos o sol entrar. Não fizemos questão de sua presença. E fomos para o banheiro. Abraçados. Tomamos a nossa ducha e acordamos de verdade. Vestimos nossas roupas. Sorrimos. Calados. Apaixonados. E fomos ver o dia. Estava brilhante. Azul. Com nuvens brancas, de mãos dadas, passeando no céu. Nos despedimos. Ela foi para sua casa. E eu segui para a minha. Pensando nela. Amanhã vou telefonar. Agora me lembro. Nada conversamos. Nem marcamos o novo encontro. De tão bom que foi.