Após muitas horas de conversas, promessas e súplicas, consegui levá-la até aquele quarto. Era um quarto de pensão, modesto, com apenas uma cama e um guarda roupa antigos, mas com um balcão enorme que dava para uma rua bastante movimentada.
Chovia. Era uma chuva fina que com certeza bateria fundo na minha alma, se ela não estivesse comigo, se ela não tivesse aceitado continuar a nossa conversa naquela pensão. No almoço tínhamos bebido um bom vinho e, depois de muitas palavras e frases repetidas até o cansaço, depois de muitos cafés e olhares indefinidos, estávamos prontos para enfrentar a tudo e a todos. Principalmente para enfrentar-nos a nós mesmos, olhando-nos nos olhos, reinventando o carinho e o amor.
Camila resistia ainda quando entramos na pequena habitação. Nós dois sabíamos o real motivo de estar ali, mas ela simulava que era só para conversar, para ficar mais à vontade, longe dos olhares indiscretos. Era o momento de decisão, o instante crítico, as coisas aconteceriam naquele preciso segundo ou nunca mais. Por isso empurrei a garota, fazendo com que caísse na cama. Sem esperar sua reação caí sobre ela. Sua resistência, a força que fazia com os braços, com as pernas, somente redobrava a minha intenção de possuir aquela menina-mulher . Com muita paciência e determinação, libertei-a da sua calcinha, soltando-a de uma de suas pernas e deixando-a pendurada no tornozelo direito.
___ Por favor, não!- suplicava e eu continuava, insensível ao seu pedido, sem escutar sua súplica. Camila estava usando meias pretas que chegavam até a metade das coxas. Aquilo me enlouquecia: de sapatos, meias pretas, a calcinha presa no tornozelo, a saia escura, a blusa entreaberta revelando o busto generoso, era para enlouquecer totalmente. Logrei, sem soltá-la, sem deixar que fugisse do peso do meu corpo, baixar minhas calças e minha cueca, empurrando tudo para além dos meus joelhos.
___ Não! - quase gritava Camila, porém sua boca se mexia como esperando o beijo. Beijei com fúria, imprimindo força e desejo naquele beijo magnífico, que parecia selar um pacto não declarado. Aquela veemência toda transformou-se em um gesto de puro carinho.
Estava subjugada, presa sob meu corpo inquieto. Com minhas pernas busquei o espaço, procurei meu rumo, meu norte.
___ Não!- gemia ela e suas pernas se separavam pressionadas pelas minhas. Ela abria-se incapaz de resistir ao meu ataque. Corpo e alma me recebiam. Sabíamos que aquilo era inevitável. Rápido e preciso encontrei o caminho e já não me detive.
___ Pára, por favor, me deixa!- soluçava ela, enquanto eu já chegava na sua região mais sensível, úmida e quente. A gruta maravilhosa.
Penetrei devagar, saboreando o mágico instante, desfrutando da tensão, rompendo a resistência, sem preocupar-me com os gritinhos de dor que ela emitia. Aquilo tudo aumentava meu desejo. Estava dentro, enterrado na sua carne, cravado no âmago da sua sensualidade. Tinha cravado ali minha bandeira e ela continuava negando o que já não podia ser negado. Negava e abria-se mais, desejando que eu fosse até o fim e desse, definitivamente, sentido a todas as coisas. Lentamente, como se quisesse eternizar aquela cena, comecei a mexer-me, saindo e entrando com deliberada lentidão, provocando na garota suspiros e fazendo com que pronunciasse frases sem sentido. Ela já não resistia, mexia sua cabeça de um lado para o outro, fustigando meu rosto com sua cabeleira. Sem deter meu vaivém, procurei a carne morna entre tanta roupa. Abri a sua blusa, baixei seu sutiã, soltei suas pequenas montanhas que pularam ao encontro da minha boca. Beijei com paixão, quase com devoção. Demorei-me especialmente nos bicos, mordendo insistentemente, provocando nela um movimento para cima, levantando o torso, enquanto eu aproveitava para cravar-me mais, arrancando de seus lábios gemidos que, com certeza, poderiam ser ouvidos do outro lado da porta e até na rua barulhenta.
Camila entregava-se por inteiro. Parecia furiosa, sacudindo a cabeça, falando coisas que eu não lograva, nem queria, entender. A saia estava na cintura, uma meia tinha deslizado até a panturrilha, a outra permanecia firme no seu lugar, apesar de todo aquele delicioso atrito. Suas pernas eram bronzeadas e torneadas, perfeitas, e me recebiam sem reservas, separando-se cada vez mais, para facilitar a penetração. Era como se ela tivesse ensaiado mil vezes aqueles movimentos que sincronizavam perfeitamente com os meus.
___ Vem! Vai!- falava, repentinamente livre de todas as travas mentais- Me dá tudo, tudo!
E eu dava tudo.; meu sexo, meu corpo, meus anelos mais profundo, o melhor de mim. Penetrava-a sem piedade, percebendo que ela desejava toda minha energia, toda minha força.
Alivie um pouco o peso sobre ela, apoiando-me com as duas mãos sobre o colchão. Disse para ela se mexer, procurando o prazer. Obediente, Camila iniciou um movimento intuitivo, devorando meu sexo, buscando com determinação um prazer que ainda não conhecia, mas imaginava ser sublime. Abria-se até seu limite máximo, levantando as pernas, mexendo ritmicamente, levando-me num instante até o mais alto da montanha, derrubando-me no segundo seguinte num abismo que parecia não ter fim.
___ Quero mais!- gemia ela. Com renovadas forças inicie um vaivém enlouquecido, entrando e saindo, rapidamente. Camila já não falava. Gritava, ria ou chorava?
Senti meu corpo vibrando intensamente, com todas as partículas do meu ser entrando em convulsão. Ela abraçou-me com suas pernas, com seu sexo ardente, com seus braços carinhosos e deixou que me derramasse dentro, sussurrando “sim, sim, sim meu amor!”.
Muito tempo depois, talvez um século acordamos ou voltamos à realidade. Nos olhamos, surpresos. A garota, levada por minha loucura, tinha me entregado sua virgindade. Começamos a rir, felizes, satisfeitos, sem conseguir esquecer o que era inevitável: sete dias depois Camila estaria se casando e nunca mais seria minha. Ou seria?