Ah, não sabe como têm sido minhas tardes, quando o sossego de meu quarto me assegura que não serei importunada...Primeiro me deixo ficar meditando, o corpo relaxado, a mente em repouso.
Então busco a lembrança de algum momento gostoso, em que tive a paixão e o desejo de alguém, consigo lembrar de seu toque, o perfume, a voz ansiosa. Vou além e imagino como teria sido nosso amor, na voracidade de algo muito esperado por ambos.
Engraçado que sempre me sinto muito menina em meus delírios, neles posso tudo, nada é perigoso.
Às vezes, como agora, começa a cair uma chuva calma, que esfria o quarto obrigando a cobrir-me com o lençol. Estremeço, então, na mistura de frio e desejo que me toma. Tudo que toco em meu corpo é macio e responde. Minha pele muito clara e sensível reconhece o carinho. Acaricio meus seios, a ponta dos mamilos, umedeço-os e o desejo fica imenso, enorme.
Aperto minhas coxas, cruzando-as, espremendo o sexo que reclama, apressado. Gosto de ir devagar para que seja perfeito.
Quando acaricio meus pelos, achando a umidade que meus dedos buscam, demorando no carinho leve, suave, para ter, a cada vez, nova aprendizagem dos meus pontos mais sensíveis, é que me encontro.
Em minha mente, estamos eu e você nos aprendendo também, descobrindo nossos corpos, para assegurar o prazer mais raro. Às vezes me perco, e tenho o prazer antes do esperado, porque uma imagem mais contundente o forçou. E reinicio meu ritual, muitas vezes, tantas que quase não posso mais me tocar, e o desejo vai diluindo-se, o cansaço chega, devagar vou me aninhando e acabo dormindo.
Quase sempre continuo em sonho as emoções e desejos que instiguei, e parece que o sono não consegue descansar meu corpo dessa overdose de prazer.