Uma sincronia como os toques de um piano irresponsável
enlevo em poesia lírica de suas ancas em alerta total
a qualquer que seja os atos de uma mão minha já desobediente
que busca seu seio em sumidouro ato róseo de apetite.
Meus músculos contraídos como o rochedo que o mar deleita
o mar é o nosso suor que já se embriaga de si mesmo
em nossos lábios fartos que soltam palavras confusas
nossa sonoridade se dá a espasmos espontâneos de prazer.
A cama é só mais um detalhe que entra na dança fulgurosa
nossas pernas se entendem, os joelhos se roçam com delicadeza
os dedos se conhecem em estado de hirto entre os lençóis
meu olho encontra o seu, aqui o Universo não passa de arquejo.
O frêmito de nossas asas como anjos ruflam aos céus
de lá vemos o bramar das ondas de um oceano dócil
os sinos dos céus badalam nosso amor para todos ouvirem
e uma silvada de vento nos leva de volta a nossa cama luxuriosa.
Ah quanto amor você me transporta em êxtase e na minha manhã seguinte,
seu corpo cândido, alvo e imaculado como pêssego ao bater-lhe a luz solar,
eu o admiro como a um filho que dorme sem medo nem coragem
e rio um riso pudico meio satisfeito ao beijar-te naquela ilha pela primeira vez.