... e me puseste no teu leito,
Com cuidados de amante perfeito...
De desejos minha alma estremece,
O mundo pára, a volúpia cresce...
Cerro os olhos... e sinto a tua boca,
Em meu ventre qual borboleta,
Beijando flores em festa louca,
E a tua destra que meu seio aperta...
Depois, teu corpo ao meu unido,
Explorando os meandros do meu ser interno,
Busca a fonte do prazer com carinho terno,
Penetra suas águas para ser ungido...
É um impudor na minha idade,
Um êxtase devasso que me vence,
Gozo de vibrante ansiedade,
Dar-te este corpo que a mim já não pertence...
E nele fazes estranhos arabescos,
Envolves-me em pecados dantescos,
Como serpe em voluptuosa dança,
Cravas tua semente como se fosse lança...