Meu corpo desnudo por alvos lençóis embalado,
Dormindo te sonha, amante desejado,
Que me despe os seios e o néctar suga,
E que me deixa em estranha fuga...
Dei-me a ti como as flores se dão ao sol.
Tiraste meus véus, liberaste da casca o caracol,
Expuseste meu cerne, saciaste meus anseios,
Com um prazer tirado de estranhos veios...
Rompeste o casulo onde vivia em solidão...
A avidez de tua boca despertou do longo sono,
A flor do prazer, adormecida em abandono,
Com suspiros e murmúrios de forte emoção...
Quero-te amante querido, ardentemente esperado,
Sem ti sou um cordeiro a espera de ser imolado,
Pois tenho a carne trêmula de tanto desejo,
De sentir os toques e a umidade do teu beijo...