A maçã de vermelho fogo
Pulsa por entre meus dedos
Perdida em segredos
Que se entregam a meus afagos
E falam a meus sentidos ...
Seu ventre queima
E por entre
O hálito e o fogo
Um mar explode.
Meus lábios
Se perdem em seu desejo.
Meus sonhos singram
Pelo horizonte perfeito
De sua silhueta.
Sinto a maçã em minhas mãos:
Signo do que nos aflora
E transborda na ânsia desta hora.
A fruta esfinge do pecado,
Levemente ferida pelas incisais vorazes,
Revela a cumplicidade do ato
E guarda mais do que o relato
Das palavras cegamente incapazes.
Esta noite
Não sou mais eu:
Não mais me pertenço...
Agora sou você,
Sou seu mundo,
Algo que se resvala no tempo
E perde-se no infinito.