Longe do turbilhão da rua,
Recolhida no meu aconchego
Em noite calma de grande sossego,
Lembro-me do tempo que era tua.
Lembro-me dos beijos dados em segredo,
Dos nossos momentos a sós com a lua,
Do teu olhar de fogo ao ver-me nua,
E do teu corpo de talhe grego.;
Dos teus braços na minha cintura,
Das mãos, no meu ventre, sentindo a lisura,
Do teu hálito quente queimando-me a nuca.
E esta excitação que não termina nunca,
Faz-me afundar em solitárias orgias,
De onde eu saio cansada e descontente,
Com a verdade, surgida num repente,
Que meus dedos não fazem amor como fazias...