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Erotico-->3. COM HUMILDADE -- 17/02/2003 - 07:36 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Deixei-me envolver pelo sucesso dos dois primeiros dias de ditado. No terceiro, cheio de empáfia, vim falar de meus irmãos, crente de que o faria com o máximo de desenvoltura, tanto que o texto estava pronto, avaliado e aprovado pelos companheiros e pelo Mestre Jeremias. Mas foi o que se viu.

O fracasso parcial da transmissão e o produto inferior resultante deram-me que pensar, que muito meditar sobre as infelicidades maiores: as do egoísmo, do orgulho, da presunção, da vaidade, da malícia.

Lembrando-me das lições de Jesus, evidenciei aquela que se refere ao preceito de não exercer julgamentos, porque, com a mesma medida, serei julgado. E me pus em considerações a respeito dos maus atributos de Anacleto e de Fabrício, deixando nas entrelinhas que Carla também não era grande coisa...

Pelo amor de Deus, não me venham dizer que esta obra está sendo construída sobre o cadáver moral das pessoas. Simplesmente, eu gostaria de despertar todos vocês para as impropriedades dos raciocínios produtores dos males a serem resgatados, para que se aperfeiçoem, na intenção implantada nos seres de progredirem, marchando na companhia dos melhores para a unidade final com o Pai.

Este período de reencarnações, na Terra, representa mera passagem de dor e de expiação, para os que não conseguiram regrar os procedimentos pelas virtudes superiores, o amor a carregar consigo a sublimidade dos sentimentos, tornando puros todos os pensamentos, porque fundamentados na benquerença aos demais seres, muito particularmente aos que nos acompanham desde sempre, conforme expus no capítulo anterior.

Este arroubo, este desabafo, esta autocrítica, este exame de consciência, tudo o que hoje me atrevi a desenvolver estraga o objetivo memorialista do opúsculo. Mas, que fazer, se estou cego para as diretrizes evangélicas e pretendo reproduzir emoções de nível inferior, conquanto apto a fazer-lhe o descarne, buscando a ossada espiritual?!

Contradição, contra-senso...

Este tópico vai encontrar-se com outro da preferência dos espíritos impacientes, qual seja, o de que esperam que os encarnados se tornem submissos aos conselhos de incorruptível prudência, pela experiência desagradabilíssima de encarnes desgraçados e de peregrinações sofridas pelas Trevas e pelo Umbral. Mesmo espíritos de escol soem desconsiderar a possibilidade de os humanos virem a se conformar às verdades que lhes informam, acreditando que muito irão bater a cabeça, até que se sintam coagidos a entender a verdade superior da Doutrina Espírita.

Não acreditam em mim? Leiam “O Livro dos Espíritos”. Recomendação inócua para os que se estimam superiores.; aconselhamento inútil para os que verdadeiramente são menos imperfeitos.; informação contraproducente para os que se estão cansando desta leitura.; redundância improfícua para satisfazer o desejo de equilibrar o texto pelo contexto da teoria kardequiana.

Querer não é poder, por isso, revolvi o projeto, considerando o presente capítulo como absolutamente necessário, para a compreensão deste ser que se dispôs a desnudar-se perante os companheiros e os encarnados. Deveria tê-lo dedicado às amizades e o seguinte à cara esposa, citando a presença dos dois filhinhos. Depois, armaria o esquema dos acontecimentos que me levaram ao suicídio, para, finalmente, vários capítulos adiante, contar a desgraceira no pantanal sombrio em que mergulhei. A conclusão adviria, indefectivelmente, dos procedimentos que me trouxeram até este posto, momento em que descreveria as providências dos tarefeiros sublimes do Senhor, estes seres maravilhosos que se destinam ao socorro dos irmãos debilitados pela maldade, minha mãe à frente, conduzindo as investigações psíquicas, para surpreender o ponto essencial que me conduziu na última encarnação.

Mas a tendência atual é a de preservar os resquícios de cultura que se infiltram, aqui e ali, na escritura. Neste ponto, advogado que fui, poderia querer sustentar a tese de ter sido injustiçado, porque defendi as pessoas contra os socialmente mais fortes, os gananciosos, os detentores do poder político, econômico e até religioso. E deveria resguardar o médium, professor licenciado em Letras Clássicas, conhecedor do Grego e do Latim, mestre em Letras, portanto, perfeitamente capaz de inventar ou de inventariar, segundo desejos de grandeza pessoal no campo da projeção entre os do Movimento Espírita.; mas também suficientemente esperto para entender ou pesquisar a respeito das citações que o expositor realize.

Terei o desplante de ofender a inteligência do leitor? Sim, porque vai caber a ele, em última análise, estabelecer o quanto de verdade existe neste relato que se quer a imagem, o retrato mais fiel da personalidade complexa de ser que se anuncia errático pelas esferas espirituais.

Vejam que intentei ser o mais coerente possível com as preocupações, expondo todos os itens que me assustaram, à vista da fragilidade das composições anteriores. Pelo menos, se não estou forjando história em que cada fato se associa aos anteriores segundo rigoroso programa de causas e efeitos, estou construindo texto de valor pessoal, pensado, raciocinado, positivo na exposição franca dos problemas que enfrento, fruto da proposta de trabalho que o “Grupo das Azaléias Multicoloridas” julgou oportuno levar ao conhecimento dos humanos desprendidos dos valores materiais, dos encarnados interessados em conhecer onde reside a força e a fraqueza dos espíritos que estão em condições de refletir a respeito de si mesmos, ao mesmo tempo que se atrevem a passar tudo para os olhos dos demais.

Não se iludam, amigos, com as referências eruditas a respeito dos temas evangélicos e espíritas. Quanto a esses pontos, é de obrigação do manifestante exprimir o quanto assimilou dos ensinamentos que vem recebendo junto aos mentores. Todavia, se algo desandar, é preciso que se esclareça que os companheiros virão desfazer os equívocos, em momento oportuno, para o que me farão retratar-me, convencendo-me do erro e da verdade, ou, caso contrário, isto é, se eu recalcitrar, estúpido, me interromperão e abrirão parênteses próprios, segundo ficou acertado entre nós. Aliás, este parágrafo só se acrescentou após haver eu encerrado o ditado, quando fazia a revisão com o médium, obrigando-me o tema a retornar para a exposição, por influência dos parceiros. Bagunçou o escrito? Só mais um pouquinho. Contudo, serviu para demonstrar que o improviso é possível e nem sempre injustificado.

Falta explicar a proposta em epígrafe da humildade. Precisa? Então, prossigam enfrentando corajosamente os próximos desenvolvimentos.

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