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Erotico-->18. O ENCONTRO -- 16/04/2003 - 07:40 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

José não estava muito interessado em conversar com Macedo. Sabia que, se houvesse qualquer novidade, receberia a informação por telefone. Sendo assim, não punha fé em que pudessem achar pistas para a decifração do mistério apenas entendendo-se sobre hipóteses. De qualquer modo, atendeu à solicitação do detetive e ambos se encontraram na própria delegacia, por insistência do advogado, que estava desejoso de obter esclarecimentos do próprio delegado.

Após os cumprimentos formais, Macedo explicou:

— Estamos chegando à conclusão de que, se não foi o amante da mãe, cuja motivação não está clara para mim, deve ter sido uma enorme coincidência de dois crimes idênticos envolvendo pai e filha.

José foi um pouco além:

— Pode tirar isso da cabeça porque a pessoa em causa não vai ganhar nada com a morte de minha sobrinha, nem ele nem os filhos dele. Se a mãe quisesse matar o marido, o que sua vida tranqüila impede de suspeitar, vá lá. Mas que ela desejasse a morte da filha, uma criatura meiga e inteligente, verdadeira dona de casa aos dezesseis anos, virtuosa e prendada, isto só uma imaginação degenerada conseguiria conceber. Quanto a ser uma coincidência, só vou acreditar depois de se prenderem os autores. Quer saber, Macedo, o que eu penso, de verdade? Vocês se perderam investigando os herdeiros quando meu irmão foi morto e se esqueceram de que ele defendia gente ruim. Quem me diz que ele não deixou algum cliente insatisfeito, pessoa da pior laia para se vingar do pai nele e na filha?

Macedo coçou a cabeça e meditou um pouco antes de responder. Temia perder a confiança e a boa vontade do outro. Mesmo assim, arriscou:

— Essa hipótese, com perdão do meu amigo, é tão extravagante quanto a minha, haja vista que, em primeiro lugar, o carro, no caso de seu irmão, foi utilizado para uma série de assaltos.; em segundo lugar, não consta que houvesse nenhuma ameaça, nem da primeira vez, nem da segunda, nenhuma promessa de vingança que pudesse levar o Doutor Renato a tomar as precauções que se tomam numa situação dessas. Não consta, ao menos, um único fato dessa natureza.

— Vocês conseguiram alguma testemunha?

— Há uma pessoa que trabalha no terceiro andar do outro lado da rua que observou a cena do crime logo após ter ouvido as rajadas de metralhadora. Quando olhou pela janela, viu que o criminoso já voltava para a moto, tendo ouvido a sirene que deve tê-lo assustado.

— Essa gente não se assusta. Ele agiu com tamanho sangue-frio que tal suposição não cabe. Achou que não daria para assumir o volante ou que o trânsito estava muito ruim para levar o carro. De moto, eles saíram costurando por meio dos veículos, podendo desaparecer da vista de quem, de algum modo, pudesse ligá-los aos disparos. Mas essa testemunha pode ser importante no sentido de reconhecer o veículo e de caracterizar os tipos físicos dos assaltantes.

— Como o senhor está percebendo, alguma coisa nós conseguimos. Pode deixar que vamos explorá-la o mais possível. Mas o que eu queria saber é se nenhum herdeiro...

— Por favor, não coloque o meu sobrinho na cena do crime. Nem o marido de minha cunhada. O que vai acontecer é que o espólio de meu irmão ganhou mais um complicador e vai dar oportunidade a que o juiz estabeleça novos prazos até decidir como se vai dar a partilha, segundo a vontade de meu irmão. Por outro lado, o que a criadagem e as pessoas que estavam na casa adiantaram a respeito de os três estarem fora em um horário em que Lutécia deveria estar tendo aula? Estou sabendo que isso nunca aconteceu antes. Como é que os criminosos poderiam estar esperando para atirar em pessoas marcadas para morrer? Não está aí um indício claro de que foi o acaso que levou os criminosos a escolherem os três infelizes?

— O senhor já conversou com a Professora Elvira?

— Eu só falei com Ângela e os dois alunos. Com Elvira, só troquei algumas palavras durante o enterro. Ela estava emocionada demais, dizendo que, naquela hora, esperava minha sobrinha no centro espírita. Teria ela ou qualquer outra pessoa dado com a língua nos dentes, oferecendo aos criminosos a informação que tão poucas pessoas sabiam? Que foi que o senhor averiguou?

— Eu marquei com ela e o responsável pelo centro...

— Um tal de Ricardo...

— Esse mesmo. Nós vamos nos encontrar lá no centro, que eu quero saber quais pessoas estavam lá. Pode ser que se descubra algum vínculo entre alguma dessas pessoas e os assassinos.

José concluiu que as investigações estavam apenas em seus primórdios e se retirou sem conversar com o delegado. Queria ele mesmo ir atrás da testemunha da janela, mas essa intenção escondeu do detetive.

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